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PAIVAJORNALISTA

Esse blog tem uma finalidade muito importante, isto é, levar aos conhecimentos dos leitores e amigos os mais diversos assuntos relacionados com o nosso dia a dia. Crônicas, Artigos, Poemas, Poesias, Atualidades, Política entre outros.



Quarta-feira, 29.12.10

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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 17:18

Quarta-feira, 29.12.10

PARA ONDE FORAM OS TRAFICANTES?


PARA ONDE FORAM OS TRAFICANTES?

Alguns dias decorridos da mega operação realizada no Morro do Alemão, para retirada dos traficantes de drogas daquela área, uma indagação não quer calar! Para onde foram os chefes do tráfico? Será que a mega operação policial, que envolveu até as Forças Armadas (FFAA), Polícia militar, Polícia Civil, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, tinha como único objetivo as festividades de natal e final de ano? Queríamos saber. Passados alguns dias parece que tudo foi esquecido e até os meios de comunicação televisivos voltaram suas câmeras para outro azimute, que não, os das favelas do Rio de Janeiro.

Ações contínuas deveriam ter prosseguido, pois o antro de traficantes não está localizado somente no Alemão, outras favelas merecem atenção dos órgãos de segurança. A Polícia Federal, aliada aos outros órgãos de segurança deveriam continuar a ação a cata dos reis do tráfico, visto que, eles não moram em favelas. Os diversos traficantes como Gaguinho, Herdeiro, o filho do traficante Macarrão, Neném, entre outros, talvez sejam apenas laranjas dos empresários do tráfico que residem em locais luxuosos e em mansões espalhadas pela zona Sul do Rio de Janeiro. Com alto poder aquisitivos esses malfeitores da sociedade brasileira podem contrabandear armas de grande poder de fogo usando a influência do vil metal para facilitar as negociações.

Por possuírem uma condição financeira alta, ninguém irá descobri-los, pois estão estrategicamente inseridos no mesmo écran onde moram grandes empresários e famílias da alta sociedade carioca. Um Cd de fotos aprendido pela Polícia no Complexo do Alemão revela como os traficantes e seus familiares usam joias gigantescas para mostrar riqueza e poder. Só que achamos que esse poder não é de primeiro escalão, pois quem tem muito dinheiro não irá residir em locais vulneráveis e sujeitos a confrontos diretos com a Polícia. Alguns traficantes de favelas como Maluquinho mostram seus enormes pingentes em ouro, bem como filhos e mulheres.

Moeda de troca - joias dos traficantes vêm de roubos e dos viciados. O tráfico de drogas no estado do Rio de Janeiro movimenta mais de R$ 300 milhões de reais por ano, segundo estatística da Revista “Isto É” de 15/12/2010, ano 34/nº. 2144.  As joias do tráfico são oriundas de roubos e deixadas por viciados nas bocas de fumo. No Rio de Janeiro, duas joalherias são assaltadas, em média por mês. Já São Paulo registrou 20 assaltos a joalherias em 2010. Traficantes têm ourives de confiança para confeccionar peças personalizadas. O Ouro do tráfico é usado para comprar drogas, armas e pagar propinas. Toda essa “riqueza” apreendida durante a mega operação foi recolhida para que setor do estado do Rio de Janeiro? Precisamos saber! A ostentação que o tráfico proporciona acaba seduzindo muitos jovens. “Fascinados pela demonstração de poder, ingressam nas fileiras do crime”, relato o delegado de polícia Gomes.

Se estudos sérios fossem realizados com planejamento estratégicos visando à melhoria dos habitantes das favelas, com construções de moradias e urbanização a situação seria outra com certeza. Será que falta vontade política para concretização de um projeto dessa magnitude. Se providências urgentes e saneadoras não foram tomadas, eles de mansinho voltarão a ocupar seus lugares dantes habitados e dominados. As fronteiras continuam escancaradas, o espaço aéreo desprotegido, os policiais na mesma, pois até o PL 300 foi esbarrar na gaveta do vice-presidente eleito Michel Temer.

