SER REI OU MAJESTADE EIS A QUESTÃO.
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não existisse caridade, seria como o metal que soa ou como o sine que tine. E ainda que tivesse o dom de profecias e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria”. (I Coríntios 13:1-2).
Uma sentença belíssima, esplendorosa, mas de difícil execução nos dias atuais. Qual a razão da dificuldade perguntariam muitas pessoas. A resposta seria dura, mas de uma profunda simplicidade. O homem de hoje esqueceu de vez a espiritualidade e aderiu por completo à materialidade. Ou estaremos enganados? Feliz aquele que, em um momento de exasperação ou mesmo de desespero, encontra alguém que o socorra com palavras de serena generosidade. O estresse emocional dominou o ser humano e pouco a pouco ele perde a razão e a racionalidade.
A ambição, o orgulho, e o proveito próprios são atitudes que denotam negativamente a personalidade hominal. Mas, certamente mais feliz é aquele que, movido por íntima caridade, derrama esse orvalho divino sobre as feridas da alma inquieta que o procura. Às vezes tomamos decisões que não deveriam tomar, no entanto, a violência que se embrenhou na humanidade nos faz agir assim. Mesmo com o coração sentido temos que preservar a nossa vida, pois lidamos todos os dias com o inimigo, ele nos conhece, mas nós não o conhecemos. Allan Percy em seu livro “Nietzsche para os estressados” nos ensina 99 doses de filosofia para despertar a mente e combater as preocupações.
Conselhos antigamente era “ouro vivo”, pois eram ensinamentos alicerçados psicologicamente, no entanto, hoje as pessoas dizem com a maior naturalidade possível: “Se conselho fosse bom não daríamos, venderíamos”. De “Ouro vivo” transformou-se em matéria morto e sem valor nenhum. O título da nossa matéria nos remete a muitos anos onde um homem queria ser rei e automaticamente majestade. Referimos-nos a figura lendária e controvertida de Herodes, apelidado de o grande. Ele mostrou ser mais impiedoso que o seu próprio pai. ( Grifo nosso).
Foi o primeiro da dinastia de descendentes que reinaram na Palestina romana até os idos de 100 d. C., devido a sua personalidade de mau bem que poderia ter ficado conhecido como o “horrendo”, pois em seu coração só plantaram sementes do mal e ele colheu a crueldade e a opressão e, essas qualidades negativas foram os “pontos fortes” para o seu longo reinado. Caridade no coração de Herodes não existia e quiçá a fraternidade. A sua ânsia e desejo era ser o rei dos judeus e o único soberano de Israel.
Em suas andanças foi até Roma e usando artimanhas malignas, com o poder da persuasão conseguiu a proeza de convencer Otaviano e Antonio, seus aliados naquela época, a colocá-lo no trono como “Rei da Judéia”. Seus desejos seriam concretizados, visto que ele se achava como única autoridade a consolidar o regime na Palestina, levando apoio aos judeus contra os pártios que invadiram pelo Leste. Hircânia era o nome de uma satrapia localizada nos territórios das atuais províncias iranianas de Golestan, Mazandaran, Gilan, e parte do Turcomenistão, ao sul do mar Cáspio, que para os antigos gregos, era o “Mar Hircânio”.
Ressalte-se que conforme os historiadores, mesmo não existindo concretas evidências, durante o período persa uma muralha foi construída para defender Hircânia dos nômades das estepes da Ásia Central e as ruínas de um muro ao norte de Gorgam visíveis nos dias atuais chamados de Portas de Alexandre, foram construídas posteriormente para substituir uma construção defensiva existente. O seu testamento dividia seu reino entre três de seus filhos. Herodes Antipas o soberano da Galiléia e da Pérsia , a região do outro lado do Jordão, Arquelau, o mais velho torno-use “etnarca” da Judéia, designação para “soberano da nação” e Felipe, o mais novo , de outra esposa, recebeu territórios a nordeste de Mar da Galiléia . O imperador Augusto ratificou seu testamento.
