Sexta-feira, 18.02.11
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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 18:28
Sexta-feira, 18.02.11
Desafiando o Rio-Mar - As Amazonas
Hiram Reis e Silva, Óbidos, PA, 17 de janeiro de 2011.
“A lenda das Amazonas guerreiras percorreu todas as regiões celestes. Ela pertence àqueles círculos uniformes e estreitos de sonhos e idéias em torno dos quais a imaginação poética e religiosa de todas as raças humanas e todas as épocas gravita quase que instintivamente”. (Alexander von Humboldt)
É do Frei Gaspar de Carvajal o primeiro, e “único”, relato daquele que teria sido, supostamente, um fortuito contato com as temíveis Amazonas americanas. Carvajal afirma que mesmo cansados, doentes e debilitados em decorrência da carência alimentar e da extenuante jornada pelo Rio-Mar, os 59 homens enfrentaram bravamente as famosas Valquírias Latinas. As valorosas indígenas, hábeis no manejo do arco e da flecha, bem nutridas, formosas e adestradas para guerra, foram derrotadas por um punhado de espanhóis famélicos e combalidos.
“O exagero das narrativas corria parelhas com a ingenuidade dos ouvintes. (...) A propensão tendia para deformar tudo. O próprio Pero Vaz de Caminha, na carta enviada a D. Manuel, fabulava a respeito das índias, que a seus olhos propiciatórios pareciam quase tão belas, como as damas de Lisboa. Era este o espírito da época”. (Raymundo Moraes)
Os relatos de Carvajal sobre a expedição de Orellana são fantasiosos, superlativos em relação às riquezas da terra e da população nativa e por diversas vezes contraditórios. Seus devaneios, porém, atingem o clímax ao fomentar a lenda das Amazonas. O imaginário popular foi alimentado, ao longo dos séculos, por pesquisadores despreparados e sensacionalistas. Basta folhear as amareladas páginas da história das civilizações para verificar que em todas as épocas e em todos os continentes, nas mais diversas culturas, a participação das mulheres em expedições militares era usual. Elas sempre participavam, na retaguarda, da preparação do abrigo e do alimento das tropas e, no combate estimulando-os e provendo-os com as armas necessárias e após a refrega cuidando dos feridos ou despojando os mortos.
- Mundurucus: Os Senhores da Guerra
A mais formidável etnia que já existiu no Médio e no Alto Amazonas foi, sem dúvida, a dos destemidos “Senhores da Guerra Mundurucus”. Estes verdadeiros “samurais” americanos adestravam seus descendentes, desde cedo, numa rígida disciplina militar e consideravam o combate como a atividade mais nobre e gratificante da vida de um guerreiro. O porte físico e a altivez do “Povo Mundurucu” impressionava, eram altos, dotados de invejável compleição física e portadores das mais belas e elaboradas tatuagens do planeta. Os complexos desenhos eram gravados quando o jovem guerreiro atingia seus oito anos de idade e eram ampliados, com o passar dos anos, no inverno amazônico, até cobrir-lhe inteiramente o corpo. No combate, os Mundurucus, se faziam acompanhar das mulheres que carregavam suas flechas e, segundo, antigos relatos eram capazes de apanhar as flechas inimigas em plena trajetória. A participação das mulheres no combate, comum em tantas culturas, auxiliando e incentivando e, eventualmente, substituindo os maridos abatidos, pelos inimigos, na peleja gerou a criação do mito das Amazonas brasileiras.
Relatos Pretéritos - Amazonas
Gaspar de Carvajal (1542)
Havia lá uma praça muito grande e no meio da praça um grande pranchão de dez pés em quadro, pintado e esculpido em relevo, figurando uma Cidade murada, com a sua cerca e uma porta. Nessa porta havia duas altíssimas torres com as suas janelas, as torres com portas que se defrontavam, cada porta com duas colunas. Toda esta obra era sustentada sobre dois ferocíssimos leões que olhavam para trás, como acautelados um do outro, e a sustinham nos braços e nas garras. Havia no meio desta praça um buraco por onde deitavam, como oferenda ao sol, a chicha, que é o vinho que eles bebem, sendo o sol que eles adoram e têm como seu Deus. Era esse edifício coisa digna de ser vista, admirando-se o Capitão e nós todos de tão admirável coisa. Perguntou o Capitão a um índio o que era aquilo e que significava naquela praça, e o índio respondeu que eles são súditos e tributários das Amazonas, e que não as forneciam senão de penas de papagaios e guacamaios para forrarem os tetos dos seus oratórios. Que as povoações que eles tinham eram daquela maneira, conservando-o ali como lembrança e o adoravam como emblema de sua senhora, que é quem governa toda a terra das ditas mulheres. Encontrou-se também nessa praça uma casa muito pequena, dentro da qual havia muitas vestimentas de plumas de diversas cores, que os índios usavam para celebrar as suas festas e bailar quando se queriam regozijar diante do já referido pranchão, e ali ofereciam seus sacrifícios com a sua danada intenção. (...) Quero que saibam qual o motivo de se defenderem os índios de tal maneira. Hão de saber que eles são súditos e tributários das Amazonas, e conhecida a nossa vinda, foram pedir-lhes socorro e vieram dez ou doze. A estas nós as vimos, que andavam combatendo diante de todos os índios como capitãs, e lutavam tão corajosamente que os índios não ousavam mostrar as espáduas, e ao que fugia diante de nós, o matavam a pauladas. Eis a razão por que os índios tanto se defendiam. Estas mulheres são muito alvas e altas, com o cabelo muito comprido, entrançado e enrolado na cabeça. São muito membrudas e andam nuas em pelo, tapadas as suas vergonhas, com os seus arcos e flechas nas mãos, fazendo tanta guerra como dez índios. E em verdade houve uma destas mulheres que meteu um palmo de flecha por um dos bergantins, e as outras um pouco menos, de modo que os nossos bergantins pareciam porco espinho. Voltando ao nosso propósito e combate, foi Nosso Senhor servido dar força e coragem aos nossos companheiros, que mataram sete ou oito destas Amazonas, razão pela qual os índios afrouxaram e foram vencidos e desbaratados com farto dano de suas pessoas. (...) Perguntou o Capitão como se chamava o senhor dessa terra, e o índio respondeu que se chamava Couynco, e que era grande senhor, estendendo-se o seu senhorio até onde estávamos. Perguntou-lhe o Capitão que mulheres eram aquelas que tinham vindo ajudá-los e fazer-nos guerra. Disse o índio que eram umas mulheres que residiam no interior, a umas sete jornadas da costa, e por ser Este senhor Couynco seu súdito, tinham vindo guardar a costa. (...) Disse o índio que as aldeias eram de pedra e com portas, e que de uma aldeia a outra iam caminhos cercados de um e outro lado e de distância em distância com guardas, para que não possa entrar ninguém sem pagar direitos. (...) Ele disse que estas índias coabitam com índios de tempos em tempos, e quando lhes vem aquele desejo, juntam grande porção de gente de guerra e vão fazer guerra a um grande senhor que reside e tem a sua terra junto à destas mulheres, e à força os trazem às suas terras e os têm consigo o tempo que lhes agrada, e depois que se acham prenhas os tornam a mandar para a sua terra sem lhes fazer outro mal; e depois quando vem o tempo de parir, se têm filho o matam ou o mandam ao pai; se é filha, a criam com grande solenidade e a educam nas coisas de guerra. Disse mais que entre todas estas mulheres há uma senhora que domina e tem todas as demais debaixo da sua mão e jurisdição, a qual senhora se chama Conhorí. Disse que há lá imensa riqueza de ouro e prata, e todas as senhoras principais e de maneira possuem um serviço todo de ouro ou prata, e que as mulheres plebéias se servem em vasilhas de pau, exceto as que vão ao fogo, que são de barro. Disse que na capital e principal Cidade, onde reside a senhora, há cinco casas muito grandes, que são oratórios e casas dedicadas ao sol, as quais são por elas chamadas caranaí, e que estas casas são assoalhadas no solo e até meia altura e que os tetos são forrados de pinturas de diversas cores, que nestas casas tem elas ídolos de ouro e prata em figura de mulheres, e muitos objetos de ouro e prata para o serviço do sol. Andam vestidas de finíssima roupa de lã, porque há nessa terra muitas ovelhas das do Perú. Seu trajar é formado por umas mantas apertadas dos peitos para baixo, o busto descoberto, e um como manto, atado adiante por uns cordões. Trazem os cabelos soltos até ao chão e postas na cabeça coroas de ouro, da largura de dois dedos. (CARVAJAL)
Cristóbal de Acuña (1639)
LXX - Notícia que Deram os Tupinambás
Através destes índios Tupinambás, que são gente de mais civilização e que não necessitam de intérprete por ser corrente entre eles, como já disse, a língua geral que muitos dos próprios portugueses falam com eloquência por serem nascidos e criados naquelas costas, tivemos algumas notícias que aqui transmitirei. E já que são gente que tem explorado e sujeitado todas as regiões circunvizinhas a sua jurisdição, pode tê-las por certas. (...)
LXXI - Dão Notícias das Amazonas
Com o que também disseram esses Tupinambás, confirmamos as longas notícias que por todo o Rio trazíamos das afamadas Amazonas das quais o Rio tomou o nome desde seus primórdios, não o conhecendo por nenhum outro, senão por este, os cosmógrafos que dele trataram até hoje. E seria coisa de admirar-se que, sem fundamentos tão graves, houvesse usurpado o nome do Rio das Amazonas, podendo qualquer pessoa dar-lhe na cara que através deste nome queria conseguir a fama, com a única razão de vestir-se com o alheio. Não me convenço de sua nobreza, nem é acreditável que, tendo esse Rio tantas grandezas de que lançar mão, só quisesse vangloriar-se de um título que não lhe competia. Seria uma baixeza comum em quem, não conseguindo por seus braços alcançar a honra que deseja, procura mendigá-la do vizinho. Os fundamentos que há para assegurar a existência da Província das Amazonas neste Rio são tantos e tão fortes, que seria faltar com a fé humana não lhes dar crédito. E não trato das importantes investigações que, por ordem da Real Audiência de Quito, fizeram-se com os nativos que habitaram essa região muitos anos, de tudo o que suas ribeiras continham. Uma das principais coisas que asseguraram era estar o Rio povoado por uma tribo de mulheres guerreiras que, sustentando-se sozinhas, sem varões, com os quais apenas durante certo tempo mantinham coabitação, viviam em suas aldeias, cultivando suas terras e conseguindo com o trabalho de suas mãos todo o necessário para seu sustento. Tão pouco faço menção às investigações que pelo Novo Reino de Granada, na Cidade de Pasto, foram feitas com alguns índios, e em particular com uma índia que disse ela mesma já ter estado nas terras onde estas mulheres vivem, acordando em tudo o que já se sabia pelos primeiros dados. Só lanço mão do que ouvi com meus próprios ouvidos e com cuidado averiguei desde que colocamos o pé neste Rio. E não há em termos gerais coisa mais comum, que ninguém ignora, que dizer que nele habitam estas mulheres, dando informações tão particulares que, coincidindo todas, não se pode acreditar que pudesse uma mentira ter se infiltrado em tantas línguas e em tantas nações com tantas cores de verdade. Mas, onde mais luz tivemos do lugar onde vivem estas mulheres, de seus costumes, dos índios que se comunicam com elas, dos caminhos por onde se entra em suas terras e dos nativos que as povoam (que é o que aqui direi) foi na última aldeia, onde termina a província dos Tupinambás.
LXXII - O Rio das Amazonas
A 36 léguas desta aldeia, navegando Rio abaixo, está no lado Norte o Rio das Amazonas, que com o nome de Cunuris é conhecido entre aqueles nativos. Adota este Rio o nome dos primeiros índios que vivem em sua boca, aos quais se seguem os Apanto, que falam a língua geral de todo o Brasil. Após estes estão localizados os Taguau, e os últimos, que são os que se comunicam com as próprias Amazonas, são os Guacará. Têm estas mulheres varonis seu assentamento entre grandes montes e eminentes cerros, dentre os quais o que mais se destaca e que, como mais soberbo, é açoitado pelos ventos com mais vigor e por isso sempre se eleva descalvado (limpo de vegetação), chama-se Yacamiaba. São as Amazonas mulheres de grande valor, que sempre se têm conservado sem contato comum com varões e mesmo quando estes, por um acordo que com elas mantêm, vêm a cada ano a suas terras, elas recebem-nos de armas na mão, que são arcos e flechas. Depois de alguns exercícios, seguras de que os conhecidos vêm em paz, deixando as armas, acodem todas às canoas ou embarcações dos hóspedes e, tomando cada uma a rede que estiver a mão, redes estas que são as camas em que eles dormem, levam-na para sua casa e, dependurando-a onde o dono possa reconhece-la, recebem-nos por hóspedes naqueles poucos dias, após os quais eles regressam a suas terras, repetindo todos os anos esta viagem na mesma época. As filhas fêmeas que desta união nascem elas conservam e criam entre si, que são as que levarão adiante os valores e costumes de sua nação, mas os filhos varões não há muita certeza do que com eles fazem. Um índio, que quando era pequeno havia ido com seu pai a essa visita, afirmou que os filhos varões elas os entregavam a seus pais, quando, no ano seguinte, regressavam as suas terras. Mas outros, e isso é o que parece mais certo por ser o relato mais comum, dizem que tão logo distinguem seu sexo elas os matam. Só o tempo mostrará a verdade. E se estas são as Amazonas afamadas dos historiadores, em sua Comarca estão encerrados tesouros suficientes para enriquecer todo o mundo. A boca do Rio em que vivem as Amazonas está a 2°30’ de altura. (ACUÑA)
Charles-Marie de La Condamine (1743)
IX - As Amazonas Americanas
No decurso de nossa navegação, indagamos por toda parte dos índios das diversas nações, e com grande cuidado o fizemos, se tinham algum conhecimento das mulheres belicosas que Orellana pretendia ter encontrado e combatido, e se era certo que elas se conservavam fora do comércio dos homens, não os recebendo entre si senão uma vez por ano, como nos refere o Padre d”Acuña na sua relação, onde o assunto merece ser lido pela singularidade. Todos nos disseram que ouviram falar disso por seus pais, e juntaram mil particularidades longas demasiado para serem repetidas, e tudo tendente a confirmar que houve no continente uma república de mulheres solitárias, que se retiraram para as bandas do Norte, no interior das terras, pelo Rio Negro, ou por outro que pelo mesmo lado vem ter ao Maranhão. Um índio de São Joaquim d”Omáguas nos dissera que acharíamos talvez ainda em Coari um velho cujos pais avistaram as Amazonas. Soubemos aí que o índio que nos fora indicado havia morrido; mas falamos ao filho que parecia ter 70 anos, e que chefiava os outros índios da mesma aldeia. Ele nos afirmou que o seu avô vira com efeito discorrer tais mulheres pela entrada do Rio Cuchivara, provindo do Rio Caiame, que desemboca no Amazonas pelo lado Sul, entre Tefé e o Coari; que ele chegou a falar com quatro dentre elas; e que uma trazia uma criança ao peito. Ele nos disse o nome de cada uma, e ajuntou que, partindo do Cuchivara, elas atravessaram o grande Rio, e tomaram o rumo do Rio Negro. Omito certos pormenores pouco verossímeis, mas que em nada importam para o essencial da coisa. Abaixo do Coari, os índios nos disseram sempre o mesmo, com algumas variantes nas circunstâncias: mas todos estavam de acordo no principal. Em particular o Tapajós, de que faremos menção a seu tempo mais expressamente. Referiram-se a certas pedras verdes, conhecidas como “das Amazonas”, que dizem haver herdado de seus pais, e estes as tiveram das “cunhantainsecuima”, ou seja, em sua língua, “mulheres sem marido”, entre as quais, ajuntam eles, existem em grande quantidade. Um índio habitante de Mortigura, missão vizinha do Pará, ofereceu-se a mostrar-me um Rio por onde se podia remontar, segundo ele, até pouca distância do país atualmente habitado, dizia o mesmo, pelas Amazonas. Tal Rio se chama Irijó, e depois passei pela sua embocadura, entre Macapá e o cabo Norte. Conforme o reconto do mesmo sujeito, no ponto em que esse Rio deixa de ser navegável por causa dos saltos, há-se de, para penetrar no País das Amazonas, caminhar vários dias pelos bosques da margem do Oeste, e atravessar um país montanhoso. Um velho soldado da guarnição de Caiena, habitando agora próximo dos saltos do Rio Oiapoque, assegurou-me que num destacamento em que ele estava, destacamento enviado pelas terras para reconhecer o país, em 1726, havia penetrado até os amicouanes, nação de largas orelhas que vive acima das nascentes do Oiapoque, e perto das de outro Rio afluente do Amazonas; e que aí ele vira nos pescoços das mulheres dessas mesmas pedras verdes de que acabo de falar; e que tendo perguntado a esses índios donde as tiravam, obteve como resposta que provinham das mulheres “que não tinham marido”, cujas terras demoravam a sete ou oito dias de jornada para o lado do ocidente. Essa nação dos amicouanes habita longe do mar, num país alto, onde os Rios não são navegáveis ainda; assim eles não tinham aparentemente recebido essa tradição dos índios do Amazonas, com os quais não tinham comércio: eles não conheciam senão as nações contíguas às suas terras, entre as quais os franceses do destacamento de Caiena tinham tomado guias e intérpretes. Deve-se preliminarmente notar que todos os testemunhos que acabo de arrolar, outros que deixo de referir, assim como os de que se fez menção nas informações dadas em 1726, e depois os dos governadores espanhóis da província de Venezuela, concordam no fundo na existência das Amazonas; mas o que não merece menor atenção é que enquanto essas diversas relações designam o lugar de retirada das Amazonas americanas, umas para o oriente, outras para o Norte, ainda outras para o ocidente, todas essas direções diferentes concorrem em situar o centro comum de convergência nas montanhas do Guiana, e num cantão onde nem os portugueses do Pará, nem os franceses de Caiena, ainda penetraram. Apesar de tudo, confesso que eu não acreditaria facilmente que as Amazonas aí estão estabelecidas, sem notícias mais positivas, de vizinhança em vizinhança, pelos índios limítrofes das colônias européias da costa da Guiana; essa nação ambulante poderia muito bem ter ainda mudado de residência; e o que me parece mais verossímil que tudo o mais é que elas perderam com o tempo seu antigo costume, ou porque tenham sido subjugadas por outra nação, ou porque cansadas de tanta solidão as jovens acabaram por olvidar a aversão materna com respeito aos homens. Assim, quando hoje não se achassem mais vestígios dessa República de Mulheres, não se pode dizer que ela não haja alguma vez existido. Aliás, basta para a verdade do fato que tenha havido na América um povo de mulheres, que não consentiam os homens em sua sociedade. Seus demais costumes, e particularmente o de se cortarem uma das tetas, como o Padre de Acuña nos relata à fé dos índios, são circunstâncias acessórias e independentes, e foram provavelmente alteradas, e talvez acrescentadas pelos europeus preocupados pelos usos que se têm atribuído às Amazonas da Ásia; o amor do maravilhoso lhes terá feito adotar pelos índios nos seus relatos. Não se disse com efeito que o cacique que advertiu Orellana de fugir às Amazonas (que ele chamava em sua língua comapuyaras) haja aludido à mama decepada, e o nosso índio de Coari, na história do avô que viu quatro Amazonas, uma das quais a aleitar um filho, não se refere absolutamente a essa particularidade tão propositada a se fazer notar. Mas chego ao principal. Se para negar a lenda alguém alega a falta de verossimilhança, e a quase impossibilidade moral de poder estabelecer- se e subsistir uma tal república, eu não insisto no exemplo das antigas Amazonas asiáticas, nem das Amazonas africanas modernas, pois que aquilo que lemos nas histórias antigas e modernas é, pelo menos, misturado de muitas fábulas, e sujeito a contestações. Contento-me de assinalar que se alguma vez pôde haver Amazonas no mundo, isso foi na América, onde a vida errante das esposas que acompanham os maridos à guerra, e que não são mais felizes no lar, lhes deve ter feito nascer a idéia e ocasião frequente de se furtarem ao jugo dos tiranos, buscando fazer para si um estabelecimento onde pudessem viver na independência, e pelo menos não serem reduzidas à condição de escravas e bestas de carga. Semelhante resolução, uma vez tomada e executada, não teria nada de extraordinário, nem de mais difícil do que o que se observa todos os dias em todas as colônias européias da América, ou não é senão demasiado comum que servos maltratados e descontentes fujam aos bandos para os bosques, e não raro sós, quando não acham a quem associar-se, e que aí passem assim vários anos, e talvez toda a vida em solitude. Sei bem que todos, ou quase todos os índios da América Meridional são mentirosos, crédulos, encasquetados com o maravilhoso; mas nenhum desses povos ouviu ainda falar das Amazonas de Diodoro da Sicília, e de Justino. Entretanto, já se tratava das Amazonas entre os índios do interior, antes que os espanhóis aí houvessem penetrado, e delas se fez menção entre povos que não tinham jamais visto europeus. É o que prova o conselho dado pelo cacique a Orellana, bem como às suas gentes, e ainda as tradições referidas pelo Padre d”Acuña e pelo Padre Baraze. É crível que selvagens de lugares distantes fossem acordes em imaginar, sem qualquer fundamento, o mesmo fato, e que esta pretensa fábula fosse adotada tão uniforme e universalmente em Mainas, no Pará, em Caiena, e em Venezuela, entre tantas nações que não se entendem absolutamente, e que não têm nenhuma comunicação? De resto, não fiz enumeração de todos os autores e viajantes de tantas nações da Europa, que há mais de dois séculos vêm afirmando a existência das Amazonas americanas, e alguns pretendem havê-las visto. Contento-me de aludir aos novos testemunhos que tivemos ocasião de recolher, M. Maldonado e eu, em nossa rota. Pode-se ver esta questão tratada na “Apologia” do primeiro tomo do Teatro Crítico do célebre Padre Feijó, beneditino espanhol, feita pelo seu sábio discípulo Padre Sarmiento, da mesma congregação. (CONDAMINE)
José Monteiro de Noronha (1768)
62. Do Rio das Trombetas até a boca inferior do Rio Nhamundá na mesma margem Setentrional do Amazonas, são seis léguas. E em distância de oito léguas por Este Rio acima está a Vila de Faro na margem oriental, na qual se termina a Capitania do Pará pela margem Setentrional do Rio das Amazonas, servindo a margem ocidental do Nhamundá de limite, e princípio da Capitania de São José do Rio Negro.
63. Na boca deste Rio se diz, que fora Francisco de Orellana acometido por aquelas mulheres, a que chamam Amazonas, e deram o nome ao Rio, das quais se conserva uma” constante tradição entre os índios; posto que confusa em algumas circunstancias. Os mais deles afirmam, que depois de algumas transmigrações, se internaram as Amazonas no Rio das Trombetas declarado em o parágrafo 61.
64. Vicente Maria Coroneli no seu “Atlante Veneto” dá por fabulosa a semelhança das Amazonas Americanas com as Asiáticas na circunstancia de não admitirem varões na sua república, e buscarem fora dela os estranhos em determinado tempo do ano, para se fecundarem: E só tem por Certo, que em um desembarque, que fez Orellana nas ribeiras do Rio Amazonas, o acometeram os índios do país, vindo entre eles juntamente as mulheres armadas em guerra. A favor delas está a opinião comum, que teve origem, e subsiste desde que Orellana navegou por Este grande Rio, como se pôde ver largamente na demonstração “Crítico Apologética” do teatro critico universal do doutíssimo Feijó, - escrita pelo mestre Frei Martinho Sarmento, e na “Ilustração Apologética” do mesmo Feijó ao 1°, e 2° tomo do seu “Teatro Crítico” discurso 16.
65. Não abono de infalível a verdade da historia, e tradição dele. Persuado-me com tudo, que se não pode negar sem temeridade um fato histórico, atestado por Francisco Orellana, e por todos os soldados da sua comitiva, e armada, justificado solenemente na Audiência Real de Quito, e na Cidade de Pasto; conservado na memória dos índios por participação dos seus maiores nos domínios de Portugal, Espanha, e França; sendo bem inverossímil, que não tendo eles notícia das Amazonas Asiáticas, conspirassem casualmente para uma fábula revestida das mesmas circunstâncias; e um fato em fim, que não encontra dificuldade maior; que prudentemente o dissuada; pois nenhuma há, que se oponha invencivelmente a existência da dita Republica, ou presente, e atual; ainda que se não saiba dela; por se não ter penetrado o interior de todos os sertões; ou passada, e já agora extinta; ou porque vencida a República por outra nação de índios, perdesse o seu antigo costume debaixo de um domínio estranho; ou porque reduzida a menor número de indivíduos, por causa de guerras, e largas peregrinações, admitiu voluntariamente homens na sua sociedade, como discorre Mr. de Condamine no extrato do diário da sua viagem página 58. (NORONHA)
Spix e Martius (1819)
A série de outeiros, que se estendem desde Óbidos até o Rio Trombetas, cerca de uma milha alemã, vai-se abaixando pouco a pouco, e avistamos esse Rio, que verte suas águas claras numa vasta baía do Amazonas. Segundo informa Acuña, aqui foi que, desembarcada, a guarnição de Orellana sofreu o ataque de índios, em cujo número combatiam mulheres, e, portanto é o ponto clássico para a etnografia e geografia do maior Rio, que deriva seu nome desse fato, tantas vezes floreado e posto em dúvida. Espera, portanto, o leitor, com razão, que, por minha vez, eu me manifeste a respeito das Amazonas; para não interromper muito o curso da narração, basta declarar que não acredito na existência delas, quer no passado, quer no presente. Pelo geral interesse que o assunto desperta, confie o leitor na declaração que nós, o Dr, Spix e eu, não poupamos esforço para obter alguma luz ou certeza sobre o caso. Entretanto não avistamos em parte alguma qualquer amazona, nem soubemos de pessoa fidedigna de origem europeia, fato algum que de longe se referisse a essa tradição fabulosa. Na verdade, os índios falavam a esse respeito de tal modo que, com alguma imaginação ativa, sem dificuldade poderia deduzir-se tudo que é necessário para apoiar a lenda. À pergunta: - Existem Amazonas?, a resposta deles, por via de regra, é: - Ipu (parece que sim). É, porém, a própria pergunta que já contém todas as qualidades atribuídas as Amazonas, pois não há na língua geral termo próprio para designar “amazona”, de sorte que o índio só precisa responder na afirmativa ao seu modo, e já está pronta a lenda. (...)
Nota I - Se uma circunstância parece indicar que na América do Sul existiam ou ainda existem Amazonas, semelhantes às que se atribuem à Ásia, é a extraordinária divulgação da lenda neste continente: Orellana foi avisado por um cacique, a cerca de um povo de mulheres guerreiras, que esse índio chamava de cunhá-puiára (talvez fosse ele da tribo dos Omáguas, que falavam a língua geral), e encontrou, em 1542, no Rio Cunuris, hoje Trombetas, entre os homens, mulheres combatentes. A “Relação” de Acuña acrescenta ao simples fato todas as lendas, que, desde aquela época, têm sido tão repisadas... Talvez quisessem descrever a Orellana a feição belicosa de certa tribo, contando que até as mulheres pegavam em armas, e a vista de algumas dessas mulheres, que combatiam ao lado dos maridos, nas refregas à beira do Rio Trombetas, veio completar a fábula. (SPIX e MARTIUS)
Paul Marcoy (1847)
No lugar de poucas mulheres lutando entre os índios na embocadura de um afluente insignificante do grande Rio, esse último tornou-se inteiramente povoado de mulheres guerreiras cuja audácia era comparável à das Amazonas asiáticas. Em 1744, quando desceu o Amazonas, La Condamine deteve-se na missão de São Tomé que então florescia à entrada do canal de Cuchiguara, supostamente uma das bocas do Purus. Aqui o nosso viajante teve a sorte de encontrar um Sargento-mór da artilharia chamado José da Costa Pacorilha cujo avô, dissera o homem, havia realmente visto uma dessas mulheres guerreiras do Nhamundá para as quais, por dois séculos, haviam-se dirigido os telescópios da ciência e os binóculos dos sábios. Ela tinha vindo, conforme as assertivas daquele homem, do Rio Caiamé (igarapé de águas pretas localizado entre Tefé e Jutica). Respondendo a certas questões delicadas que La Condamine ousou colocar em relação aos costumes daquelas senhoras, o Sargento-mór, sempre falando por seu avô, disse que as opiniões a respeito estavam divididas. Conforme alguns as Amazonas eram tão radicalmente modestas que repeliam a ponta de lança aqueles que vinham pedir seus favores; conforme outros, elas cediam uma vez por ano aos Guacaris - leia-se Huacaris - uma tribo de índios estabelecida na encosta da serra de Yacamiaba, entre a Guiana portuguesa e o Rio Amazonas. La Condamine, ao voltar para a França, pondo fé na narrativa do seu informante, publicou uma elaborada dissertação sobre as Amazonas americanas, oferecendo como prova da sua existência o relato original de Orellana - um pouco modificado, é verdade - e a declaração de uma índia da Sierra equatorial que dizia ter visitado as Amazonas em seu país, mas esquecera o caminho que levava até lá e não sabia dar qualquer informação sobre a sua localização geográfica. As absurdas declarações dessa mulher, feitas e publicadas na Cidade de Pasto e por ela repetida diante da Real Audiência de Quito, haviam sido transcritas por um escrivão oficial, assinadas por um juiz e diversas testemunhas e depositadas como documento oficial no arquivo da Cidade. Desses relatos colhidos por La Condamine e por ele apresentados como provas não era fácil chegar a uma conclusão racional. Mas os sábios não estavam dispostos a entregar os pontos e tiveram muito trabalho para chegar ao conhecimento dos fatos e elucidar a questão. A circunstância de as Amazonas do Nhamundá terem-se dado por satisfeitas em cruzar lanças com Orellana e nunca mais terem aparecido era um grande inconveniente. Esse enigma feriu o orgulho dos sábios empenhados numa luta contra o impossível, que optaram pela suposição de que essas mulheres guerreiras teriam migrado para alguma região desconhecida. Alguns sugeriram que, deixando o Nhamundá, elas teriam subido o Amazonas até a foz do Caiamé; outros imaginaram que elas teriam subido o Rio Trombetas até as nascentes; outros ainda que elas teriam passado do Rio Urubu ao Negro e deste para o Branco de onde, acompanhando o limite Ocidental das Guianas, teriam-se fixado na Guiana brasileira na esperança de lá poder passar em paz o resto de seus dias. Raleigh, Laet, Acunha, Feijó, Sarmiento e Coronelli escreveram copiosamente sobre o tema. Além de refutar a existência passada e presente das Amazonas americanas como um povo separado, e mesmo como um corpo separado de guerreiros, queremos salientar aqui que viragos (mulher varonil) ou marimachos (mulher com modos de homem) não são absolutamente raros no continente meridional. Muitas mulheres acompanham na guerra seus maridos e irmãos, seja contendo o seu ímpeto, seja estimulando-os quando necessário com seus gritos e invectivas (insultos). Elas recolhem as lanças que foram arremessadas, provêm os guerreiros de flechas e quando a luta termina cuidam dos feridos e despojam os mortos. Essa é a parte que as mulheres tomam na guerra entre os Murucuris no Leste, os Mayorunas no Oeste, os Otomacs no Norte e os Huatchipayris no Sul. O leitor lembrará de como a brava mulher Ticuna do Atacuary afundou a lança no jaguar que havia arrancado o escalpo do seu marido. Esse temperamento belicoso do sexo frágil na América do Sul não se limita às Índias que vivem na mata. Ele caracteriza também as suas irmãs civilizadas que vivem nas cidades serranas da costa do Pacífico. As mulheres dos soldados chilenos seguem-nos na guerra com devoção canina, embora voltem a abandoná-los quando a paz é concluída. Elas preparam a comida e os abrigos campais, participam das expedições de saque para acrescentar algum luxo ao seu pobre cardápio e ajudam a devastar as terras conquistadas. Também as “rabonas” do Peru, ao mesmo tempo “huarmipamparunacunas” e vivandeiras (mulheres que se encarregam dos mantimentos das tropas em marcha), formam batalhões às vezes mais numerosos que os esquadrões de guerreiros e os precedem como batedoras ou os seguem como retaguarda. Elas recolhem tributos nos povoados que atravessam e, quando há oportunidade, saqueiam, pilham e queimam sem o menor escrúpulo. Elas são, sem dúvida, verdadeiras Amazonas de caráter forte e selvagem. No tempo em que Francisco de Orellana e seus companheiros desceram o Rio, esses fatos eram porém ignorados pelos europeus; e a visão de mulheres lutando entre os índios, ou incitando-os à luta foi para os aventureiros tão nova quanto surpreendente. Quando eles voltaram para a Espanha, o que contaram a seus compatriotas foi, como já observei, logo modificado e desfigurado pelo exagero e pelo gosto do maravilhoso que lhes é natural e que parecem ter herdado dos Mouros, seus antepassados. É a esse costume de ampliar, enobrecer e idealizar fatos ordinários - um hábito que se tornou uma segunda natureza para os espanhóis - que as índias do Rio Nhamundá devem a honra de serem comparadas às célebres mulheres guerreiras da Trácia. Estando agora cabalmente demonstrado que as viragos de Orellana e suas descendentes viveram e vivem em todas as partes da América do Sul, elas jamais existiram em qualquer parte do continente como um corpo governante; as obras dos sábios que tratam esse conto romântico como uma história verdadeira não tem mais valor que o papel velho em que estão escritas, e que seria mais útil para fazer embrulhos num armazém. (MARCOY)
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Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
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Sexta-feira, 18.02.11
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Desafiando o Rio-mar – Óbidos
Hiram Reis e Silva, Óbidos, PA, 19 de janeiro de 2011.
“Óbidos, noutro tempo Pauxis, nome dos índios para cujo estabelecimento teve princípio, Vila considerável, situada numa colina com alguma regularidade, e uma grande Praça no centro, junto à embocadura Oriental do Rio das Trombetas, com espaçosa vista para o Amazonas, cujas águas nesta paragem correm todas por um canal de oitocentas e sessenta e nove braças de largura; mas de tal profundeza, que tendo sido várias vezes sondado, não se lhe achou fundo. Tem uma magnífica igreja paroquial dedicada a Sant’ana. Fica dezesseis léguas ao poente de Alenquer. Seus habitantes recolhem diversidade de víveres, algodão, e grande quantidade de cacau, que é um dos mais bem reputados da capital”. (Manuel Aires de Casal - 1817)
- Origem do nome
Ao contrário do que se possa pensar, o nome “Óbidos” não deriva, absolutamente, como afirmam alguns autores desavisados, da parônima “óbitos”, mas sim do termo latino “oppidum”, significando “cidadela”, “cidade fortificada”.
Parônimo: palavra que embora apresente forma semelhante na grafia e pronúncia possui significado diferente, provocando, por vezes, confusão.
- Óbidos Lusitana
É cidade “irmã” da Óbidos homônima portuguesa situada no Centro-Oeste de Portugal, a 80 km ao Norte de Lisboa, e pertence ao Distrito de Leiria. Possui um notável conjunto arquitetônico que se aninha harmoniosamente entre as muralhas do seu castelo, que alguns julgam ser de origem romana. Seu Festival do Chocolate e belezas naturais alcançaram fama internacional atraindo milhares de turistas anualmente. Sua excelente localização junto ao mar e proximidade da Lagoa de Óbidos despertou interesse de diversos povos ao longo dos séculos entre eles, Romanos, Árabes e Visigodos. A criação da Vila que remonta ao século I, teve origem na cidade de “Eburobrittium” - metrópole romana, próxima a atual Vila de Óbidos e que escavações arqueológicas, ainda em andamento, deixaram parcialmente a descoberto.
- Histórico
Óbidos é uma das cidades paraenses tidas como “irmã” de Portugal. No continente europeu existe, também, um lugar conhecido como Vila de Óbidos, a 95 km de Lisboa. Além da herança do nome, a Cidade de Óbidos do Pará herdou tradições dos colonizadores portugueses. As ruas estreitas e ladeiras acentuadas, as mercearias de esquina e os amplos sobrados e casarios que datam do século XVII, XVIII, XIX e XX são alguns dos retratos de Portugal em plena Amazônia. A Cidade está localizada na parte mais estreita e profunda do Rio Amazonas. As ruas de Óbidos são uma recordação do passado. Cada um de seus monumentos conta um pouco da história da Cidade, fundada por volta de 1697.
- Marcos Históricos Obidenses
Forte de Santo Antônio dos Pauxis de Óbidos: símbolo da fundação do município foi edificado aonde existia uma tribo de índios Pauxis. Ocupando um ponto dominante à margem esquerda do Amazonas, próximo à foz do Trombetas, podia ser avistado à distância pelos navegantes subiam ou desciam o Rio-mar. A localização estratégica era mais um marco da consolidação do domínio português na Amazônia e a escolha do sítio levou em conta, fundamentalmente, o fato de ser ali a parte mais estreita do Rio Amazonas (1,8 km). O Forte garantia que as embarcações que cruzassem o Amazonas, à sua frente, fossem obrigadas a parar, e pagar o do dízimo à Coroa Portuguesa.
Fortaleza Gurjão: construída na Serra da Escama foi erguida no início do século passado, juntamente com o Quartel de Artilharia, para guarnecer e defender a região. Sua floresta totalmente preservada oferece uma boa alternativa de lazer aos amantes do ecoturismo.
Igreja de Nossa Senhora de Sant´Ana: os padres Capuchinhos da Piedade, vindos da Cidade do Porto com objetivo de catequizar os índios Pauxis ergueram a bela igreja em fevereiro de 1827. Anualmente, no segundo domingo do mês de julho, é realizado o Círio de Sant’Ana. Participam do evento fiéis Cidade e dos municípios vizinhos.
Capela do Bom Jesus: foi erguida na parte mais alta da Cidade, e é fruto de uma promessa dos obidenses para que a Cidade fosse poupada de novos ataques cabanos. A Cabanagem, movimento ocorrido entre 1831 e 1840, deixou milhares de mortos em todo o estado. Os revoltosos chegaram à Cidade depois de tomar as cidades vizinhas e foram autorizados a desembarcar depois de assegurar que suas intenções eram amistosas. Na calada da noite, porém, tomaram o Forte e se apossaram de armas, saquearam cometeram todo o tipo de atrocidades contra os indefesos obidenses. Sob o comando do Padre Raimundo Sanches de Brito e de seu irmão, também religioso, Antônio Manuel Sanches de Brito, os rebeldes foram dominados e expulsos.
Casarios no estilo português: em decorrência do grande número de edificações de origem lusitana a região é considerada a mais portuguesa das cidades ao longo da linha do Equador. A Secretaria Executiva de Cultura do Estado do Pará e a Universidade Federal do Pará procura manter viva a história de Óbidos retratando em painéis, colocados nas fachadas dos casarios antigos, prédios históricos e principais monumentos da Cidade, os dados mais importantes de cada um, é o chamado Museu Contextual.
- Cronologia Histórica
A localização do Forte, portanto, levou em conta sua localização estratégica às margens do Rio Amazonas onde seu curso apresenta um estreitamento considerável sendo possível monitorar a passagens dos navios com facilidade.
1697 - ao subir o Rio Amazonas, com destino ao Rio Negro, o governador e Capitão-general Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho verificou ser a margem esquerda muito favorável para a construção de um forte, pois com ele seria mais fácil garantir a hegemonia portuguesa no Amazonas. E entregou a Manoel da Mota e Siqueira a construção do Forte. Em torno da obra, os capuchos da Piedade estabeleceram um aldeamento de índios no Rio Trombetas, chamado Pauxis, nome que foi dado também à Fortaleza.
1758 - a aldeia prosperou e o forte servia para registrar o movimento de embarcações que desciam e subiam o Rio, até que, em março deste ano, o Capitão-general Francisco Xavier de Mendonça Furtado, ao passar pela aldeia dos Pauxis, elevou-a a Vila, aumentando-a com mais duas aldeias próximas, com o nome de Óbidos, constituindo dessa forma, o Município, sob o orago de Senhora Santana.
1833 - foi mantida como Vila nas sessões do conselho da Província, de 10 a 17 de maio, porém seu nome foi alterado para Pauxis.
1854 - Resolução n° 25, de 2 de outubro, determinou que fosse chamada novamente Óbidos.
1868 - a Fortaleza por foi reconstruída pelo major de engenheiros Marcos Ferreira de Sales, que a fez semicircular com dez canhões. Fizeram-lhe algumas obras importantes, tais como a construção de plataformas corridas em cantarias de Lisboa, arrecadação de armamento e quartel, ficando fechada por duas cortinas a Leste e a Oeste.
1889 - adesão de Óbidos ao Regime Republicano ocorreu na sessão da Câmara Municipal, de 26 de novembro.
1890 - dentro da nova organização municipal, o Governo Provisório do Pará, pelo Decreto n° 44, de 19 de fevereiro, extinguiu a Câmara Municipal de Óbidos. No mesmo dia, e pelo Decreto n° 54, criou o Conselho de Intendência Municipal, nomeando para Presidente o tenente-coronel Joaquim José da Silva Meireles.
1900 - durante o governo do Dr. Paes de Carvalho, dissidências políticas concorreram para a extinção dos municípios de Juruti, Oriximiná e Quatipuru através da Lei n° 729 de 3 de abril. O território de Oriximiná deveria ser dividido entre os municípios de Faro e Óbidos, o que, na realidade, não aconteceu pelo fato de o Município ficar anexado somente ao segundo.
1924 - em 23 de julho eclodiu um movimento revolucionário em Manaus, com a determinação de depor o governador interino e acabar com a oligarquia reguista. Após a dominação de Manaus e o resto do Amazonas, os revolucionários decidiram, então, conquistar toda a Amazônia, sendo Óbidos o primeiro alvo: de lá, segundo os planos traçados, tomariam o resto do Baixo Amazonas e investiriam contra Belém. Não houve dificuldade na tomada de Óbidos: o capitão Dubois intimidou o Comandante da Artilharia, capitão Oscar Bastos Nunes, que entregou a Fortaleza, para evitar o bombardeamento da cidade e o afundamento de uma lancha que conduzia mulheres e crianças. Instalados os revolucionários, dias depois chegava à cidade o tenente Barata, para assumir o comando da Fortaleza e dali dar inicio ao ataque a Belém, via Santarém. No dia 11 de agosto aportou em Belém o paquete Paconé, conduzindo o Comandante em chefe da expedição legalista, o general João de Deus Menna Barreto, que assumiu o comando da 8ª Região Militar, instalando o Quartel-general a bordo de sua embarcação. Já em Belém estava sufocado o movimento liderado por Assis Vasconcelos e a cidade encontrava-se em perfeita ordem. Os legalistas temiam apenas que o navio revolucionário Ajuricaba, viesse atacar a cidade. No dia 16 a expedição saiu de Belém, rumo ao Amazonas. Dia 19 ocuparam Santarém, restabelecendo a legalidade. A 26, o general Menna Barreto comunicou a rendição da Fortaleza de Óbidos, quando foram presos os tenentes revolucionários, entre eles, Manoel Barata. No dia 30 de agosto, Manaus era ocupada pelas forças legais e o coronel Raimundo Barbosa comissionado no cargo de governador.
1932 - o General Bertoldo Klinger levantou as tropas de São Paulo, visando a reconstitucionalização do país. No Pará houve reflexos em duas cidades: Óbidos e Belém. Em Óbidos o ex-Promotor Demócrito Noronha foi designado pelo Coronel Pompa, enviado pelo General Klinger, para ser o chefe civil da revolução. Demócrito tomou as primeiras providências: mandou prender o Prefeito da cidade, Coronel Freire, afastou o Juiz de Direito, Abdias de Arruda, e suspendeu todos os serviços judiciários. Isso tudo a 17 de agosto. Dois dias depois, seguiu para Manaus a bordo dos navios “Jaguaribe” e “Andirá”, que foram apreendidos no porto pelos revolucionários. O plano era tomar o governo do Amazonas e depois descer o Rio Amazonas em direção a Belém. Passando por Parintins já encontrou a cidade dominada, tomou algumas medidas administrativas e rumou para Itacoatiara. A aventura revolucionária terminou defronte daquela cidade amazonense. Um fim trágico, pois ali os navios revolucionários foram atacados por possantes navios de guerra. Esse fato é chamado de “Batalha Naval de Itacoatiara”. Alguns revolucionários foram capturados e enviados para Manaus, de lá, despachados para Belém à chegada dos quais rebentou uma revolta, sufocada por Magalhães Barata. O Coronel Pompa fugiu de Óbidos logo que soube da rendição dos paulistas.
1943 - estabelecida à divisão judiciária-administrativa, para o período 1944-48, apresentada pelo decreto-lei n°. 4.505, de 30 de dezembro de 1943, em que o município de Óbidos ficava constituído somente pelo distrito sede, situação que se encontra até hoje.
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
Desafiando o Rio-mar – “Homem, conhece a ti mesmo!”
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 10 de fevereiro de 2011.
“Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”. (Sócrates)
- Sócrates
Considerado um dos maiores pensadores da Grécia Antiga nasceu por volta do ano de 470 AC e dedicou seus primeiros estudos à essência da natureza da alma humana. Suas ideias inovadoras e qualidades de orador atraíram a atenção não só dos jovens atenienses, mas da elite conservadora que encarava Sócrates como um agitador e inimigo público. Acusado de perverter a juventude foi preso e condenado a suicidar-se tomando cicuta, em 399 AC. Uma das frases mais conhecidas atribuída ao venerável sábio é: “Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”.
- E-mail do Ir:. Carlos Afonso Urnau Athanasio
Hiram, querido Irmão, SFU!!!
Cumprimentos efusivos pela conclusão de mais uma obra! Frederico Westphalen está te acompanhando, diariamente, através dos teus relatos; professores, funcionários públicos, profissionais liberais, dentre outros, bebem do teu conhecimento. Verifico, que não falastes do “conhece a ti mesmo”, como resultado das tuas remadas pelo sem fim do Rio-Mar.
- Resposta ao Ir:. Carlos Afonso
“Na água que avançava devagarzinho, via seu rosto como num espelho e nessa imagem havia algo que lhe despertava recordações, algo de que se esquecera e que lhe voltava à memória, quando refletia um pouco: esse rosto parecia-se com o de outra pessoa que ele, Sidarta, em tempos remotos, conhecera, adorara e temera. (...) E a voz do Rio ressoava, cheia de saudade, cheia de doloroso pesar, cheia de insaciável desejo”. (Hermann Hesse - Sidarta)
Caro amigo para mim o ato de navegar transcende ao ato físico de impulsionar uma embarcação a remo. Navegar é sonhar, é deixar-se impulsionar pelas forças da natureza para a Terceira Margem, é tornar-se capaz de dissipar as brumas e avistar novos e imaculados horizontes, é deixar a alma entrar em contato com os seres da natureza e receber deles a energia e o conhecimento ancestral. Por isso amigo, afirmo categoricamente que não navego pelos Rios, mas com os Rios, eles me contam histórias, ensinam coisas das águas, das gentes, e das terras. Ao remar meu corpo se funde com o Universo e ao inspirar a suave brisa ela invade meus pulmões tonificando cada órgão, cada célula. Esses infindáveis remares estimulam meus sentidos e fazem-me elevar o pensamento ao Grande Arquiteto do Universo. Tomo conhecimento de minha pequenez física ao mesmo tempo em que reconheço minha grandeza espiritual. Perguntas-me a respeito da célebre frase atribuída a Sócrates e te respondo, amigo, são muitos conheceres, muitos personagens, muitas vidas e não sei se seria capaz de conseguir expor adequadamente minhas ideias e nem mesmo se deveria fazê-lo.
- O Profissional Apaixonado
Abracei a carreira das armas com muita paixão. Afirmo que em toda a minha vida jamais trabalhei, somente me diverti porque sempre fiz o que amava e me dava satisfação. Construí estradas, lancei bueiros e pontes atendendo às normas técnicas mais apuradas e em tempo recorde, comandei o PELOPES do 6° BECmb, campeão da 6ª DE e, principalmente participei, com muito orgulho, da formação de Cadetes e alunos do CPORPA. Nos Batalhões de Engenharia de Construção onde se trabalhava das 4h30 às vinte e duas horas, todos os dias da semana, os resultados eram por demais palpáveis e recompensavam sobejamente o esforço e o suor derramado. Rezei pela cartilha de meu pai que soube, sempre, ouvir e valorizar seus subalternos e com eles, humildemente, aprender. Emociono-me quando observo o anônimo e patriótico trabalho dos jovens militares e vêem-me à mente as palavras do poeta Domingos José Gonçalves de Magalhães (Visconde de Araguaia) – “A ti me voto inteiro, Tu és o meu amor, minha alma é tua”.
- O Esposo
Deixo, propositalmente, esta análise sem o adjetivo apropriado, pois não sei qual seria o termo adequado para qualificá-lo. Uma mágoa me acompanhará, porém, eternamente pela vida afora, não consigo me conformar ou encontrar justificativa que atenue minha aflição. Somente remando consigo, momentaneamente, esquecer este sentimento de culpa que carrego: o de ter entregado minha esposa nas mãos de um médico incompetente e desqualificado. Nada que eu faça agora poderá remediar sua situação e este fardo parece, cada dia, pesar mais e mais.
- O Pai
As atividades profissionais me afastaram de seu convívio e reconheço que muitas vezes fui um pai ausente. Minha esposa assumiu todos os encargos sem jamais reclamar e enfrentou todos os desafios como uma verdadeira “Rainha das Valquírias”. Infelizmente, não possibilitei a meus filhos a educação e as oportunidades que eles mereciam. As despesas com o tratamento de minha esposa nestes sete longos anos impediu qualquer tipo de investimento em benefício deles. É outra culpa, outra dor enorme que me aflige, felizmente eles compreendem a situação e jamais me cobraram nada e sempre me apoiaram.
- O Irmão
Alguns dizem que irmãos não se escolhe, são impostos por Deus e pelos laços sanguineos, mas, felizmente sempre pude contar com apoio deles e eles com o meu. Novamente as incontáveis transferências não permitiram, no passado, que pudéssemos permanecer juntos o tempo bastante e hoje, sempre que possível, procuramos corrigir isso.
- O Amigo
Meus amigos de sempre, meus novos amigos, amigos físicos e virtuais, são os responsáveis por tudo que tenho realizado nas minhas jornadas aquáticas. Não seria possível sem eles, meus filhos, parentes e irmãos manter o foco, a sanidade, a esperança. São os alicerces daquilo que acabou se tornando meu Projeto de vida, meu bálsamo mágico. O estímulo diário de cada um deles, através de palavras carinhosas, de e-mails estimulantes faz-me manter a cabeça erguida frente a tantas vicissitudes.
- O Argonauta
Não tenho parâmetros para saber se meu esforço como canoísta é demasiado ou não para um sexagenário. O contato com a natureza e as águas parece afastar o cansaço e as dores musculares. Os desafios mantêm-me alerta, estimulado, jovem. Parar seria sucumbir ao desânimo e à dor. Já afirmei anteriormente que nada temo quando remo porque sinto como se Ele estivesse empurrando o meu remo e impulsionando a popa do caiaque.
- O Mestre e o Discípulo
Tive o privilégio de ser chamado para ministrar aulas no Colégio Militar de Porto Alegre há dez anos e desde lá tenho tido a honra e a satisfação de aprender com meus queridos alunos. Pobre daquele que está satisfeito com o que sabe, pobre daquele que perdeu a capacidade de indagar. O Mestre deve ser capaz de se maravilhar não apenas com o extraordinário, mas também com as coisas do cotidiano. Aprendemos desde o ventre materno e continuaremos esta incessante busca mesmo depois que nossas carnes tenham virado pó.
- Pequeno deus
Talvez não tenha respondido às indagações de meu querido amigo Carlos, mas, certamente, faço, aqui, uma confissão pública de minhas limitações, de minhas dores, de meus anseios e de minhas crenças. Encerro dizendo que ao descer o Rio Negro e passar um dia inteiro remando, sem avistar viva alma senti-me no paraíso, um Adão moderno, um pequeno deus solitário a vagar por um paraíso de águas negras.
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
Desafiando o Rio-mar – Minas do Rei Salomão?
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 11 de fevereiro de 2011.
“O que não é mais possível contestar com legítimos fundamentos é que estamos na América em presença de vestígios de uma civilização antiga muito superior a das populações que aqui encontramos. (...) O selvagem que os portugueses encontraram aqui não poderia ter sido o autor dessa infinidade de objetos exumados dos cemitérios antigos de alguns dos sambaquis e das aldeias ou malocas soterradas: ídolos, instrumentos, artefatos de uso doméstico, adornos, etc, etc” (Bernardo Ramos)
- Origem das Inscrições Rupestres Americanas
Antes de iniciar a descida do Amazonas de Manaus até Santarém fui presenteado pelo caro amigo e mestre Altino Berthier Brasil com o livro “Inscripções e Tradições da América Pré-histórica”, editado em 1929, do professor, arqueologista e pesquisador amazonense Coronel Bernardo Azevedo da Silva Ramos, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Estado do Amazonas, além de uma série de instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras. Fiquei fascinado com o presente já que as inscrições que eu observara no Solimões e seus afluentes e, principalmente na foz do Jaú, no Rio Negro, haviam chamado minha atenção. No Rio Amazonas esse tipo de pinturas e petróglifos podem ser encontrados no rio Urubu, Itacoatiara, Oriximiná, Óbidos, Alenquer e outros tantos sítios que não pudemos observar em virtude das cheias. Ao regressar de minha jornada iniciei a leitura da obra de Bernardo Ramos, hoje considerada muito rara. O pesquisador assegurava que muitas das inscrições rupestres encontradas na América tratavam-se de “escritas primitivas”, comparando-as com as letras de alfabetos conhecidos, propondo, depois de uma ampla análise das inscrições rupestres encontradas em todo o continente americano, que elas teriam sido realizadas por fenícios e gregos, vinculando, portanto, a antiguidade brasileira à antiguidade do Oriente Médio e da Grécia. A obra de Bernardo Ramos baseava-se na controvertida publicação de Enrique Onffroy de Thoron. No seu livro “Antiguidade da Navegação do Oceano. Viagens dos navios de Salomão ao rio das Amazonas, Ophir, Tarschich e Parvaim”, de 1869, traduzido e publicado em português, em Manaus, em 1876, Thoron defendia que os navios do Rei Salomão já haviam singrado as águas do portentoso Rio-mar e que o país de Ophir que abastecia de ouro o suntuoso monarca localizava-se à bacia superior do Amazonas.
- O Rei Salomão no Rio das Amazonas
Por Viriato Corrêa - Histórias da nossa história (1829)
“Das teses que se tem escrito sobre a antiguidade do Brasil, a mais audaciosa, a mais estranha, é certamente aquela de Henrique Onffroy de Thdron. A tentativa é de uma intrepidez simplesmente assustadora. Onffroy de Thoron arroja-se a provar estas coisas extravagantes: Que os navios de Salomão, do grande rei Salomão, o da Biblia, sulcaram muitas vezes as águas do Amazonas; que o lendário e maravilhoso pais de Ofir, de onde o rei sábio tirou o imenso ouro que o tornou o monarca mais suntuoso da terra, estava colocado na vertente do Amazonas, banhada pelo rio Japurá; que a região de Parvaim não é outra senão a bacia superior do Amazonas, no território oriental do Peru; que o rico país do Tarschisch, de que tanto falam os livros sagrados, também era na Amazônia e, finalmente, que as madeiras, empregadas no magnífico templo do grande rei, eram madeiras brasileiras. (...)
Para chegar à afirmação de que o Brasil era conhecido na mais recuada antiguidade, de Thoron começa por procurar convencer que a América era familiar dos povos antigos. Não lhe é difícil esta coisa. Os Diálogos de Platão são claros. Através de Sólon e Critias, o filósofo indica a posição da famosa Atlântida; em seguida, aponta por trás da Atlântida numerosas ilhas, que só podem ser as Antilhas de hoje. Atrás destas, diz Platão, está a “grande terra firme”. “O que acaba de ser designado como terra firme (fala Platão pela boca de Critias) é um verdadeiro continente”. E mais: “atrás da terra firme está o grande mar”.
— É ou não é a indicação da América com o Grande Oceano Pacífico atrás? pergunta de Thoron, triunfalmente.
Parece claro, claríssimo.
Não é só em Platão que se arrima. Povo, com ancianidade igual à sua, os Egípcios só conheciam os Frígios. Teopompo, poeta e historiador grego, narra que Sileno, 1329 anos antes de nossa era, ensinou a Midas, rei da Frígia, que, além, longe da Ásia, Europa e da Líbia (África) que são, propriamente falando, ilhas, existia o “verdadeiro e único continente”, de imensa extensão, chamado Meropio, habitado pelos Meropios e governado por Mérope, filha de Atlas, rei da Líbia. Atlas, no egípcio-líbio, quer dizer “do país”, “nascido no país”, posto que ele fosse descendente dos Atlantes, assim como os seus súditos estabelecidos na Líbia. Ora, na língua quichua ou dos Antis da América equatorial, que de Thoron mostra conhecer profundamente, anti significa “altos vales”; Atlantes — “pais de altos vales”. Anti é justamente o nome dos Andes da America equatorial e, as suas povoações, ainda hoje, têm o nome de Antis. Sileno descreve Meropio com vastas cidades, grandes animais, muito ouro e muita prata. Semelhante descrição, conclui Onffroy de Thoron, só pode ser da América. As provas que ele apresenta são muitas e aqui não caberiam. Deodoro da Sicília indica positivamente a América: “Está distante da Líbia muitos dias de navegação e situada ao ocidente. Seu solo é fértil e de grande beleza e regado de rios navegáveis. Vêem-se ali casas suntuosas. A região é montanhosa e coberta de arvoredos espessos e árvores frutíferas de toda a espécie. A caça é abundante, o ar é de tal modo temperado que as frutas das árvores e outros produtos ali brotam fartamente todo o ano”.
Entra pelos olhos. Rios navegáveis só possuem os continentes; edifícios suntuosos, — é sabido que a América os possui desde a mais remota antiguidade. E Deodoro diz como a região por ele descrita foi descoberta: os Fenícios iam explorar o litoral situado além das colunas de Hércules, mas tempestades violentas os levaram muito longe do oceano, até as plagas da terra distante. Os Carios ou Cares estiveram na America e estabeleceram até uma dinastia em Quito. Plutarco conta que o continente de Mérope fôra visitado por Hercules, numa expedição que fez para o oéste, e que seus companheiros ali apuraram a língua grega que começava a adulterar-se. O próprio Plutarco é de opinião que as origens gregas estão na America. De Thoron, conhecedor exímio da língua quichua ou dos Antis da América equatorial, descobriu que esta língua contém centenas de palavras gregas. Mais ainda: as divindades pelágicas, gregas e romanas, têm seus nomes e suas etimologias exatas no quichua. O estudo da mitologia e o estudo dos astros eram idênticos na Ásia, Europa e América; a vestimenta e atributos sacerdotais iguais ou quase iguais aos que se vêem nos monumentos egípcios e, por fim, a circuncisão usava-se igualmente no Egito, na América e entre os Hebreus.
Nos Paralipomenos, liv. 2.°, cap. 3.°, vers. 6.°, conta-se que “Salomão adornou a sua casa com o ouro de Parvaim”.
Onde fica Parvaim? Na bacia superior do Amazonas, no território oriental do Perú, assegura Thoron, ousadamente. Os argumentos são interessantes. Parvaim é a pronuncia alterada de Paruim. No antigo alfabeto latino, confundia-se o v com o u; o iod, que é a vogal i, muitas vezes se lê com a pronúncia ai no hebraico. Mas, no texto hebraico, o ouro de Paruim está escrito Zab-Paruim; em grego dos Setenta, igualmente Paruim. A terminação im indica o plural hebraico; vem acrescentada a Paru porque efetivamente existem na bacia superior do Amazonas, no território oriental do Perú, dois rios auríferos, um com o nome de Parú e outro com o de Apu-Parú, “o rico Parú”. Esses rios juntam-se em 10° 30' de latitude meridional e despejam-se depois no Ucaiali, um dos grandes afluentes do Amazonas. Os rios de nome Parú fazem justamente um plural e dão o Paru-im dos Hebreus. E mais: os rios Parú e Apu-Parú descem da província de Carabaia, a mais aurífera do Perú. Ai está achada a rica região de Parvaim. Quando David morreu deixou a Salomão, para a construção do templo, 7.000 talentos de prata e 3.000 de ouro de Ofir.
Onde ficava Ofir? Muitos escavadores de coisas antigas colocaram-no na Arábia Feliz, na Índia, no Ceilão, em Sumatra, Bornéu, na costa oriental da África, etc. Não pode ser. E não pode ser, além de muitas outras razões, por esta razão séria: porque os navios de Salomão, de ida e volta a Ofir, gastavam três anos. Para determinar a situação de Ofir, de Thoron escava a significação da palavra. No Capítulo 10, Livro I dos Reis, versículo 2, o nome está escrito em hebraico de dois modos — Apir e Aypir, e, no Capítulo 9, versículo 28, assim se escreve — Aypira. Esta última forma acusativa de Aypir tornou-se um nominativo. Aypira não é senão o nome mal pronunciado de Japurá, grande afluente do Amazonas ou Solimões, grita o americanista, corajosamente.
Onffroy de Thoron é um filólogo profundíssimo. O seu conhecimento do quichua, língua que ainda hoje se fala na bacia superior do Amazonas, é sólido. As suas deduções são tiradas com o apoio da filologia. Aypira é Japurá em conseqüência de uma permuta de letras, tais como: em quichua yura “folhagem” faz em vasco urya; “baso”, em quichua, é kirau e, em chaldaico, kiura, etc. etc. (...) Assim, pelos exemplos de permutas e de substituições de vogais, que não alteram a significação das palavras, nada se opõe a que — Aypira da Bíblia — tenha vindo do nome do rio Japurá. Encantadoramente simples. E procura solidificar a afirmativa. A palavra Yapura compõe-se de y, que em quichua é “água”, e de apura que é o nome de Apira ou Apir — “agua ou rio Apir ou de Ofir”. Apesar da distância de 2.880 anos, a palavra não sofreu senão a alteração de uma vogal — Yapurá em lugar de Yapira! Esse vocábulo é legitimamente quichua, e os mineiros de toda a cordilheira dos Andes, e da bacia superior do Amazonas, têm o nome de Apir ou de Apiri; e em alguns lugares, de Yapiri, Apir ou apiri referem-se aos mineiros, enquanto Aypir, Aypira ou Yapura indicam que eles trabalham na água em que se faz a lavagem do ouro. Só? Não! No mapa de Samuel Fritz, na margem esquerda do Yapurá aparece uma montanha que La Condamine diz conter prodigiosa quantidade de ouro. Dela desce o Rio dei oro, cujo nome indígena é ikiari. Ikir, em hebraico, é “precioso” e iari “rio” — o “rio precioso”. O rio desemboca no Yumaguari. Ora, yuma, “ouro nativo”, é palavra indígena unida aos dois vocábulos hebraicos gu “centro” e ari “cavidade”. Yumaguary — significa, pois, — “cavidade centro do ouro nativo”. E mais: o Yapurá tem um afluente aurífero chamado Masai ou Masahy. Masai é palavra formada do hebraico massar “rico” e de i “agua” em quichua. Masai — “agua rica”. Os hebreus davam o nome de masaroth aos tesouros consagrados. E Onffroy de Thoron conclui, depois de varias deduções, que a magnífica região de Ofir está situada no território columbiano e brasileiro num triangulo formado: de uma parte, pelas montanhas de Papayan e de Cundinamarca, até o lago Yumaguari e de outra parte pelo rio Ikiari, até a montanha aurífera de onde este desce, e pelo rio Yapura. Está explicada assim a longa ausência de três anos dos navios de Salomão, quando em busca do ouro de Ofir. É que eles seguiam para longe, estacionavam demoradamente no rio que tinha o nome do grande rei.
E que rio era esse? O Amazonas de hoje. Desde a foz do Ucayali até a foz do Negro o Amazonas tem o nome de Solimões. E de Thoron afirma, com uma convicção impressionante, — Solimões é o nome viciado de Salomão, dado ao rio pelas frotas do rei sábio. Em hebraico Salomão é Solina e em árabe Soliman. A oeste do Pará, dizem as crônicas dos primeiros dias do Brasil, havia uma imensa tribo com o nome de Soliman, que era a do rio. Daí fizeram os portugueses Solimão, porque costumam mudar o n final na vogal o. Ao que parece, Ofir foi depois abandonado pelos navios de Salomão. As várias viagens trienais, com exceção de uma, referem-se a Tarschisch. De Thoron conclui pelo abandono. E a explicação é curiosíssima. O Yapurá tem embocaduras mal definidas, que se obstruem facilmente com os troncos trazidos pelas águas. Isso devia causar aos marinheiros de Salomão grandes aborrecimentos e enorme confusão, quando se tinham que internar naquele dédalo de ilhas e canais. E não era só isso. O rio era, como ainda é, insalubre, o que devia aterrorizar os marinheiros. E mais ainda: explorando, mais para o oeste, o Amazonas, os Hebreus e os Fenícios encontraram ouro mais fino, clima melhor e navegação mais cômoda. Aproximando-se dos Antis, povo meio civilizado e laborioso, podiam deles tirar bom proveito e abastecimento para os seus navios.
O livro dos Reis diz: “Uma vez, de três em três anos, os navios vinham de Tarschisch, trazendo ouro, prata, marfim, monos e pavões”.
De Thoron decompõe a palavra Tarschisch. A etimologia é encontrada na língua quichua — tari “descobrir” e chichiy “colher ouro miudo”. Tarschisch — “lugar em que se descobre e colhe ouro miudo”. “Para ir a Tarschisch o profeta Jonas embarcou em Joppe (Java)”, diz a Biblia”. É evidente que era para empreender a navegação do Atlântico; pois, caso contrário, embarcaria no mar Vermelho. “Os servos de Hiram e de Salomão, que trouxeram ouro de Ofir, conduziram algum e pedras preciosas. E também a frota de Hiram, que trouxe o ouro de Ofir, importou grande quantidade de árvores almug e pedras preciosas”. (Livro dos Reis) Para uns, Tarschisch é Tarso, cidade de Sicília, para outros Cartago e para outros Gades. Impossível. Nenhum desses lugares produziu ouro, nem prata, nem pedras preciosas, nem monos, nem pavões. Não pode ser a África, como querem alguns, pois também não existem pavões na África.
É ainda da filologia que se serve de Thoron. Almug, a madeira de que falam os livros sagrados, vem do hebraico ala “madeira dura e consagrada” e do termo quichua mucki odorífero”. Almug — “madeira dura de bom cheiro”. Foi com ela, segundo a Bíblia, que Salomão construiu as colunas do templo de Jerusalém. Algum, a outra madeira falada, tem, no hebraico, o plural em algumim. A etimologia está no hebraico - ala “madeira” e no quichua humu “curva”, ou ainda nos vocábulos quichua alli “bom”, kumu “curva”. Almug é “madeira curva” ou de “boa curva”. Almug foi empregada nos pilares e algum nos arcos e nas abobadas do templo. Simplicíssimo!
A frota de Tarschisch levou também “pavões” — tuki, cujo plural é tukum. A palavra é quichua. “Tuki” vem do quichua “inchado de orgulho, orgulhoso”. Os pavões e os perus são aves inchadas de orgulho ou simplesmente tukum “as orgulhosas”, como lhes chama a Bíblia.
“Mono” — kap e kapim tira a sua etimologia do quichua kap — “agarrar fortemente com a mão”, o que é muito próprio dos macacos. Há um confluente do Amazonas denominado Kapim (rio dos macacos).
A palavra “marfim” é designada na Bíblia pelos nomes de Schanabim e de Karnot-schan. A origem está no tipo falado na bacia amazônica. “Dente” é, no tupi, schan, shaina, shene e sahn. Porém schan é hebraico, o que de alguma maneira mostra que os Hebreus estiveram no Brasil. Na América havia elefantes; foram encontradas seis variedades de elefantes fósseis. No tempo de Salomão é possível que eles vivessem.
A monografia de Onffroy de Thoron é curiosíssima. Pelo menos forte impressão ela nos deixa. Pelo menos faz pensar. Quando mais não seja — diverte”. (Corrêa)
- Reinos Desaparecidos Povos Condenados
Por Aurélio M. G. de Abreu
“Um dos trágicos exemplos do que seria a interpretação da simbologia em rochedos e cavernas do Brasil resultou numa obra em dois grossos volumes, onde o autor (o Coronel Bernardo Azevedo da Silva Ramos), após um magnífico trabalho de levantamento de centenas de inscrições em diversos Estados do Brasil, perde-se inteiramente ao tentar decifrar cada inscrição, decompondo arbitrariamente os sinais encontrados e apresentando traduções que não conseguem convencer em nenhum momento.
Na opinião daquele autor, as inscrições seriam gregas, e em sua maioria constituiriam sentenças piedosas de louvação aos deuses do Olimpo. A obra em questão, hoje não muito fácil de ser obtida, intitula-se “Inscripções e Tradições da América Pré-histórica”. Seu valor real consiste na apresentação de petróglifos situados em locais de difícil acesso, e mesmo de inscrições que foram destruídas pelo vandalismo de curiosos despreparados. Após a publicação da obra, o ataque dos donos da ciência, que não tiveram a capacidade de reconhecer os méritos das pesquisas do autor, foi tão forte que poucos se atreveram a voltar ao assunto. O último a fazê-lo, o aventureiro Marcel Homet, contribuiu ainda mais para que o assunto se tornasse tabu.
Mas haveria alguma hipótese que explicasse, dentro da lógica científica, que os símbolos existentes foram uma forma de escrita? Ou seria melhor que aceitássemos a assertiva oficial de que tais desenhos representavam apenas passatempo de índios ociosos (que, à falta de coisa melhor, compraziam-se em desenhar rabiscos sem sentido nos lugares mais inusitados?). Não concordamos com a ideia de que os sinais eram resultado de ociosidade (já que, para realizar algumas dessas inscrições, seus autores fizeram esforços terríveis, pendurando-se em pontos de difícil acesso, correndo perigo de acidentar-se), e não adotando a teoria de influências de culturas vindas do outro lado do Atlântico, apresento alguns dados que poderão constituir resposta ao enigma que as inscrições encerram”. (ABREU)
- Conclusão
“Um não menos interessante misto de caracteres em linear e figurativo, profusamente gravados uns e pintados outros, sobre as escarpas das montanhas e rudes blocos de pedras, dispostos caprichosamente pela natureza, nas vastas regiões do Continente Americano e mesmo sobre várias regiões do globo, vem de séculos, suscitando, como no precedente caso, a mesma apreensão e controvérsias. Consideram-se esses caracteres ‘comezinhos’, ‘fenômenos naturais’, ‘meras diversões do selvagem’, letras do diabo’, etc. Demandam eles, entretanto, conveniente interpretação paleográfica, compatível ao atual progresso”. (RAMOS)
Ao analisarmos a obra de Bernardo Azevedo da Silva Ramos temos de considerar o contexto histórico vigente, no século XVII, na “Terra Brasilis”. Naqueles tempos ao mesmo tempo em que a literatura procurava valorizar o indígena como nobre e digno ancestral da nação, os homens de ciência, tentavam, já há algum tempo, há todo custo, associar suas origens aos ancestrais gregos ou fenícios, investindo na busca de achados arqueológicos nacionais que comprovassem nossa matriz cultural eurocêntrica. A vinculação a uma origem comum aos povos mais desenvolvidos, na época, buscava, definitivamente, eliminar uma pretensa inferioridade histórica do Brasil frente ao continente europeu.
