Sexta-feira, 30.10.09
DIA DOS VIVOS E REDIVIVOS
Você não foi aspergido com perdão. Você não foi salpicado com graça. Você não foi polvilhado com bondade. Você foi imerso nisso. Você foi submergido no perdão. Você é um peixe no oceano da misericórdia de Deus. Deixe-se ser transformado! “Se a tua dor verifica ante a desencarnação de entes queridos, a inconformação a que te entregas tão-só se fará tumultuar o círculo daqueles aos quais mais amas” (Emmanuel).
O dia de finados é comemorado no dia 2 de novembro de cada ano. Nós não chamaríamos de finados, mas de “vivos e redivivos”. Temos que aceitar que a morte não existe, e sim a passagem do mundo material para o espiritual. Se estivermos no orbe terrestre cumprindo uma missão destinada e albergada por Deus, e somos espíritos imortais, apenas nos despojamos da vestimenta grosseira, a carnal, e voltaremos em data pré-determinada ou pré-estabelecida pelo Pai Maior, nosso Deus. O dia dos fiéis defuntos, dos mortos, falecidos, dos estagnados biológicos ou de finados é celebrado pela Igreja Católica no dia 02 do mês de novembro. Ressalte-se, que desde o século II, os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar por eles. No século V, a Igreja Católica dedicava um dia do ano para orar, rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava.
O abade de Cluny, Santo Odilon, no ano de 998 pedia aos monges que orassem pelos falecidos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009) - João XVII também no mesmo ano e Leão IX em 1915, obrigam a comunidade há dedicar um dia aos mortos. No século XIII, esse dia anual passa a ser comemorado em dois de novembro, porque o dia primeiro é a Festa de Todos os Santos. Já em 160 d.C., teve início o costume de orar pelos falecidos, uma invenção totalmente antibíblica do Papa Aniceto, de origem síria e muito carente de entendimento (Deuteronômio 18:11). Os seres humanos têm o direito e podem orar por seus entes queridos que não estejam mais neste orbe, pois partiram para a outra morada, o mundo espiritual, isso é muito bom para a evolução do Espírito, mas quem seria esse papa para afirmar que é uma invenção antibiblica. Talvez pela afirmação do Mestre Jesus que ao convidar um jovem para segui-lo, o mesmo teria afirmado que iria, mas depois que enterrasse seu pai? Tendo Jesus afirmado ao jovem que: “deixai que os mortos enterrem seus mortos”. Quem sabe ler a Bíblia e decifrar facilmente as suas parábolas entenderá perfeitamente.
Existem várias nomenclaturas para esse dia, assim como: “O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas, de entes queridos, que passaram por este mundo de provas e expiações”. É o dia do amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca. É celebrar a vida eterna que não vai findar nunca. A vida cristã é a vida onde o viver em comunhão intima com Deus é para sempre. É o dia em que o espírito comemora a sua libertação da matéria surrada e cansada pelo sofrimento e dos excessos provocados pelos seres humanos. É a preparação para uma nova vida, uma nova existência. Esta cerimônia vem desde o século I, onde os cristãos oravam pelos seus entes queridos. Costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas pelos que morreram sem martírios. No século IV já encontramos a memória dos mortos na celebração da missa. Desde o século V a igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e da qual ninguém se lembrava.
O dia de Todos os Santos para a igreja é a celebração de todos que morreram em estado de graça e não foram canonizados. E de todos que nunca foram lembrados em orações. Os latinos que pastoreavam seus rebanhos sobre as sete colinas, em cujo vale mais tarde se fundou Roma, prestavam culto aos seus antepassados mortos, fazendo rituais particulares ou em festivais especiais nos cemitérios. Os cristãos seguidores dos ensinamentos de Cristo não se relacionavam com os mortos, crendo na ressurreição corpórea no dia do juízo para toda a humanidade, mas rejeitando qualquer doutrina que implicasse em imortalidade da alma, como os adoradores de ídolos criam. Para os cristãos, os mortos eram como trata em Eclesiastes 9:5 e 10, sem qualquer consciência, inexistindo completamente até o dia do juízo final.
Santa ignorância se este juízo final for do jeito que a igreja ensina o que teria vindo Jesus fazer na Terra, onde estaria seus apóstolos, o que seriam dos santos da igreja, onde estaria sua mãe, enfim todos os que nos antecederam estariam dormindo? Dormindo aonde se nem matéria existe! Continuam a afirmar que não poderiam está no inferno, ou em qualquer dimensão que implicasse algum tipo de consciência, sendo que no conceito judaico de Cristo sobre o ades ou o seol o inferno nada mais é do que a cova e a extinção instantânea da vida passando subitamente para a inexistência completa, primeiro da consciência e depois da matéria, que volta ao estado original da terra, reverso do processo de criação, como em Gênesis 2:7. Indaga-se: para que tanto ritual tanta cerimônia, missa, ressurreição, céu, purgatório, inferno, festa de santos se tudo foi para o crivo da inexistência. Para que serve o amor, o perdão, a fraternidade, a caridade, se tudo volta ao estado natural da terra?
My god daí juízo aos que pensam assim. Com a fusão da Igreja Cristã ao Estado Romano no ano de 321, quando da “conversão” ao cristianismo de Constantino Magno então imperador romano, os cristãos fizeram concessões à doutrina pagã romana herdada dos latinos e da variedade de povos e cultos de Roma, pelo que cessariam as perseguições e a religião cristã se tornaria a religião oficial do Estado romano. Se essa premissa realmente fosse verdadeira, Jesus, Maria e os chamados santos pela igreja católica estavam em “sono profundo” sem matéria, sem consciência, no nada. Como pode alguém dormir nestas condições? A ressurreição não seria possível, pois os corpos já estariam consumidos pelos vermes e pela mãe natureza. Se Jesus ressuscitou em Espírito todos nós ressuscitaremos ou não? Deus Pai Bondoso, amoroso jamais iria derrogar as suas próprias leis, e principalmente por ter mandado seu filho a terra, tendo nascido e morrido como um ser humano. Muitas crenças obscuras do politeísmo romano foram cunhadas na religião cristã, entre elas a crença no mundo dos mortos, trazendo daí a ideia de purgatório, de inferno e de paraíso em esferas espirituais. Assim, os cristãos tornaram-se supersticiosos como os romanos adotando o costume de falar com os antepassados mortos junto aos túmulos, como se vê ainda hoje lhe levando comida, flores, acendendo velas, lhes contado suas vidas, pedindo atendimento, intercessão, favores, além de orar por eles e dedicar-lhe também um grande dia, o de finados como no primitivo ritual e festival latino.
Em Eclesiastes 9:5 e 10, porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, por que a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio, inveja para eles já pereceram para sempre e não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer o faz conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimentos, nem sabedoria alguma. Essa afirmação é ilusória, visto que o Espírito é um ser inteligente que habita o universo, e além do mais é um ser encarnado a que todos chamam de alma. Existem muitos pensamentos retrógrados, mas esse em afirmar que o morto terá que esperar em “sono profundo” até o dia do juízo final e acabar de vez com a fé do ser humano. Não existem mortos e sim vivos e redivivos. O morto a que Jesus se referia na Bíblia eram aqueles humanos que vieram ao mundo só para praticar o mal. Pensem Nisso.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIRCE
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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 12:59