Sábado, 04.07.09
DESENCARNAÇÃO
Um tema, uma palavra, uma sentença, um acontecimento que poderão se enquadrar muito bem na estagnação biológica ou “morte”. Fazem parte dos ensinamentos da Doutrina Espírita ou Espiritismo. A dor, o sofrimento, a “desgraça”, as incontáveis moléstias físicas e morais que marcam a vida dos hominais recebem essa nomenclatura. Tem como origem nas transgressões dos limites impostos a liberdade da Lei Divina, que inclui ou explicita que o limite natural da liberdade hominal é o ponto onde começa a liberdade de outro. Apesar do instinto natural de conservação do homem ele jamais escapará deste fenômeno que atormenta a humanidade. Onde existe dois ou mais seres humanos os direitos ao respeito existem.
A união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara do princípio vital do gérmen, cessa, paralisa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização do corpo. As doenças graves, os acidentes fatais, o suicídio, os vícios, a drogadização são as causas mais comuns da desencarnação. Diante de tantas nuanças negativas a desencarnação tem um ponto importante para o Espírito, pois ele sabe a hora exata em que deve deixar a matéria surrada, grosseira, velha e que não lhe serve mais. Um senão apenas nos acontecimentos imprevisíveis, pois Deus na sua bondade deixou para o homem o livre-arbítrio. Ele poderá ser vítima de sua imprudência ou de outros humanos que foram aquinhoados também pela Lei Divina. O perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme aconteceu na sua união, e ao Espírito é restituída à liberdade.
A partida ou desprendimento não é a partida do Espírito que causa a estagnação do corpo ou sua morte, mas esta é que determina a partida do Espírito. O fluido cósmico e universal deve ser bem aproveitado para que não aconteça uma escassez repentina e o Espírito venha a se libertar mais repentinamente. A desencarnação está atrelada aos fatos e acontecimentos da existência carnal. Muitos fatores concorrem, a fim de que os processos da morte biológica se deem. A desencarnação causa um sofrimento muito grande às pessoas, visto que a maioria não está preparada espiritualmente para encarar este fato. Somos apegados demais à matéria e por isso sofremos demais. A desencarnação nem sempre será um acidente pacífico em nosso caminho para a Vida Maior é o termo de mais um dia de trabalho santificante, para que se ponham de novo, a caminho do alvorecer. (Espiritismo de (A) a (Z)).
Os desencarnados não são magos nem adivinhos. São irmãos que continuam na luta de aprimoramento. Para aqueles que dizem que os espíritas ou espiritistas conversam com os “mortos” não é verdadeira essa insinuação, visto que o fone toca de lá para cá. Desencarnar é mudar de plano, como alguém que se transferisse de uma cidade para outra, aí no mundo, sem que o fato lhe altere as enfermidades ou as virtudes com a simples modificação dos aspectos exteriores. A diferença primordial entre encarnados e desencarnados é a vestimenta carnal, pois o desencarne provoca a libertação do Espírito dessa matéria grosseira e os encarnados ainda estão sob o peso dela.
Pode-se afirmar ser a emancipação total do Espírito em relação ao corpo físico ou material. Morte do corpo. Falecimento. As funções fisiológicas do corpo, não sendo mais possíveis, ele para de funcionar e liberta o Espírito que a ele está ligado. Há, portanto uma desencarnação. Procuramos demonstrar com todas as nuanças os motivos, as causas que levarão a desencarnação e o que se deve fazer para retardá-la, pois vida e morte caminham juntas. E aqui colocamos um ponto que achamos importante dizer: O maior enigma da vida é a morte e o maior enigma da morte é a vida. É um processo de ida e volta, ou seja, desencarnação e reencarnação, pois sem estes caminhos a evolução do espírito jamais aconteceria.
Deus na sua infinita bondade planejou este processo para os seres vivos, já que todo ser vivo é possuidor de Espírito, mas as religiões de antanho ou da antiguidade provocaram um redemoinho na cabeça dos fiéis mostrando o seu critério o que acontece com o ser humano durante a sua permanência no orbe terrestre. Porém esqueceram de prepará-lo espiritualmente para tal. Se o ser humano tivesse sido preparado como devia a perda de um ente querido não seria tão preocupante, doloroso, inexplicável para a maioria, mesmo assim Deus deixou o tempo como propósito para a conscientização e brandura do espírito que fica. Ficamos a meditar porque determinadas nações vivem em guerra, seria a não valorização da vida?
A Lei Divina traz em si um perfeito mecanismo de cobranças de faltas e nenhuma escapa à Justiça Divina. Qualquer imperfeição é causa de sofrimento e o aperfeiçoamento é causa de satisfação. Deus criou o homem simples e “ignorante”, mas com a convivência diária ele naturalmente irá se adaptar ao meio em que vive. Lá no mundo acontece o mesmo e o livre-arbítrio que temos aqui não é privilégio nosso, pois no mundo espiritual ele tem o mesmo livre-arbítrio. Pense bem no que andas fazendo. No certo e no errado. Queremos um mundo de paz, pois a violência que aí está será sempre uma conotação negativa e causadora de muitas desencarnações. Evitem o mal e o negativismo para não atraíres conseqüências ruins. Se você viu ou ouviu algo maléfico ou desastroso, não seja você quem vai passá-lo adiante. Leve aos outros, apenas o que seja agradável, dê paz, traga incentivo, impulsione para frente e proporciones melhorias. Não seja egoísta e nem materialista. Pensem nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI/ DA ALOMERCE E DA AOUVIR/CE
Autoria e outros dados (tags, etc)
por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 15:38