Podemos chegar facilmente à conclusão de que não existe primazia e nenhum plano arquitetado para a segurança da sociedade brasileira, esse fato se tornou rotina e do conhecimento geral. Uma imoralidade sem tamanho renasceu quando senadores, deputados federais, estaduais resolveram aumentar estupidamente seus salários. Infelizmente, o justo, paga pelo pecador. Que destino tomou nossa cidadania, nossa ética, nossos valores individuais, nosso amor à Pátria, nossos costumes, nossa história, nossa educação, nossos afetos, nossa humildade e o nosso amor ao próximo. Esses valores foram jogados na latrina e hoje o pensamento maior é de ter mais e sempre mais. Nunca na história do Brasil a materialidade surgiu com tanta força extirpando quase por completo a espiritualidade.

Mendigos, flanelinhas, meninos de rua, consumo exagerado de drogas, prostituição infantil e adulta, moradores de rua se instalando em praças públicas e debaixo de viadutos, corrupção de políticos, tráfico de influências, brigas por cargos políticos, por ministérios, quando na realidade ninguém luta em prol dos mais fracos, oprimidos e estropiados. O semelhante não é mais semelhante, o próximo não é mais próximo estamos no país de um por si e Deus por todos. Final de ano vem aí, as esperanças se renovam, sai presidente, entra presidente e nada muda. As duas leis mais perfeitas que Deus deixou na Terra, a de “Ação e Reação e a de Causa e Efeito” podem fazer a diferença.

Como diz o jargão popular de que toda ação corresponde a uma reação de efeito contrário, então seria bom às autoridades colocarem as barbas de molho, pois os maliciosos traficantes podem estar armando esquemas para o revide. Quem avisa amigo é. Não rogues justiça nos dias de tua dor e sim aumento de compaixão nos tribunais da Divina Sabedoria, restaurando a ti mesmo, para seguir à frente, valoroso e sereno, na própria redenção. Será que a redenção tão almejada renascerá? Ou será que os comesinhos do PNDH3 voltarão à tona novamente para insinuações férteis de quem não pensa na verdade e quer apenas descontar seus recalques em quem não mercê.

Recorda que também acionaste ouro e autoridade, raciocínio, e beleza para flagelar e humilhar, chagar ou denegrir e aceita no presente o caos da amargura, por remédio feliz, capaz de lavar-te o ser, para a alegria da luz. Será que merecemos os representantes que temos? Um momento para meditação. Pense Nisso, antes que seja tarde demais.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DE ACI- DA ALOMERCE- DA UBT- DA AOUVIRCE E DA AVSPE

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Segunda-feira, 27.12.10

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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 10:08

Segunda-feira, 27.12.10

FARRA DE FINAL DE ANO


FARRA DE FINAL DE ANO

Por que votamos? No regime democrático o voto tem uma destinação séria e provida de bons propósitos. Porém, os nossos representantes não dão a mínima e passam a instigar o povo com aumentos exorbitantes, impostos criminosos, e além do mais, falta de responsabilidade com o erário público. A farra pública nesse réveillon será algo de anormal, ilegal e milhões de reais serão jogados ao sabor das ondas titânicas do prazer. Milhões e milhões serão gastos com cantores, conjuntos musicais, enquanto hospitais e fornecedores reclamam desesperadamente a falta de medicamentos e por pagamentos em atraso. Hospitais públicos clamam por profissionais de saúde, mas o clamor vira fumaça e se esvai no ar. As merrecas que irão ganhar não cobrem nem o custeio com combustível para o deslocamento de um ponto a outro da cidade.

Muitas vezes no desespero que passamos ao procurarmos um serviço médico ficamos estressados e fatigados pela espera e o mau atendimento. Até os Planos de Saúde estão se transformando num SUS da vida. Quem procura a emergência no Hospital da UNIMED pode comprovar nossa afirmação. A Guarda Municipal de Trânsito (AMC) que de trânsito não entende de nada, tem como objetivo primordial multar e amealhar milhões para os cofres da Prefeitura, do DETRAN e da empresa responsável pelos fotosenssores. Detendo-nos à compreensão da justeza das leis que nos conduzem ao imaginário, a nossa dor resplandece aos olhos dos injustos, hiatizando nossa confiança nos órgãos governamentais.