As satrapias são pequenas “unidades políticas”, pois o reino Persa, ao contrário de outros não possuía uma capital. Dentre importantes Sátrapias destacaram-se Pasárgada, Babilônia, Persépolis, Susa e etc. Dario II, rei da Pérsia, visitou todas as satrapias de seu Império. Qualquer terminologia usada é que não é do conhecimento geral dever ser explicada com todos os detalhes. Como rei Herodes não poderia deixar de ser coroado e nesse ato ofereceu sacrifícios a Júpiter na Colina da Capitólia e ao seu lado estavam Otaviano e Antonio. (Grifo nosso). Depois de todas as festividades e já como rei passou a subjugar a Galiléia no norte, depois passou para Samaria no Sul e apoiado pelos legionários romanos chega a Jerusalém. Todos que se opunham a ele eram massacrados e em 37(A.C)., consolidou seu regime diabólico e ensanguentado como o “Rei dos Judeus”.
Casou-se com Mariane, de descendência de famílias de sacerdotes conhecida como asmonianos ou macabeus. Antipater era seu pai estrangeiro da Iduméia. Sua mãe era judia. Um grande terremoto assolou e foi devastador para a Judéia, o resultado final foram trinta mil mortos. Com a derrota de Antonio por Otaviano Herodes foi confirmar seu título de “Rei dos Judeus”. Seu primeiro ato diabólico foi à execução de 45 dos 70 membros do sinédrio judaico. Fortaleceu Massada, o alexandrium, Maqueronte e Hircãnia O soberano legítimo da casa de Davi não foi muito fácil para ele. Segundo James D. Tabor em 22 A.C., Herodes iniciou a construção da nova cidade portuária de Cesárea que durou 12 anos como um belo porto artificial.
O maior projeto de Herodes envolvia a remodelação completa do templo de Jerusalém. Ele queria ser lembrado como um segundo rei Salomão. Herodes bebia muito e contraiu muitas doenças. “Segundo o grande Josefo ele tinha dores e tumores intestinais, asma, “gangrena” genital e verme, mal podia se sustentar em pé”. Pouco antes de morrer , viajou para as fontes termais de Caliore, na margem Jordaniana do Mar Morto , em busca de tratamento. Herodes morreu em março de 4 A.C. Nessa época Jesus era recém-nascido de seis meses, morando na Galiléia. As 16 anos depois da morte do pai, foi esse mesmo Herodes que mandou executar João Batista, Jesus se negou a falar com ele. O primeiro interesse de Herodes era construir a magnífica capital, em Séforis. Segundo nos informa Augusto Belo de Souza Filho, bacharel em Teologia, quando Jesus nasceu à Palestina estava sob o domínio do Império Romano, que a dividiu nos distritos da Galiléia; Samaria e Judéia; Induméia com Peréia; e Traconites com Ituréia além do Rio Jordão.
Todos estes territórios constituíam os domínios de Herodes, o Grande, que governou a Palestina de 40 ªC., até o ano 4 ªC., como citamos antes nas entrelinhas. Segundo o texto de Mateus 2:1, quando Jesus nasceu em Belém da Judéia, Herodes, o Grande reinava em Jerusalém. Diz o texto de Mateus que uns magos vindos do Oriente a Jerusalém, perguntavam onde havia nascido o Rei dos Judeus, pelo que tinham visto a sua estrela no Oriente e desejam adorá-lo. Quando o Rei Herodes tomou conhecimento desse fato, ficou muito alarmado juntamente com os habitantes de Jerusalém. Isto porque o Império Romano jamais admitiria que alguém fosse proclamado Rei de uma província sob o seu domínio.
Por outro lado a notícia soava bem aos ouvidos dos Judeus que se achavam oprimidos pelo Império, sendo escravizados e pagando altos tributos a Roma. O fato de lhes nascer um Rei era por demais alviçareiro e renovava-lhes a esperança de tornarem-se livres novamente. Esta notícia portanto deixou Jerusalém agitada Herodes chamou os principais sacerdotes e escribas do povo e interrogou-lhes acerca de onde deveria nascer o Cristo. Responderam-lhe que seria em Belém da Judéia, porque estava escrito por intermédio do profeta: “E tu Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.” (Mt 2:6; Mq 5:2). Herodes voltando-se para os magos inquiriu-os acerca da época em que a estrela aparecera. E, enviou-lhes a Belém, com a recomendação de que ao localizar o menino que o avisassem para que também fosse adorá-lo.