Após a Independência do Brasil, em 1822, a qualquer preço, era necessário e urgente se construir uma identidade nacional forte para o novo país. Em 1838, foi fundado o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB), formado por intelectuais que pretendiam estabelecer as bases históricas da nação. A primeira revista do instituto, lançada no ano de 1839, deixa evidente a intenção de identificar as origens remotas da civilização americana nos mesmos moldes europeus. A Revista publicou o Documento 512, datado de 1754, que reportava a descoberta de uma cidade perdida no interior da Bahia e a reprodução das inscrições lá encontradas. Reproduzi este documento, na íntegra, no meu livro “Desafiando o Rio-mar – Descendo o Rio Negro”.
O valor da obra de Ramos não está calcado na sua teoria, mas sim no impressionante acervo coletado em lugares de difícil acesso preservando para a posteridade estas peculiares inscrições, propiciando pesquisas científicas sérias independentemente das ações de inescrupulosos depredadores. Ao contrário do que defende Ramos não há como negar a autenticidade das inscrições rupestres e da cerâmica pré-histórica como obra do homem aborígene, testemunhas patentes de uma cultura extinta. O autor não levou em conta nem mesmo a cultura pré-colombiana que tanto impressionou os invasores espanhóis tentando decifrar sua escrita como caracteres gregos, numa vã tentativa de interpretar a cultura americana dentro de um contexto familiar aos europeus.
Fontes:
Abreu, Aurelio M. G. Reinos Desaparecidos Povos Condenados - Hemus, 1986.
Corrêa, Viriato. Histórias da nossa história - Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1930.
Ramos, Bernardo de Azevedo da Silva. Inscripções e Tradições da América Prehistorica, Vol 1 - Imprensa Nacional, 1930.
Thoron, Enrique Onffroy de. Antiguidade da navegação do Oceano. Viagens dos navios de Salomão ao rio das Amazonas, Ophir, Tarschich e Parvaim, 1869 – Annaes da bibliotheca e Archivo Público do Pará, tomo IV, p. 01-37, 1904.
Solicito Publicação
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
Desafiando o Rio-mar – Centro Cultural João Fona
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 15 de fevereiro de 2011.
“O Cavalleiro Carlos Fred. Phil. de Martius, membro da Academia R. das Ciências de Munich, fazendo de 1817 a 1820 de ordem de Maximiliano José, Rei da Baviera, uma viagem scientifica pelo Brazil, e tendo sido aos 18 de setembro de 1819 salvo por misericórdia divina do furor das ondas do Amazonas, junto à Villa de Santarém, mandou, como monumento de sua pia gratidão ao todo poderoso, erigir este crucifixo nesta igreja de nossa Senhora da Conceição, no ano de 1846”.
(gravação, em relevo, na chapa de ferro do Crucifixo de Von Martius).
- Centro Cultural João Fona
O prédio, projetado pelo Major Engenheiro Pereira Sales, começou a ser construído em 1853, foi concluído em 1867 e inaugurado no ano seguinte. É uma bela construção no estilo colonial brasileiro que sofreu pequenas alterações, em 1926, determinadas pelo Coronel Joaquim Braga, Intendente Municipal. No prédio, localizado na Praça Barão de Santarém, centro da cidade, funcionou o Fórum de Justiça de Santarém, o Presídio, a Intendência Municipal, a Prefeitura Municipal e, atualmente, funciona o Centro Cultural João Fona e a Academia de Letras e de Artes de Santarém. O acervo do Centro é composto de cerâmicas tapajônicas, uma herança das populações indígenas que habitaram antigamente a região, objetos históricos da Câmara de Santarém do início do século passado e recebeu, recentemente, o esqueleto de uma baleia Minke que, perdida, encalhou no dia 14 de novembro de 2007 num banco de areia do Rio Tapajós.
- Entrevista Laurimar dos Santos Leal
Depois de me identificar como pesquisador fui levado até os aposentos onde se encontrava o mestre Laurimar Leal. O grande mestre das artes santareno, conhecido nacional e internacionalmente, despertou para as artes aos nove anos. O jovem artista juntava cerâmica e procurava reproduzir, em casa, as obras expostas na Catedral. Com o passar do tempo foi aprendendo sozinho, mas confessa, com certa humildade, que mesmo sendo autodidata recebeu influências de outros artistas. Homem de múltiplos talentos, oriundo de uma família de músicos, Laurimar é ceramista, escultor e pintor. Migrou ainda jovem para o Rio de Janeiro onde sobreviveu como artista de rua e voltou à sua terra atendendo a um pedido do então Prefeito de Santarém Everaldo Martins, onde se dedicou, de corpo e alma à cultura, ao teatro e ao folclore da região. Suas obras estão expostas em Santarém, Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro, Portugal, França, Espanha e Japão, locais onde coleciona inúmeras homenagens e títulos. Foi responsável pela pintura do interior da Igreja Matriz e pela restauração de várias peças sacras, além da galeria de prefeitos exposta no Centro Cultural João Fona. Hoje, aos 72 anos de idade, o artista cujo talento encanta a todos que conhecem sua arte e é motivo de orgulho para todos os santarenos que viram brotar de suas mãos a própria história de Santarém está cego. Mas com uma força invulgar e uma alegria contagiante ele mesmo afirma: “A gente está sempre aprendendo, por exemplo, agora eu tenho uma aula, uma lição para aprender a viver sem enxergar com o olho da cara, só com este (o terceiro olho)”. Laurimar me presenteou com uma pequena, mas muito agradável e bem humorada entrevista.
O meu nome é Laurimar dos Santos Leal, o meu dos Santos é emprestado porque a minha família foi escrava da família Rodrigues dos Santos, aqui em Santarém pelo lado da minha mãe, e o Leal é da parte dos comerciantes judeus que vieram lá do Marrocos; essa é a minha origem, minha ascendência é exatamente essa. Nasci no dia 24 de julho de 1939, eu desde os 9 anos de idade sempre trabalhei com o lado artístico, mexendo com cerâmica Santarém, pinturas, esculturas. Em Santarém minhas obras podem ser admiradas nas praças, nos monumentos e no interior das igrejas. Sempre trabalhei fazendo o que gosto, o que quero, para quem gosto, para quem quero; se não quero trabalhar para aquela pessoa eu digo: olha, não dá. É por isso que me dizem que o meu trabalho é bom, é porque o faço por prazer. E meu lema de vida é muito interessante: quem não vive para servir, não serve para viver – isso é o que eu uso como lema, pois eu sempre servi e acho que só vou parar de servir materialmente as pessoas quando eu morrer. Muito obrigado! (Laurimar dos Santos Leal)
- Baleia Mink
Há pouco mais de três anos uma baleia Minke encalhou num banco de areia nas margens do Rio Tapajós, município de Belterra. A baleia Minke (Baleanoptera acustorotrata), uma das menores espécies de baleias do mundo, foi encontrada por moradores da Comunidade de Piquiatuba. Apesar dos todos os esforços de voluntários e do IBAMA, o animal foi encontrado boiando, na manhã do dia 16, na Comunidade de São José, no Rio Arapiuns. Os técnicos não sabem até hoje os motivos que levaram o animal ao óbito. Estas baleias costumam viver em pequenos grupos e, eventualmente, sozinhas. São encontradas em todos os oceanos, nas áreas oceânicas ou costeiras aonde chegam a penetrar em baías e estuários de águas rasas. No verão elas buscam os pólos para se alimentar e no inverno migram para regiões mais quentes para acasalar-se ou criar os filhotes.
- Museu de Arte Sacra da Diocese de Santarém
Fomos convidados pelo o Padre Sidney Augusto Canto a visitar o Museu sobre o qual retirei breves e interessantes informações do Livro do Centenário da Diocese de Santarém.
“O Museu de Arte Sacra da Diocese de Santarém faz parte do complexo da catedral de. O prédio foi construído no século XIX e serviu de residência de Domingos Veloso, antes de ser adquirido pela Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Do edifício original apenas a fachada está mantida. Em 2002, A Diocese de Santarém, em vista das comemorações do seu Centenário, decidiu transformar o andar térreo, onde funcionava o salão paroquial, em um Museu. Dom Lino Vombommel, bispo de Santarém, foi o idealizador. Considerada a nova residência da Cultura Religiosa Santarena, o Museu de História e Arte Sacra foi inaugurado no dia 22 de junho de 2003, por ocasião do 342° aniversário de Santarém e do encerramento do IV Congresso Eucarístico Diocesano. O Museu possui um dos acervos mais diversificados da Região Norte. São imagens sacras, objetos de culto, documentos, indumentárias, pinturas, além de um bom acervo fotográfico que nos remete ao passado da Igreja Católica e do Município de Santarém, como bem relata o escritor Emir Bemerguy: “Emocionante vem sendo a colaboração dos santarenos, tanto dos nossos bairros como das Comunidades interioranas. Preciosidades ocultas em capelas e residências, algumas com mais de dois séculos, foram cedidas ao Museu, por doação ou por empréstimo, valorizando demais o patrimônio ali reunido”. (Livro do Centenário da Diocese de Santarém)
- Crucifixo de Von Martius
“Infelizmente, o céu num instante todo se toldou de nuvens negras; as ondas do Rio empinaram-se e sobreveio o tufão, acompanhado de pavorosos trovões. Dentro de três minutos, o dia claro tornara-se noite tão profunda, que só ao clarão dos relâmpagos reconhecíamos as margens; e, embora tivéssemos a fortuna de enrolar de novo as velas apenas armadas, a ventania, acompanhada de chuva, nos tocava Rio acima com a rapidez de uma flecha de modo que em poucos minutos fizemos quase meia légua. Conseguimos, finalmente, por a canoa a salvo na margem, e também vimos, com regozijo, chegar a montaria ilesa de estragos, passado o temporal; a não ser uma verga partida, só lamentamos a perda de alguns papagaios, os quais naquela confusão foram atirados do convés ao Rio”. (SPIX e MARTIUS – Costa de Amatari – Itacoatiara - AM)
De todas as peças a que mais chamou minha atenção foi uma pintura do amigo Laurimar em que ele, usando apenas os dedos das mãos, em menos de seis horas, procurou retratar a tempestade enfrentada por Martius, no dia 18 de setembro de 1819, quando foi “salvo por misericórdia divina do furor das ondas do Amazonas, junto à Vila de Santarém”. É interessante verificar que Martius reporta com detalhes a tempestade que enfrentou na costa de Amatari, próximo a Itacoatiara, e não menciona, em nenhum momento em sua obra, a que sofreu nas costas de Santarém. Apenas a gravação, em relevo, na chapa de ferro que acompanhava o Cristo Crucificado, de ferro fundido, doado à Igreja Matriz em sinal de gratidão ao Senhor, faz menção ao fato. Chama atenção, também, o fato de a Igreja Matriz consagrada à Nossa Senhora, abrigar no seu altar-mor o crucifixo doado por Martius e não a imagem da própria virgem.
- Tempestade no Tapajós
No regresso de nossa missão no Tapajós quando visitamos Fordlândia e tentamos, infrutiferamente, encontrar o “Berço da Humanidade”, no Rio Cupari, enfrentamos a fúria dos ventos e das águas do Tapajós. A violenta tempestade, felizmente estava alinhada com nossa proa e não oferecia muita resistência ao vento, o Piquiatuba corcoveava indômito e valente, enfrentava a procela como a nau Argo, do distante pretérito, rumo ao Velo de Ouro. Lembrei-me imediatamente, neste dia, de Martius e do quadro do Mestre Laurimar, felizmente nosso competente timoneiro, o Sargento Barroso, conhecia, como ninguém, todas as manhas de sua arte e conduziu com segurança nossa embarcação até o porto distante.
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
ESQUERDA E DIREITA. Doc. nº 24 – 2011
Quem ler AS BENEVOLENTES de Jonathan Littell, onde são contados, nas suas 905 páginas, os crimes e as mais bárbaras atrocidades praticadas na II Guerra Mundial, por parte de alemães e russos, fica perplexo como alguém possa ter pego em arma para implantar um regime de governo onde a pessoa humana é apenas um número a mais ou a menos.
Não sabemos quem foi mais bárbaro. Hitler implantou o “programa de extermínio dos deficientes físicos e dos doentes mentais”, dito “Eutanásia”, dois anos antes do programa “Solução final”. Stalin, com seus expurgos, “transformou cada geração de carrascos em vítima da geração seguinte, sem com isso provocar uma escassez de carrascos”. Nesta loucura total alguém pergunta: Quem é o culpado? O que abre a torneira do gás ou aquele que atira na nuca do adversário? Não, ninguém. Todos são apenas autônomos, que executam o trabalho que é fiscalizado por alguém.
A esquerda de Stalin e a direita de Hitler criaram as Polícias Secretas. GESTAPO, KGB, GPU são palavras irmãs, pois representam a desgraça dos campos de concentração e os GULAGs. Diz o nosso escritor: “Sem os Höss, os Eichmann, os Goglidze, os Vychinski,.......Stalin ou um Hiltler não passam de um odre estufado de ódio e terrores impotentes”. Não podemos deixar de citar os monstros Djerjinsky, Beria, Iagoda (russos) e os alemães Heydrich, Müller. Quem matou mais é um mistério da história e cada defensor destas teorias loucas aumenta o número de mortos para tentar mostrar que o outro é mais bandido.
Stalin e Hitler sabiam e Mao, Fidel e outros monstros têm consciência de que “defuntos não ouvem lágrimas e que remorsos nunca puseram carne no caldo de ninguém”. E desenvolvendo o seu livro coloca-se perante um comunista convicto que lhe afirma: “Onde Marx via o proletário como portador da verdade, vocês (alemães) decidiram que a suposta raça alemã é uma raça proletária, encarnação do Bem e da moralidade”. “Nossas ideologias têm o seguinte de fundamental em comum: ambas são essencialmente deterministas....Ambas acreditamos que o homem não escolhe livremente seu destino, mas que este lhe é imposto pela natureza ou a história”. Ambos apresentam o ódio como bandeira. Para transformar a sociedade e criar o novo, mataram e matam.