Obras inacabadas, ruas e avenidas esburacadas, falta de saneamento básico, esgotos escoam pelas coxias, entulhos de obras inacabadas, e lixo acumulado fazem o visual da Fortaleza Bela.  Descaso no trânsito, na saúde, na educação e na segurança pública. Como poderemos acreditar em administrações que só querer imantar a beleza em detrimento do investimento no homem. Nominamos de vergonhosa, estarrecedora e satânica a atitude tomada pelo governador do estado do Rio de Janeiro que está pagando altos cachês a artistas no final de ano. Manifestantes desfilam com faixas com os seguintes dizeres: “Cariocas protestam contra altos cachês pagos a artistas no fim de ano”. Segundo manifestantes, Luan Santana ganhou R$ 1,3 milhão por show no Rio de Janeiro, Zeca pagodinho R$ 650 mil, enquanto policiais e bombeiros vão receber R$ 30 reais por 24 horas de trabalho cansativo. O que foi pago a Roberto Carlos não foi noticiado. Faixa estendida na orla de Copacabana compara cachês a salários de PMS. (Entrem no site G1 e comprove a veracidade da notícia, a foto é de Gabriel de Paiva da Agência - O Globo). Aqui em nossa Fortaleza não será diferente. É justamente neste momento que o Tribunal de Contas deveria estar analisando os gastos de final de ano da prefeitura e do governo do Estado, afinal é dinheiro público. Será que dinheiro público não tem valor e pode ser gasto ao bel prazer dos governantes?

A farra do PT (Partido dos Trabalhadores) vai ser grande e no frigir dos ovos quem vai pagar o pato mais uma vez são os contribuintes, visto que estão estudando novas estratégicas para sugar nossos míseros salários, enquanto recebemos 4,7% de reajuste, políticos recorrem ao Papai Noel e não há necessidade, visto que eles mesmos aprovam seus aumentos.  O aumento veio numa escala homérica de 60% a cem por cento em seus salários. A única solução para não piorarmos o nosso débil estado de saúde seja nos aconselharmos: “Não te revoltes, não te lastimes, aquieta-te intimamente”. Político brasileiro é como parafuso só vai arrochando. Se afrouxar a casa cai. Se arrochar eles virão com desculpas esfarrapadas que foram vítimas de torturas. Nós povão estamos sendo torturados todos os dias.

Tenha pena e dó das crianças brasileiras e dos jovens que estão sendo dizimados pelo consumo de drogas de diversos matizes, se não fossem os voluntários que com suas instituições de recuperação de drogados que realizam um belo trabalho, a situação estaria bem pior. Cuidado com seus entes queridos que precisem de internamento em hospitais, pois eles no lugar do soro fisiológico podem receber uma dose mortal de vaselina. O equivoco desse trágico episódio poderia ter sido evitado se houvesse um farmacêutico na emergência. Apesar de o hospital ter dois farmacêuticos, nenhum atua no pronto-socorro. É lamentável como alguns hospitais tratam seus pacientes. Será que o Brasil tem jeito. O Brasil de Sarney a Lula piorou sensivelmente. Somente a mídia eleva a popularidade de um presidente, pois nem mesmo o Mestre Jesus quando esteve nesse orbe teve essa aprovação, tanto é que seu destino foi trágico.

Algum curioso já procurou averiguar a qualidade do material que está sendo usado na reforma da Avenida Bezerra de Menezes? E a parafernália em que ficou o trânsito naquele setor, pois nem em farmácia você pode parar que com um flash uma viatura da AMC surge com alguém para lhe multar, enquanto nos sinais na hora de rush engarrafamentos se multiplicam e não aparece ninguém dessa malfadada autarquia, para aliviar a tensão dos motoristas. Aguentar engarrafamentos ao sabor de um tremendo calor não há cristão que aguente. É um salve-se quem puder. E ai!  Ruas da cidade viram bares e as regionais fazem vista grossa. Até cadeira eles colocam no asfalto. Pode Freud?

Se fossemos enumerar todas as irregularidades que constatamos no dia a dia passaríamos dias e anos escrevendo. Basta dizer que há mais de 20 vinte anos uma água fétida corre pelas coxias da Rua Franco Rocha no bairro do Pici, mas apesar das reclamações ninguém toma providências. My God como se consome álcool em nosso Brasil, motoristas e carros movidos a álcool não combina é perigo constante. Os acidentes de trânsito aumentam assustadoramente. Numa festa em que se comemora o nascimento do Salvador Jesus a quantidade de acidentes com mortes é incalculável. Pensem nisso e vivam felizes.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA UBT- DA AVSPE- DA AOUVIRCE


 

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Segunda-feira, 27.12.10

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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 10:05

Segunda-feira, 27.12.10

ESTAMOS REPASSANDO O ARTIGO DE SANDRA CAVALCANTE.


ESTAMOS REPASSANDO O ARTIGO DE SANDRA CAVALCANTE. É UM POEMA DE DOR. ELA NOS FAZ CHORAR POR DOIS MOTIVOS: 1º PELA GRANDEZA DO POEMA QUE VEM DO FUNDO DA ALMA E 2º PELA COVARDIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA.
VAMOS ACORDAR E REAGIR. SALVEMOS O BRASIL PARA NOSSOS FILHOS E NETOS.
REPASSEM POR AMOR DE DEUS.
GRUPO GUARARAPES

JÁ NÃO PODEMOS DIZER NADA!

Sandra Cavalcanti

 
Em 14 de de abril de 1930, aos 36 anos, Vladimir Maiakóvski, o maior poeta russo da era contemporânea, deu um fim trágico à sua atormentada vida. Matou-se porque perdeu toda a esperança e se viu diante de uma estrada sem saída.

Sua obra é absolutamente revolucionária, como revolucionárias eram as suas idéias. Mas o poeta, dizia ele, por mais revolucionário que seja, não pode perder a alma!

Ele acreditou piamente na Revolução Russa e pensou que um mundo melhor surgiria de toda aquela brusca e violenta transformação. Aos poucos, porém, foi percebendo que seus líderes haviam perdido a alma.
A brutalidade crescia. A impunidade era a regra. O desrespeito às criaturas era a norma geral. Toda e qualquer reação resultava em mais iniqüidades, em mais violência. Um stalinismo brutal assolou a pátria russa. Uma onda avassaladora de horror e impotência tomou conta de seu espírito, embora ainda tentasse protestar. Mas foi em vão. Rendeu-se e saiu de cena.

Em 1936, escreveu Eduardo Alves da Costa o poema No caminho com Maiakóvski, que resume sua desoladora tragédia.

"... Na primeira noite eles se aproximam/ e roubam uma flor/ de nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem:/ pisam as flores,/ matam nosso cão,/ e não dizemos nada./ Até que um dia,/ o mais frágil deles/ entra sozinho em nossa casa,/ rouba-nos a luz e,/ conhecendo nosso medo,/ arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada.”

Nestes tristes tempos, muitos estão vivendo as angústias desabafadas neste poema. Também acreditaram em líderes milagrosos, tiveram esperanças em dias mais serenos, esperaram por oportunidades melhores e sonharam com paz e alegria. Nunca imaginaram que, em seu lugar, viriam a impunidade, a violência, o rancor e a cobiça. Os que chegaram ao poder, sem nenhuma noção de servir ao povo, logo revelaram a sua verdadeira face.

O País está vivendo uma fase de completo e total desrespeito às leis. A Lei Maior, aquela que o País aprovou por meio de seus representantes, não existe. Para uns, todas as leniências. Para outros, todos as violências. Nas grandes cidades, dois governos, duas autoridades: a tradicional e a dos marginais. No campo, ausência de direitos e deveres. Uma malta de desocupados, chefiados por líderes atrevidos e até debochados, está conseguindo levar o desassossego e a insegurança aos milhões de trabalhadores rurais que ali se esforçam para sobreviver. Isso já vem acontecendo há muito tempo e não há sinal de que alguma autoridade pretenda submetê-los às penas da lei. Ao contrário. Eles gozam de imenso prestígio junto ao presidente, que não se acanha em lhes dar cobertura e agir com a maior cumplicidade.
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A ausência das autoridades tem sido o grande estímulo para que esses grupos, e outros que vão surgindo, venham conseguindo, num crescendo de audácia e desrespeito, levar o pânico aos que vivem do trabalho no campo. A mesma audácia impune garante também a expansão das quadrilhas de narcotraficantes em todo o País. A cada dia que passa eles chegam mais perto de nós. Se examinarmos com atenção os acontecimentos destes últimos dois anos, dá para entender o nosso medo.
Quando explodiu o caso do Waldomiro Diniz, as autoridades estavam na obrigação de investigar tudo e dar uma punição exemplar. O que se viu? Uma porção de manobras para encobrir os fatos e manter os esquemas intocáveis. E qual foi a reação do povo? Nenhuma.

Roubaram uma flor de nosso jardim, a flor da decência, da dignidade, da ética, e nós não dissemos nada!

Quando, da noite para o dia, dezenas de deputados largaram suas legendas e se bandearam para as hostes do governo, era preciso explicar tão misteriosa adesão. O que se viu? Uma descarada e desafiadora alegria no alto comando do País! E qual foi a reação do povo? Nenhuma.
Eles nem se esconderam. Pisaram em nossas flores, mataram o cão que nos podia defender. E nós não dissemos nada!

Quando um parlamentar, que integrava a tal maioria, veio denunciar o uso de recursos públicos, desviados de forma indecente, com a conivência dos altos ocupantes do governo, provando que a direção do PT e do governo sabiam de tudo e de tudo se haviam aproveitado, qual foi a reação do povo? Nenhuma.

Eles nem se importaram com o fato de terem sido descobertos. O mais frágil deles entrou em nossa vida, roubou a luz de nossas esperanças e, conhecendo o nosso medo, ainda se deu ao luxo de arrancar a nossa voz da garganta.

Será que vamos aceitar? Não vamos dizer nada? Será que o povo brasileiro perdeu de vez a sua capacidade de se indignar? A sua capacidade de discernir? A sua capacidade de punir?

Acho que não. Torço para que isso não esteja acontecendo. Sinto, por onde ando e por onde vou, que lá no mar alto uma onda de nojo está crescendo, avolumando-se, preparando-se para chegar e afogar esses aventureiros. Não se trata, simplesmente, de uma questão eleitoral. Não se cuida apenas de ganhar uma eleição. O importante é não perder a alma. O direito de sonhar. A vontade de viver melhor.

Colocar este momento como uma simples luta entre governo e oposição é muito pouco. E derrotá-los, simplesmente, também é muito pouco, diante do crime que eles praticaram contra as esperanças de um povo de boa-fé.
O que vai hoje na alma das pessoas é o corajoso sentimento de que é preciso vencer o pavor e o pânico diante da audácia dessa gente, não permitindo que eles nos calem para sempre. Se não forem enfrentados, se não forem punidos, se seus métodos e processos não forem repudiados, nosso futuro terá sido roubado. Nossa voz terá sido arrancada de nossa garganta.
E já não poderemos dizer nada.



Sandra Cavalcanti, professora, foi deputada federal constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Lacerda, fundadora e presidente do BNH
E-mail:
sandra_c@ig.com.br
Doc.210-2010


















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Segunda-feira, 27.12.10

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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 09:58

Segunda-feira, 27.12.10

HÁ ESPERANÇA. DOC. Nº 323 – 2010


HÁ ESPERANÇA. DOC. Nº 323 – 2010


REPASSEM. LEIAM!