Ao partirem de Jerusalém, a estrela apareceu novamente e os guiou até encontrarem o local onde estava o menino e isto foi motivo de muito regozijo entre os magos (Mt 2:9-10). Ao encontrar o menino prostraram-se e adoraram-no. Abriram seus alforjes de tesouros e entregam as suas ofertas: ouro, incenso e mirra. Quando se preparavam para voltar para as suas terras são avisados em sonho por Deus que não deviam regressar à presença de Herodes para dar-lhe notícias. Deus conhecia desde o início que o interesse de Herodes pelo menino era maligno (Mt 2:12).
Tão logo os magos partem Deus envia um anjo a José em sonho que lhe diz que deve imediatamente tomar a Jesus e a Maria e fugir para o Egito e permanecer lá até que Deus o avise, porque Herodes haveria de procurar o menino para matar. (Mt 2:13). A noite José toma Maria e o menino Jesus e foge para o Egito, permanecendo lá até a morte de Herodes, o Grande, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor através do profeta Oséias –“...do Egito chamei o meu Filho”. (Os 11:1). Quando Herodes descobre que foi enganado pelos magos, fica bastante irado e manda matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se informara dos magos.
Quando essa matança se verifica cumpre-se mais uma profecia proclamada por Jeremias que dizia: - “Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto, choro e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque não mais existem”. (Mt 2:17-18). Quando Herodes morreu, um anjo do Senhor aparece novamente em sonho a José e orienta-lhe a voltar para Israel com a família, porque os que atentavam contra a vida de Jesus já haviam morrido. Quando José tomou conhecimento de que quem Reinava na Judéia era Arquelau filho de Herodes, temeu ir para lá e, por divina advertência prevenida em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia.
Tendo habitado na cidade de Nazaré onde José exerceu a profissão de carpinteiro e onde Jesus cresceu juntamente a seus irmãos até o início de seu ministério terreno. Deste modo Jesus ficou livre da perseguição do Império Romano por intermédio de Herodes, o Grande. Jesus sofreu bastante para se sair da perseguição de Herodes Antipas, visto que a maldade e a violência eram atributos da família de Herodes. Felizmente Jesus conseguiu esse intento, mas não da perseguição daqueles que não gostavam dele, pois Jesus praticava a caridade, curava enfermos, cegos, aleijados e por essas benditas atitudes os seus seguidores começaram a chamá-lo de Rei dos Judeus, o que aumentou o ódio de Herodes Antipas que se sentia ameaçado. E todos sabem o final que o Cristo teve em virtude da inveja, e o seu final foi a crucificação como blasfemador. Jesus nunca aceitou a ideia de ser rei ou majestade, pois o único tratamento aceito por ele era de Mestre.
Ao chegar aos trinta anos , começava a formular um plano que acreditava levar à destruição completa de toda Roma e seus simpatizantes e partidários judeus representavam, incluindo o estabelecimento religioso corrupto que dirigia o Templo de Jerusalém. O que visionava, encontrou escrito nos textos sagrados dos profetas hebreus. O tempo era chegado, os reinos do mundo estavam para se tornar o Reino de Deus e de seu Messias. Jesus também teve seus momentos de irritação e chegou a chamar Herodes de raposa. Lembre-se de que do escuro menosprezo da Terra, fez Jesus o caminho radiante para os Céus. Se for justo esperar pelo amor que verte sublime do Céu em teu benefício, é preciso derramar esse mesmo amor nas furnas da Terra a que consciências fragmentárias se acolhem, contando contigo para que se eduquem e aperfeiçoem. (Emmanuel). Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AVSPE- DO PORTAL CEN- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE.