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Terça-feira, 27.05.08
O ÉCRAN BRASILIANO
Todos nós somos falíveis. O ser humano luta a vida inteira com o assédio das tentações e, às vezes, cai nas ciladas que suas próprias ilusões e pensamentos lhes preparam, trazendo-lhe danos irreversíveis que apenas o tempo, os séculos das dores expiatórias podem reparar. “Os idiotas e os cretinos devem forçosamente ter cérebros imperfeitos, ou seja, de matérias muito grosseiras que o espírito acumulou, para suportarem a expiação de suas faltas; quem sabe se diminuição ou aumento de volume do cérebro e irregularidades em suas circunvoluções minoravam os problemas” (Cairbar Schutel). O assunto mais badalado nos dias atuais é a insegurança. O caso Isabella ainda repercute e está gravado na memória da maioria da gente brasileira. O mais hilariante é que advogados de defesa usam todas as artimanhas para inocentar o casal Nardoni. Se conseguirem seu intento, quem matou Isabella? Talvez, os acusados queiram induzir que a própria Isabella tramou toda a cena culminando com a sua morte. Outros indagam? Se os Nardoni não mataram Isabella onde estará o criminoso. George Sanguinetti, médico alagoano ficou famoso por contestar a causa mortis de Paulo César Farias (tesoureiro da campanha do ex-presidente Collor) em Maceió, no estado das Alagoas, foi antiético ao declarar que os laudos do IML (Instituto de Medicina Legal) e do IC (Instituto de criminalista) paulistas são “medíocres”. Nem ele nem a perita Delma Gama apresentam conclusões. Aliás, que matou Paulo César Farias? A justiça brasileira tem em suas mãos uma responsabilidade muito grande, e é chegada à hora de mostrar competência no caso e que ela não está cega, como muita gente apregoa. Olha! Um país onde se mata por um real, por um par de chinelos, por uma dose de cachaça, por latrocínio, por vingança, por perversidade, leva o Brasil à condição de um país com a maior diversificação de crimes, e muitos deles hediondo.
As autoridades em sua maioria nada levam a sério, visto que a população leva a metade de sua vida pagando impostos e os que estão no poder não chegam a um denominador comum. A violência, a fome, a miséria, levam grande parte da jovialidade brasileira a ingressar no mundo do crime e da marginalidade. O que os senhores pensarem em termos de violência, no “modus operandi” ele faz eco em todos os rincões brasileiros. É crime de toda natureza. O governo está preocupado com o aumento da pedofilia, mas não coíbe as locadoras de alugarem filmes pornográficos, a venda explícita de revista com conteúdos proibidos para menores de 18 anos nas bancas de revistas, não impede que a mídia apresente filmes violentos e com cenas de sexo explícito, jogos violentos, propagandas de bebidas e cigarros em horários impróprios e ainda temos que aturar programas policiais em horário de almoço. O desemprego leva o homem ao ócio e consequentemente ao vício. O vício é a grande chaga da sociedade brasileira na atualidade, vemos com tristeza o álcool circulando no orbe das igrejas quando acontecem casamentos de pessoas abonadas. O brasileiro precisa ajudar o brasileiro, pois no frigir dos ovos estamos à beira de um abismo. Tomem ciência de que o desespero, entretanto, é a sobretaxa de sofrimento que a pessoa impõe a si mesma, complicando todos os processos de apoio que a conduziram à tranqüilidade e ao refazimento. As religiões também falham no exercício da cidadania, pela capitalização de recursos dos fiéis seja de que maneira for. Se a Receita Federal aliada a Polícia Federal fizessem devassas em determinados setores religiosos iriam encontrar muitas irregularidades com certeza.
Por que isso não acontece? Uma boa pergunta para uma excelente resposta. Enquanto esses comezinhos não forem solucionados a situação no Brasil continuará a mesma. Lamentável por sinal. O desespero é comparável a certo tipo de alucinação, estabelecendo as maiores dificuldades para aqueles que o hospedam na própria alma (Emmanuel). Com essa assertiva diremos sem medo de errar que a população brasileira está alucinada e desesperada. Só Deus resolverá e amenizará nossos sofrimentos.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIR
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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 07:15