O GRUPO GUARARAPES retransmite o discurso de despedida de término de curso do Colégio Militar de Fortaleza (Casa de Eudoro Corrêa). A aluna MARCYELE, em suas palavras, engrandece o ser humano e desperta a esperança de um Brasil melhor para nossos filhos.
Vejam alguns trechos grandiosos do discurso da aluna: a- Com o decorrer dos anos, acostumamo-nos com o regime militar. Aquilo que parecia difícil e sacrificante passou a ser rotina e, inacreditavelmente, agradável; b- O COLÉGIO VIROU A NOSSA 2ª CASA; c- Agora, seguimos rumo a uma nova etapa com a cabeça erguida e ficaremos muito orgulhosos sempre que falarmos: "- Eu sou ex- aluno do Colégio Militar de Fortaleza".
Vejam que o ensino Militar prepara o jovem. Eles amam o seu Colégio. Despertam o jovem para o amanhã. Esta será a juventude que comandará o Brasil de amanhã. As jovens serão a coluna mestra da família.

HÁ ESPERANÇA.
            NOS COLÉGIOS MILITARES CULTIVA-SE O MÉRITO E SE ENSINA AO JOVEM OS VALORES MORAIS QUE ENGRANDECEM O HOMEM.

NOSSA QUERIDA MARCYELE OBRIGADO PELA AULA DADA.

GRUPO GUARARAPES

Texto de Término do Ensino Médio/ Turma 2004-2010
           
Parece que foi ontem que recebemos nossas boinas e nos tornamos alunos da Casa de Eudoro Correa, mas já faz sete anos. Sete anos de alegrias, aprendizado ou até decepções; mas, acima de tudo, em todo esse tempo, aprendemos a crescer. Afinal, foi no Colégio Militar de Fortaleza que deixamos de ser aquelas crianças do ano de 2004 para virarmos os formandos de hoje.

Como esquecer o nosso primeiro ano no colégio, em que estávamos cheios de entusiasmo e vontade de aprender? Tínhamos medo de professores, monitores, comandantes, frosas, V.Is...  ah, as Vis! Quanta dor de cabeça nos deram... Tínhamos, também, a mania de participarmos de tudo! Feira de ciências, T.I, jogos, grêmios, clubes de monitoria... Sempre queríamos o êxito, por isso perturbávamos os nossos pais para que nos ajudassem e ficávamos tristes quando não alcançávamos os nossos objetivos. Não sabíamos, mas a eloqüência da 5ª série faria falta nas cansativas horas de estudo para o vestibular.

Com o decorrer dos anos, acostumamo-nos com o regime militar. Aquilo que parecia difícil e sacrificante passou a ser rotina e, inacreditavelmente, agradável.

Jamais esqueceremos o marco consolidador da nossa turma: a 8ª série. Aquele ano de 2007 foi tão importante quanto o nosso primeiro, pois os jogos internos, as mudanças e reestruturação das turmas e o T.I serviram para mostrar a nossa união que perduraria até hoje. Como não lembrarmos aquele T.I, no qual viramos apresentadores, dançarinos, cantores, cozinheiros, vendedores, assistentes financeiros e passamos, ainda, a conhecer melhor as regiões do nosso Brasil?

É, vivemos tantas histórias... Alegres, trágicas, engraçadas e nesse vaivém, o que realmente ficou foram as amizades. Inúmeras foram as vezes que deixamos um pouco de convivermos com nossos familiares para fazermos isso com nossos amigos. O COLÉGIO VIROU A NOSSA 2ª CASA. Agora, será difícil acordarmos de manhã e não entrarmos em forma, nem vermos mais, tão frequentemente, as faces conhecidas com as quais estamos acostumados. Juntos, passamos por muitos momentos: perdas, conquistas, festas, formaturas, viagens, churrascos, bailes, Vis, choros... Houve tempo em que até brigamos. Sim! Mas como toda família, no final, nos reconciliamos. E isso se repetiu infinitas vezes. É verdade que existiram aqueles que se afastaram e isso, com certeza, foi uma pena. Mas, por outro lado, houve aqueles que se aproximaram, o que foi uma grande alegria. Afastados ou próximos, o certo é que foram, são e sempre serão nossos amigos. Deles é que nos lembraremos quando a dolorosa falta dos dias de CMF chegarem. Juntamente com a educação, a disciplina e a responsabilidade, esse foi o maior presente que o Colégio Militar de Fortaleza poderia nos dar: amigos verdadeiros.