Existe apenas Adolfo Hitler”. Esquerda e direita criam os seus “Deuses”. Novos símbolos são criados. A SUÁSTICA e a FOICE E O MARTELO tentaram e tentam substituir A CRUZ DE CRISTO E A BÍBLIA. Há necessidade de acabar com o passado e afirmam eles – ESQUERDA E DIREITA – são a esperança da humanidade. O AMOR DA CRUZ É FRAQUEZA. O ÓDIO É A ENERGIA QUE CRIA O SONHO DO FUTURO. Há uma grande diferença: HITLER E STALIN são vistos na história como loucos e assassinos e CRISTO como a BANDEIRA DO AMOR.
MEDITEM! VEJA O QUE ACONTECE NO BRASIL ATUAL! NÃO SEJA MAIS UM CEGO! Vão tirar a CRUZ e colocar a ESTRELA VERMELHA?
VAMOS REPASSAR! A INTERNET É A NOSSA ARMA!
ESTAMOS VIVOS! GRUPO GUARARAPES! PERSONALIDADE JURÍDICA sob reg. Nº12 58 93. Cartório do 1º registro de títulos e documentos, em Fortaleza . Somos 1.769 civis – 49 da Marinha - 474 do Exército – 51 da Aeronáutica; 2.343. In Memoriam 30 militares e dois civis. Batistapinheiro30@yahoo.com.br. WWW,fortalweb.com.br/grupoguararapes. 11 – 02 - 2011 INDIQUE AMIGOS QUE QUEIRAM RECEBER NOSSOS E-MAILS. OBRIGADO.
ESTAMOS FIRMES. ESTAMOS NUM HOSPITAL. EM RECUPERAÇÃO. LUTAMOS PELA DEMOCRACIA. VIVA O GRUPO GUARARAPES.
REPASSE
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
ATO DE REPULSA.
QUE PAÍS É ESSE? REPASSE CURIOSIDADES DE UM PAÍS DE LOUCOS!
Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata! Um ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da casa, do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage. Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda um regimento de blindados. Um diretor sem diretoria do Senado, cujo título é só para justificar o salário, ganha o dobro de um professor universitário federal concursado , com mestrado, doutorado e prestígio internacional.
Um assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título para justificar seus ganhos, Mas não passa de um mero estafeta de correspondências, e ganha mais que um cientista-pesquisador da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo buscando curas e vacinas para salvar vidas. O INSS paga a um médico por uma cirurgia cardíaca com abertura de peito a importância de R$ 70,00 , o que equivale ao que uma diarista cobra para fazer a faxina num apartamento de dois quartos.
PRECISAMOS URGENTEMENTE DE UM CHOQUE DE MORALIDADE, NOS TRÊS PODERES DA REPÚBLICA, ESTADOS E MUNICÍPIOS, ACABANDO COM OS OPORTUNISMOS E CABIDES DE EMPREGO. OS RESULTADOS NÃO JUSTIFICAM O ATUAL NÚMERO DE SENADORES, DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS E VEREADORES.
TEMOS QUE DAR FIM A ESSES "CURRAIS" ELEITORAIS, QUE TRANSFORMARAM O BRASIL NUMA OLIGARQUIA SEM ESCRÚPULOS, ONDE OS NEGÓCIOS PÚBLICOS SÃO GERIDOS PELA “BRASILIENSE COSA NOSTRA” O PAÍS DO FUTURO JAMAIS CHEGARÁ A ELE SEM QUE HAJA RESPONSABILIDADE SOCIAL E COM OS GASTOS PÚBLICOS. JÁ PERDEMOS A CAPACIDADE DE NOS INDIGNARMOS. PORÉM, O PIOR É ACEITARMOS ESSAS COISAS, COMO SE TIVESSE QUE SER ASSIM MESMO, OU QUE NADA TEM MAIS JEITO. VALE A PENA TENTAR. PARTICIPE DESTE ATO DE REPULSA...... REPASSE, NÃO SEJA OMISSO. NA ÉPOCA DO COLLOR A IMPRENSA SE MOVIMENTOU E DEU NO QUE DEU, HOJE A IMPRENSA É REFEM DO GOVERNO, POIS ESTÁ PENDURADA EM DÍVIDAS DE IMPOSTOS E NÃO PODE REPETIR A DOSE. |
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"Aquele que procura um amigo sem defeitos termina sem amigos."
PARA TERMINAR OS ABSURDOS TEMOS: CIDADÀO CHAMADO QUADRILHEIRO ASSESSOR DO MD; PROCESSADO DE DESVIO DE DINHEIRO PÚBLICO DEPUTADO E O GRANDE PALHAÇO TIRIRICA, QUASE SEM SABER LER É UM EXEMPLO DO HOMEM DO POVO: NÃO ROUBA, NÃO MENTE E TEM VERGONHA NA CARA. NA AMÉRICA PRENDERAM A MAFIA. AQUI CONTINUA SOLTA. GRUPO GUARARAPES - DOC.-
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
MILAGRE ACONTECE! Doc. Nº6 – 2011
SÓ PARA RECORDAR
O GRUPO GUARARAPES tem muita fé e por isso acredita em MILAGRE. Durante 16 anos temos procurado mostrar que o terrorismo, o seqüestro e outros não são crimes para serem praticados por cidadãos de bem, que amam a LIBERDADE E A DEMOCRACIA.
Neste longo tempo de nossa luta diuturna, temos apontado que em 1964 a sociedade brasileira e as FORÇAS ARMADAS saltaram uma grande fogueira. Os comunistas queriam, pelas armas, implantar um sistema ditatorial de governo, e não há como negar, pois vários dirigentes comunistas tal afirmam em livros e em artigos. Nos anos seguintes assassinaram, seqüestraram, roubaram, assaltaram, torturaram e mais outros crimes, principalmente hediondos, foram praticados.
Uma jornalista sempre nos atacou, mas nós com o respeito que os jornalistas merecem, fomos fazendo cartas procurando mostrar-lhe a sua posição equivocada. O GRUPO GUARARAPES, neste fim de semana, viu a luz no fim do túnel. Viu um milagre.
Estamos transcrevendo a bela peça que ela escreveu:
“LIBETAÇÃO DAS REFÉNS DAS FARC
O ABSURDO DE CONSIDERAR AS FARC UM EXÉRCITO
Diante do sofrimento de uma mulher que teve o parto em condições tão precárias que quase morreu, que teve seu filho arrancado dos braços com oito meses, que mais pode vê-lo; menino que, aliás, também quase morreu e teria morrido se não fosse o serviço social colombiano. Diante do sofrimento indescritível, por um seqüestro totalmente injustificado, de Ingrid Bettancourt. Diante do fato de que Consuelo foi libertada para saber que seu marido morreu de infarto um ano depois do seqüestro. Com as informações de que os homens prisioneiros vivem acorrentados. Apesar de tudo isso, Chavez vem chamar as FARC ( e o ELN de quebra) DE EXÉRCITO” é UM ABSURDO!”.
“Eles são o que eles são: terroristas, seqüestradores, financiados pelo narcotráfico que há muito tempo perderam qualquer motivação política.”
São abjetos inaceitáveis torturadores. E quem apóia não tem como dourar essa pílula”.
Nossa jornalista MIRIAM LEITÃO. A senhora foi formidável. Falou e disse e não precisamos falar mais nada. A SENHORA agigantou-se e agora abraçou a grande idéia de INDIRA GANDHI quando:
“Com punhos cerrados não se pode trocar um aperto de mão”.
Nossas mãos estavam abertas e agora a senhora abriu a sua. Estamos de mãos dadas.
MILAGRE! SE FEZ A LUZ!
O GRUPO GUARARAES ESPERA QUE A JORNALISTA NÃO TENHA MAIS UMA RECAÍDA.
ESTAMOS VIVOS! GRUPO GUARARAPES! PERSONALIDADE JURÍDICA sob reg. Nº 12 58 93, Cartório do 1º registro de títulos e documentos, em Fortaleza. Somos 1.334 CIVIS – 42 da Marinha – 420 do Exército – 42 DA FAB total 1838 13 DE fev DE 2008
QUEM NÃO DESEJAR RECEBER NOSSOS DOCUMENTOS , FAVOR AVISAR
REPASSE A VERDADE!
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
Desafiando o Rio-mar – Itacoatiara/Parintins
Hiram Reis e Silva, Parintins, AM, 06 de janeiro de 2011.
“Ê, vem brincar no meu boi bumbá
Ê, essa dança não pode parar
Ê, vem pro boi mais querido
Querem saber o seu nome eu digo
É meu boi Garantido”
(Boi Mais Querido - Boi Garantido)
- Partida para o Paraná do Panumã (02 de dezembro de 2011)
Tive de retardar, em um dia, minha saída de Itacoatiara em virtude da forte gripe. O antibiótico começava a fazer efeito, mas eu ainda estava muito abatido para enfrentar o Rio-mar. Na véspera da partida acertei as contas do Hotel Rio Amazonas e dormi a bordo do B/M Piquiatuba, felizmente a chuva torrencial que caiu a noite toda e só parou por volta da 3h30, afastou os ruidosos e mal educados populares que infestam a região portuária. Consegui dormir relativamente bem, mas, ainda, preocupado com a possibilidade de a influenza afetar meu desempenho. Parti por volta das 5h depois de engolir uma mistura energética preparada pelo Coronel Teixeira. Como estava muito escuro fui margeando a orla da cidade me guiando pelas luzes dos barcos.
Havia decidido, seguindo a orientação do Comandante Mário, percorrer o Paraná do Serpa, ao Norte da ilha do Risco, visando encurtar o trajeto e procurando compensar o dia de atraso de minha partida. No planejamento anterior eu iria passar ao sul da Ilha e pernoitar em Barreiras Vermelhas. A navegação transcorreu sem alteração até o sol surgir no horizonte, navegar à noite é sempre uma experiência singular desde que o céu esteja limpo e estrelado, o que não era o caso. Tinha estacionado para me hidratar, sem aportar, na altura da Ilha do Pai Tomaz quando dois movimentos fortes sob as águas a bombordo e a boreste me assustaram, mais uma vez um boto vermelho amigo viera me saudar. Segundo a equipe de apoio, a bordo do Piquiatuba, ele viera me seguindo desde que eu entrara no Paraná, mais adiante senti, novamente, um forte movimento sob as águas do silente amigo. Desde que iniciei minhas descidas pelos amazônicos caudais os golfinhos de rio, botos tucuxis e botos vermelhos, proporcionaram-me momentos mágicos e alguns amigos resolveram me apelidar de “Encantador de Botos”.
Passei ao sul da ilha do Mutum na saída do Paraná e apontei a proa diretamente para a ponta de montante da Ilha Panumã. Uma nuvem carregada, ao sul da Ilha, logo se transformou em chuva que conseguimos habilmente contornar, aportei num grande areal e avisei a equipe de apoio que desembarcasse para esticar as pernas. Depois da revigorante parada contornamos a Ilha para procurar um local que permitisse a atracagem do B/M Piquiatuba no Paraná Panumã. Depois de estacionados e cumpridos os procedimentos de praxe tivemos como prato principal os peixes pescados durante o trajeto. A fartura da pesca nos fez optar por consumir o pescado diariamente em ambas as refeições. À noite a companheira do Teixeira, a Juliana, que é enfermeira, me proporcionou uma saudável e relaxante massagem descobrindo e eliminando, nas minhas costas, inúmeros pontos de contratura.
- Partida para a Ponta Grossa (03 de dezembro de 2011)
Alvorada às 4h45, tomei o energético preparado pelo Teixeira e as 5h estava remando mais uma vez. Logo na partida um soturno coral de guaribas anunciava o alvorecer e um cortejo de mais de 15 alegres botos tucuxis me acompanhou por mais de 40 minutos. Um casal com dois pequenos filhotes evoluía bem próximo ao caiaque e as pequenas crias saltavam tirando todo o corpo da água. Fiz uma única parada nas proximidades da Ponta da Ressaca e ao voltar para a água apontei para uma grande antena localizada na cidade de Urucurituba. Navegando no talvegue cheguei aos 14 km/h, mas nas proximidades de Urucurituba tivemos de desviar para a margem esquerda aguardando a passagem de um grande navio de carga. A chuva chegou fria e inclemente acompanhada de um forte vento de proa travando meu deslocamento e exigindo mais força para vencer as ondas que se formavam. Chegamos por volta das 11h30, depois de remar 62 km, e a chuva que nos acompanhou desde Urucurituba parou imediatamente.
Os ribeirinhos souberam que tínhamos uma enfermeira a bordo, a amiga Ana, e o líder da comunidade senhor Sebastião a procurou com um ferimento no membro inferior provocado por uma pirara apresentando dor e edema no local do ferimento. Depois do ferimento limpo e medicado e orientado a respeito dos procedimentos a serem adotados o líder nos contagiou com seus relatos. Sebastião é originário de Urucará e veio para Ponta Grossa (Ponta dos Mundurucus) há trinta anos, a passeio e aqui reside desde então. A Comunidade possui uma igreja em homenagem a Nossa Senhora da Boa Saúde, cuja festa é realizada em 16 de fevereiro depois da novena em louvor à Santa. Os atendimentos médicos são realizados em Uricará, a 4 horas de barco, e a imunização é feita pelos agentes de saúde. Segundo Sebastião, o agente de saúde residente elabora relatórios falsos sobre os programas de saúde comunitários. Sebastião divide seu dia a dia entre o entreposto de combustível e as plantações, onde cultiva milho, macaxeira, coco, banana, graviola e vende o cacau e cupuaçu “in natura”. A localidade fica sudoeste da Ilha das Garças que pertence à marinha que ele usa para a criação de gado. Dono de uma comunicação fácil ele contou o caso de um jacaré-açu de aproximadamente três metros que bateu no casco de sua embarcação fazendo-o perder todos os peixes, ele conseguiu jogar os dois netos Leandro e Leanderson, que o acompanhavam, na margem e os jovens rapidamente procuraram abrigo numa árvore infestada de formigas taxi, pequenas formigas de cor vermelha, que os atacaram impiedosamente, onde aguardaram até que o jacaré fosse morto.
Vale a pena ressaltar que, contrariando todas as expectativas, as comunicações através da Vivo estão se processando normalmente desde que saímos de Itacoatiara permitindo, inclusive, acessar a internet dos lugares mais ermos.
