Quinta-feira, 21.10.10
EGOÍSMO EXARCEBADO
O egoísmo tem se apoderado da persona de inúmeros políticos brasileiros. Na vida, o homem passa por três etapas diferentes, três fases distintas: a fase do intelecto, do instinto e a fase do espírito. Aqueles que agem pelo egoísmo usam mais o instinto em detrimento do intelecto e do espírito. O avanço tão necessário na política esbarra nos interesses próprios. Ainda preso às suas inoperâncias, deficiências de infância, aos seus defeitos de educação sofrendo naturalmente as consequências, eles cometem arbitrariedades sem limites. Egoísmo palavra de origem francesa égoïsme tem como sinonímia o amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios. Exclusivismo que faz o indivíduo referir tudo a si próprio (v. egocentrismo). Filáucia, orgulho, presunção.
Na ética refere-se à doutrina que considera como princípio explicativo dos preceitos morais, e como princípio diretor da conduta humana moral, o interesse individual. Amor exclusivo e excessivo de si, implicado na subordinação do interesse de outrem ao seu próprio. O egoísmo causa diversas consequências deletérias ao ser humano, entre elas a tensão emocional, temores injustiçados, impaciência, tendência para a cólera fácil, irritação e impaciência, conflitos mentais, complexos, atitudes intolerantes entre outras mazelas. Qualquer um de nós pretende ser ou realizar algo na vida. Queremos, na profissão, ser um bom médico, um bom professor, um grande político ou ganhar muito dinheiro como um grande empresário.
Essas pretensões fazem o rol de qualquer ser humano. Quando assumimos qualquer lugar numa empresa sempre sonhamos um dia chegar à chefia da mesma. Esse desejo é inerente a qualquer ser humano. São as aspirações que nos acompanham em nosso processo de vida. É no muito e no mais algo que consiste o nosso nível de aspiração. Uma vez formado o nosso nível de aspiração ele constitui algo estável na nossa personalidade ou pode variar, pois as nossas aspirações são extremamente complexas dependo de vários fatores ocultos e desconhecidos por nós. As frustrações é um deles, o transtorno de personalidade é um entre muitos. Muitas atitudes humanas podem ser explicadas em relação ao querer e ao poder, mas muitos confundem a palavra poder e inserem-se na palavra proveito.
Numerosas pessoas insatisfeitas, ranzinzas, irritáveis e revoltadas ficaram assim porque miraram alto demais o que poderiam ser na vida. Deve existir sempre um equilíbrio entre querer e poder? O ideal é conseguir alcançar objetivos que estejam dentro dos limites das nossas possibilidades reais. Para isto, é necessário nos conhecermos bem. Pierre Weil nos ensina muita coisa que estamos aqui a debater. Nossos políticos deveriam estar no rol do equilíbrio emocional, pois são homens que tomam decisões constantemente. Esta qualidade é provavelmente uma das principais. A inteligência deve ser suficiente para assimilar os conhecimentos da sua especialidade, seja de matéria política ou política social. Empatia ou capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa parece um transtorno para a maioria dos políticos, mesmo sabendo que esta outra pessoa representa o somatório responsável por sua eleição.
O profundo interesse pelos eleitos parece ter passado em brancas nuvens. Na primeira fase que falamos nas entrelinhas o homem acredita que sua felicidade consiste exclusivamente na posse de bens materiais, na fama e na popularidade. Na fase do intelecto, preocupações de outras ordens começam a inquietá-lo. É quando sua inteligência se nega a continuar admitindo as coisas sem examinar, exigindo respostas a novas perguntas. O professor Alberto Montalvão fala com muita propriedade sobre o assunto. O homem claudicante está sempre em dúvida e o que sai de sua boca são perguntas conhecidas como: Por quê? Por quê? E ele sofre com isso.
As coisas matérias já não lhe chamam muito à atenção, a fama, a popularidade para quem a conquista com facilidade vai se transformar em rotina de vida, e o homem não é capaz de definir exatamente, se desesperando ao compreender que não avançou muito no caminho da vida feliz, pois esqueceu que existe a espiritualidade e sempre estava alheio à importância que a espiritualidade exerce no ser humano. A vida espiritual é um despertar para a nossa consciência, mas muitos preferem continuar dormindo em berço esplêndido. É quando ele passa a perceber a realidade das coisas, a consciência plena de si mesmo. A necessidade de ajudar o próximo nas intempéries da natureza, nas calamidades públicas, e em outras ocasiões onde a mão amiga deva estar presente.
Quem ajuda os estropiados, os menos aquinhoados sentem leveza no coração. É o sentimento da caridade e do dever cumprido. Pelo que anotamos aqui chegamos à conclusão de como é difícil explicar o homem. Sendo um ser imperfeito, criado simples e “ignorante” a situação se complica. Quanto mais o estudamos, quanto mais claro ele se torna sob determinados aspectos, mais difícil se torna também a possibilidade de estudá-lo no seu todo. Estamos aí presenciando uma campanha eleitoral de baixíssima qualidade onde a predominância pelo poder leva os candidatos a se tornarem verdadeiros agressores, atropelando o bom senso e a ética que devem existir a quem se candidata a um cargo eletivo de alta importância para a nação. O homem é mais, sempre mais do que aparenta, tanto do modo particular como geral. Parece que a educação familiar e a educação recebida dos mestres professores foram esquecidas com facilidade e rapidez. É na verdade o egoísmo que interfere nas boas ações humanas. Até quando iremos suportar esse egoísmo exarcebado? Só Deus saberá responder. Façam as suas partes, exerçam suas cidadanias, pois o Brasil está carente e essa carência o leva a condição de um país violento, corrupto, lacerado por desmandos políticos, brigas sanguinárias pelo poder, proveito próprio, enriquecimento ilícito, e muitas mazelas que seria bom nem falar. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE-DA AOUVIR/CE, DA UBT E DA AVSPE.
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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 14:34