Em primeiro lugar, damos o nosso singelo agradecimento aquele que nos permitiu viver todas essas alegrias. Quando pensávamos que não mais tínhamos força para prosseguir, Ele nos fez crescer nas derrotas e iluminou nossas mentes e decisões para que, não muito distante, pudéssemos nos alegrar com nossas conquistas. Devemos a Ele essa família maravilhosa que aqui formamos, um verdadeiro presente divino. Em tantas formaturas com gritos vibrantes, dissemos que estávamos acima de tudo, mas abaixo somente DELE. Afinal, se Deus é por nós, quem será contra nós?

Não poderíamos esquecer os nossos pais. Eles merecem nossos aplausos de pé. Aguentaram, pacientemente, nossas mudanças repentinas de humor e vibraram com cada vitória nossa, sempre nos enaltecendo, ao pronunciarem, entusiasmados: "- Meu filho estuda no Colégio Militar de Fortaleza".

Os nossos monitores e comandantes não poderiam ter sido melhores.  Não estaremos mentindo se disséssemos que, algumas vezes, foram muito rígidos, mas não podemos negar que, com eles, aprendemos a ter responsabilidade com os horários. Será, no mínimo, estranho entrar na faculdade sem ser necessário cumprimentar com a continência quem estiver recebendo-nos e sem ser preciso apresentar a turma para o professor.

Agradecemos, também, aos funcionários, que sempre trabalharam para manter as instalações do CMF as melhores possíveis, o que nos ajudou bastante em nossa jornada de estudo.

Os professores fizeram seus papéis brilhantemente, por isso devemos muito a eles. Ajudaram-nos a construir nosso conhecimento, o bem mais precioso que se pode ter, e nos fizeram lembrar, a cada manhã, que o Colégio Militar de Fortaleza é sonho de muito, mas privilégio de poucos. Nossos mestres, que em tantas aulas ensinaram mais lições da vida do que, propriamente, escolares, terão seus nomes gravados em nossas mentes e corações.

Aos pais, oficiais, funcionários, professores, colegas que, precocemente, deixaram a turma, enfim, a todos que, desde 2004, vêm contribuindo com nossa formação o nosso muito obrigado.

O tempo passa, com ele, todo o resto. Entretanto, os melhores anos de nossas vidas e os princípios de ética, de moral e de camaradagem que aqui aprendemos não passarão, ficarão guardados em nossas memórias e serão recordados sempre que encontrarmos algum aluno do Colégio Militar fardado ou cantando o Zum Zaravalho. E só então entenderemos o saudosismo e o brilho nos olhos daqueles que nos paravam na rua só para se identificarem como ex alunos de nossa casa.

Neste momento, em que nos preparamos para ouvirmos o último fora de forma e jogarmos nossas boinas, passa, pelas nossas mentes, um filme de todos os momentos que vivemos com as pessoas que marcaram esses sete anos. Alguns poderão molhar o rosto com lágrimas, mostrando a antecipada saudade do convívio diário com os colegas, dos professores, das conversas dos corredores. Agora, seguimos rumo a uma nova etapa com a cabeça erguida e ficaremos muito orgulhosos sempre que falarmos: "- Eu sou ex- aluno do Colégio Militar de Fortaleza". Temos a certeza de que o nosso lema, proferido tantas vezes, continuará regendo as nossas vidas: "- PARA FRENTE, CUSTE O QUE CUSTAR!!! "

          Macyele Beahtriz Viana Crisóstomo- 638/ Turma: 305

REPASSEM PARA OS AMIGOS!
REPASSEM PARA OS JOVENS!
ASSIM SE FORMA UMA NAÇÃO!