- Partida para o Paraná do Mocambo (04 de dezembro de 2011)
Alvorada às 4h30, tomei o energético e parti para minha jornada. Um formidável coral de guaribas fazia sua apresentação na Costa do Giba, em frente à ilha das graças. Curiosamente, assim que comuniquei ao Comandante Mário para que desligasse os motores do Piquiatuba e escutasse a sinfonia os macacos cantantes, interromperam de imediato sua soturna apresentação. Parei para descansar na foz do Furo Comprido e fiquei admirando a evolução dos botos vermelhos e tucuxis que atacavam os enormes cardumes de sardinhas de rio. A água parecia ferver e as sardinhas saltavam apavoradas tentando escapar dos vorazes predadores. Prosseguindo minha jornada me deparei com as enormes e belas Barreiras do Carauaçu (erosões) a Nordeste do meu deslocamento e pedi que o pessoal de bordo as fotografasse antes que entrássemos no Furo do Albano. As Barreiras multicoloridas variavam dos 70 a 120 metros de altura e emprestavam um novo e extraordinário visual ao itinerário. No furo fizemos mais uma parada num grande areal e mostrei minha futura rota que seriam as Barreiras Vermelhas. Logo depois de sair do Furo fui acompanhado, brevemente, por um enorme boto vermelho. Fiz mais uma parada à sombra de uma enorme árvore e chamei, novamente, o pessoal de apoio para esticar as pernas e fotografar o belo local. Depois do breve descanso rumei diretamente para o Paraná do Mocambo (Arari) onde acampamos num remanso entre um banco de areia e a margem esquerda. A brisa fresca, as areias, davam um toque especial à nossa parada. A noite foi acompanhada por insistentes bufares de botos vermelhos e focos de holofotes já que estávamos no alinhamento da rota das balsas que subiam o Rio Amazonas.
- Partida para Parintins (05 de dezembro de 2011)
Depois da alvorada e do energético parti para minha derradeira jornada antes de Parintins. Tinha programado passar meu aniversário na Ilha da Fantasia (Parintins). Os fortes ventos os banzeiros me acompanharam durante todo o trajeto e se intensificaram à medida que nos aproximávamos de Parintins. Na chegada contatamos o Subtenente de Engenharia Otávio, que fiscaliza a obra de recuperação do Porto de Parintins. O Exército Brasileiro interditou o Porto tendo em vista o mesmo apresentar problemas estruturais, ficar submerso nos períodos de cheia. O Porto de Parintins foi construído pelo Ministério dos Transportes e inaugurado em abril de 2006. O General Lauro Luis Pires da Silva, comandante do 2º Grupamento de Engenharia justificou a necessidade da interrupção das operações no Porto até a conclusão dos trabalhos em carta dirigida ao prefeito Bi Garcia. Há tarde fizemos um “tour” pela cidade, proporcionado pelo ST Otávio.
Solicito Publicação
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
E–mail: hiramrs@terra.com.br
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
MOTEIS, HOTEIS, E PIANO DE CALDA. Doc. 7 -2011
Acabamos de assistir à escolha dos novos ministros para o novo governo. Nada especialmente de novo. Tudo dentro dos conformes. A Imprensa não realça nenhuma personalidade. Todos dentro da mediocridade que assola o nosso País.
Tivemos dois fatos que nos chamaram a atenção. Dois ministros – vamos aceitar – usaram verba pública indevidamente. A mais hilariante é a escolha do Ministro do Turismo. Tem 80 anos, mora no Rio, é deputado pelo Maranhão e lá não vai. Diz-se que pagou para seus eleitores uma noitada num Motel, da qual ele não participou. Despesa paga com dinheiro público. E ficou aborrecido quando colocaram a nu o fato.
O outro caso é o da senadora Ideli Salvatti. Recebe auxílio moradia e pagou a despesa com outra verba pública! Ela garantiu que devolverá o dinheiro, o que acreditamos, mas não demitiu a funcionária que cometeu erro tão grosseiro. O interessante é que vai ser ministra da pesca e nunca viu um anzol ou pescou um alambari ou lambari. Tudo bem.
Alguns dos nossos correspondentes estão perguntando a razão do GRUPO GUARARAPES perder tempo com coisas tão pequenas. Mas elas são sintomáticas. Veja-se o oposto. Houve dois casos interessantes, um no Império e outro na República. As coisas são diferentes. Parece que os procedimentos dos homens públicos pioraram.
No Império, havia uma vaga de senador vitalício. Era norma ser escolhido para o cargo o candidato que era indicado pelo Partido que estava no governo. O partido queria nomear um seu correligionário. Sabia que o imperador não olhava este senhor com bons olhos. Leva a lista tríplice. Dois nomes da oposição e o que eles queriam. O Imperador escolhe um da oposição. O Ministro pondera: “Majestade nós estamos no governo e V. Exa. escolhe um da oposição?”. E o Imperador, mordaz: “Ministro - e o piano de cauda”. Tudo por ter o cidadão ido a Europa e, na volta, a esposa colocado algumas coisas na cada do piano; e a alfândega pegou a muamba. Imagine o Imperador e o mensalão. Teria morrido.
O senador Milton Campos, ex-governador de Minas, foi ao exterior. Volta e um amigo, também senador, vai esperá-lo no aeroporto. Conversam e o senador mineiro pergunta as horas e a resposta: “são 1500 horas”. Replica: vamos ao Senado. O amigo diz: “Milton você deve estar cansado. Vamos para casa”. Resposta: “Não amigo. Sobraram 300 dólares e preciso devolver logo, pois o dinheiro não é meu”. Nos dias de hoje parece coisa de serra acima. O senador Milton Campos, se fosse aos dias de hoje, seria considerado louco ou débil mental.
COM MOTEIS E HOTEIS, O GOVERNO CONTINUA BEM! E COM O QUE ENTRA. E O QUE SAI EM “OUTROS” PIANOS DE CAUDA?
VAMOS REPASSAR! A INTERNET É A NOSSA ARMA!
ESTAMOS VIVOS! GRUPO GUARARAPES! PERSONALIDADE JURÍDICA sob reg. Nº12 58 93. Cartório do 1º registro de títulos e documentos, em Fortaleza . Somos 1.762 civis – 49 da Marinha - 474 do Exército – 50 da Aeronáutica; 2.335. In Memoriam 30 militares e dois civis. Batistapinheiro30@yahoo.com.br. WWW,fortalweb.com.br/grupoguararapes. 17 de fevereiro de 2011 INDIQUE AMIGOS QUE QUEIRAM RECEBER NOSSOS E-MAILS. OBRIGADO.
REPASSEM, POR FAVOR. VAMOS CONQUISTAR AS INTELIGÊNCIAS
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Sexta-feira, 18.02.11
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Sexta-feira, 18.02.11
CUSPIU NO PRATO QUE COMEU!
Sempre alguém a moda de escárnio, ou usando o jargão popular afirma que a cultura do brasileiro é bem curtinha. Claro que quando alguém usa tal artifício para nos enodoar, talvez não faça com a intenção de magoar nenhum brasileiro. Pensamos assim, pois somos imperfeitos, e do mais nascemos simples e “ignorantes”. E no frigir dos ovos o justo - paga pelo pecador. Temos visto muitos procedimentos macabros, ações que denigrem a imagem humana, a má formação familiar e social de muitos, bem como o procedimento meio animal por pessoas que querem apenas praticar o mal em detrimento do bem, desvalorizando alguns hominais e agindo pelo viés do instinto irracional, pensando mais no seu ego interir e esquecendo a sublimidade a que fomos prepostos a realizar em nossa missão na terra, o orbe onde nascemos.
A psicosfera terrena bem que poderia ser muito mais do que efêmera, visto que nos inserimos no écran dos seres em evolução no mundo material. Afirmam os espiritualistas de que todo ser vivo é dotado de Espírito e a Doutrina Espírita explica muito bem e com bastante propriedade essa nuança. O Espírito pela sua essência espiritual é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta pela matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É o princípio inteligente que habita o universo, podendo ser ele, encarnado e desencarnado. O Espírito é a alma sobrevivente ao corpo; é o ser principal, pois que não morre, ao passo que o corpo é simples acessório sujeito a destruição. O homem tem um espírito encarnado que recebe a nomenclatura de alma. Espíritos que povoam o espaço são ministros de Deus, encarregados de atender aos pormenores, dentro de atribuições que correspondem ao grau de adiantamento que tenham alcançado, por isso são portadores de livre-arbítrio.
A prática do bem e do mal está inserida nesse dom dado pelo Pai Maior que por sua bondade ainda aquinhoou o ser hominal de inteligência e instinto. Devemos nos entreter e avaliar que todos os nossos males, de qualquer espécie, vêm da fonte negativa do nosso ego humano, Freud explica muito bem e com detalhes esse procedimento. A libertação dos males vem unicamente da positiva do nosso EU divino. Jamais duvidaremos dessa bela sentença, a distinção entre o ego e o Eu, é uma das mais belas conquistas da psicologia moderna do ocidente, nesses últimos decênios desde Freud para cá, mas diremos que ela sempre esteve à disposição do homem como atribuição divina, mas restava ao humano à capacidade para se inserir nesse fabuloso ciclo de vida. Allan Kardec fundador da Doutrina Espírita em sua codificação explica com todos os detalhes essa nuanças desde que lançou em 1857, na França “O Livro Dos Espíritos”.
O desconhecimento do Ego e do U, essa bipolaridade tão substancial da natureza humana é responsável por quase todos os erros no setor da espiritualidade. O homem que se identifica com seu ego negativo com certeza vai participar ativamente da malignidade e será considerado por todos com mau. Todo ser humano é dotado de mediunidade, digamos, antes de tudo que ela é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir de falar com a espiritualidade. A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes sociais ou da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para fortificá-los no bem, aos viciosos para corrigi-los.
A mediunidade não implica necessariamente relações habituais com os Espíritos Superiores. É apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil (Que se pode reduzir a fios, estirar, distender, sem se romper; flexível, elástico, dócil, amoldável aos Espíritos, em geral). Certa vez navegando por ondas tenebrosas da Rede Mundial de Computadores (Internet) nos deparamos com uma entrevista que nos chamou a atenção, pois se tratava de um Doutor ex-espírita segundo ele, que respondia as indagações de vários jornalistas sobre o procedimento do grande homem e médium Francisco de Paula Cândido Xavier (Chico Xavier) de saudosa memória, acusando o bom Chico de trapaceiro nas comunicações (psicografias) referente ao Correio Fraterno. Ressalte-se que o médico em alusão já psicografou junto a Chico Xavier e depois se afastou sem dizer nada, indo estudar a projeciologia.
Afirmava citado senhor que se tratava de carta marcada e que o médium em alusão já recebia tudo escrito das mãos dos interessados. Ao receber um e-mail de um site espírita, fiz a seguinte indagação: “ESTIMADO AMIGO FIQUEI PASMO COMO O VÍDEO QUE VI DO DR. WALDO VIEIRA EX-ESPIRITA FALANDO SOBRE AS MENSAGENS PSICOGRAFADAAS POR CHICO XAVIER NO CORREIO FRATERNO COMO CARTA MARCADA, PARA UM BOM ENTENDEDOR FRAUDE. SERÁ VERDADE O QUE ELE DISSE? TIRE-NOS DESSA DÚVIDA. OBRIGADO. MANDE SUA OPINIÃO.” Fizemos outros questionamentos a outros espíritas conhecidos e condutas ilibadas. Aquele procedimento do Waldo Vieira ficou nos martelando a mente, pois conhecemos a fundo a história e a vida desse fabuloso médium mineiro que pelo pouco estudo e inspirado por seu Espírito Protetor Emmanuel, escreveu ou psicografou mais de 420 livros, conhecidos no Brasil e no mundo inteiro.
Ao abrirmos nossa caixa de mensagens um e-mail nos chamou a atenção e aqui subscrevemos para os leitores: “Bom dia, estimado Antonio”. Paz de Chico Xavier. Olha Antonio, pode ficar tranquilo, pois, trata-se de um processo obsessivo que vem se arrastando desde os anos 80. Aliás, por volta de 1982, o Chico, fazendo uma visita aos amigos de Monte Carmelo, terra de Waldo Vieira, solicitara a eles que fizessem preces em favor do Waldo, pois o mesmo, em decorrência do referido processo obsessivo estaria na eminência de se cometer o suicídio, pelo fato de haver abandonado as tarefas e não conseguir levá-la adiante, conforme a programação do plano Espiritual. É, de fato, bastante constrangedor. Mas o que “estes famosos, médiuns (?) vem fazendo em cima do nome de Chico Xavier, para conseguirem projeção”!... E se eu fosse aqui, citar alguns, você ficaria, aí sim, ainda mais pasmo. Gente boa e famosa, mesmo. Quem sabe, em outra oportunidade, possamos falar-lhe de forma mais direta. Fique tranquilo! Até porque o próprio Chico já havia previsto a tudo. Inclusive, as "tais mensagens" que andam recebendo por aí, tanto dele quanto as de Emmanuel, ele já nos deixara informados de que não seriam verídicas. Com serenidade, toquemos o nosso barco em clima de paz e otimismo. "Isso também vai passar". Receba o nosso fraterno abraço,·.
Sinceramente o fato me chamou a atenção, mas a minha preocupação foi somente pelas palavras de um ex-espírita que psicografava juntamente com Chico. Na realidade a inveja tomou conta do débil Waldo e a todo custo queria ser no mínimo o sucessor de Chico aqui no mundo material, mas Divaldo Franco já desempenhava muito bem e continuava com carinho e aptidão as missões que o mesmo Chico empreendia aqui na Terra. Cuspiu no prato que comeu e não se deu bem com certeza. Os males ou malefícios não são Teo-creados, são apenas ego-creados e, como tais, existem, enquanto a consciência do ego os mantém na sua existência. Joel S. Goldsmith afirma que no momento em que a ego-consciência deixa de existir, também os males, ego-creados e ego-mantidos, perdem a sua base existencial. E foi isso que aconteceu ao Dr. em alusão, pois o mesmo usou seu fio-terra para denegrir a imagem deixada por um homem que só pregou o bem e praticou a caridade em profusão.
Alguns desses funestos fios-terra, que impedem o carregamento da bateria, são formais, rádio, televisão, visitas tagarelas feitas ou recebidas, o telefone também pode ser fio-terra; mas diz Goldsmith, ele necessita do telefone para manter o contato com os doentes; fez, porém, consigo mesmo o pacto de nunca ficar ao telefone mais de três minutos, porque em três minutos se liquida qualquer assunto importante, o resto é conversa fiada. Fica aqui o nosso voto de gratidão ao grande homem que foi Chico Xavier e pedimos ou rogamos a Deus que o pobre Waldo Vieira encontre o seu azimute e possa levar a sua vida sem orgulho, inveja, e também sem denegrir a imagem de pessoas de bem. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA UBT- DA AVSPE – DA ACE- AOUVIRCE.
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