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Quinta-feira, 23.12.10

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Quinta-feira, 23.12.10

SOMOS INGÊNUOS? Leiam esta aula


SOMOS INGÊNUOS? Leiam esta aula

O GRUPO GUARARAPES AO REPASSAR O ARTIGO DO GENERAL CASTRO O FAZ COM ALEGRIA. DEVERIA SER DISTRIBUIDO AOS CADETES, AOS CORPOS DE TROPA PARA QUE SE APRENDA A GRANDEZA DA CARREIRA MILITAR, CADA VEZ MAIS.
SOMOS INGÊNUOS? SIM. A RAZÃO É SIMPLES: O MILITAR NÃO ADMITE A MENTIRA, FALA A VERDADE, PENSA NA PÁTRIA E NÃO NOS SEUS INTERESSES PESSOAIS. NÃO ESQUECE O PASSADO, POIS É ELE QUE SUSTENTA O PRESENTE E NOS POSSIBILIDADE SONHAR COM O FUTURO.
QUEM QUER ESQUECER O PASSADO É POR QUERER ESCONDER A VERDADE HISTÓRIA. ]

GEN TORRES DE MELO (COORDENADOR DO GRUPO GUARARAPES) 

Paulo César de Castro *
Pelas mãos dos meus pais, e graças a Deus, transpus o portão das armas do Colégio Militar do Rio de Janeiro, em 1956. Havia sido aprovado, no ano anterior, em exigente concurso de admissão. Não imaginava que aqueles primeiros passos me conduziram, em verdade, à melhor das instituições criadas pela Nação desde 22 de abril de 1500, o Exército Brasileiro, sempre irmanado às outras tão igualmente melhores, a Marinha e a Aeronáutica. Nada melhor, no Brasil, que suas Forças Armadas.
No Imperial Colégio Militar, a Casa de Tomaz Coelho, aprendi os fundamentos das ciências, nos antigos cursos ginasial e científico. Mais importante ainda, meus dedicados comandantes, mestres, instrutores e monitores, muito além do conhecimento curricular deram continuidade à formação do meu caráter, forjado no lar, nas escolas que antes frequentara e na Igreja na qual fora batizado e crismado, fizera a primeira comunhão e fortalecera a fé. Internalizaram-se em mim, pelos repetidos exemplos de meus educadores, os valores eternos do Exército de Caxias. Aprendi a cultuar e praticar a verdade, a lealdade, a honestidade, a probidade, a camaradagem, o respeito, a pontualidade, a assiduidade, o patriotismo, o civismo e a vibração. Como lhes sou agradecido!
E foram aqueles mesmos valores que encontrei no quotidiano da vida castrense. Constatei sua prática e transmissão ao longo de pouco mais de quarenta e seis anos de efetivo serviço, contados de cadete do primeiro ano, em 1963, até 2009, no posto máximo da hierarquia. Já oficial-general, perguntava aos meus comandados por que o Exército e as Forças Armadas obtêm, invariavelmente, elevados e invejáveis índices de credibilidade? Aos ouvi-los responder, propunha-lhes refletir sobre esta possível resposta: os nossos valores! São eles que nos fazem respeitados, queridos e acreditados pela Nação. São eles que nos identificam, são nossas impressões digitais e nos fazem merecedores dos aplausos dos brasileiros de bem, dos brasileiros com vergonha na cara!

Entretanto, curiosa e repetidamente, em todos os postos da carreira, nas diferentes unidades nas quais servi, nas inúmeras guarnições em que morei e nas variadas situações que vivi, ouvia de diferentes irmãos de armas a afirmação: “nós somos ingênuos!”. Meus camaradas referiam-se aos políticos com os quais tivéramos um ou outro encontro. Referiam-se: àqueles que nos visitavam nos quartéis, em dias solenes de festas, e rasgavam elogios à nossa organização sem par; àqueles palestrantes e conferencistas de nossas escolas que se desmanchavam em loas ao Exército e declaravam amor eterno às Forças Armadas; àqueles que se diziam partidários de orçamentos condignos para o sonhado reaparelhamento da Força; àqueles que nos acenavam com aumentos de vencimentos, por confessarem orgulho de nossa responsabilidade e maneira de ser; àqueles que destacavam nossa abnegação nas fronteiras e guarnições inóspitas, exemplos que, diziam, deveriam ser imitados por todas as agências governamentais; àqueles que diziam o que gostaríamos, gostávamos e gostamos de ouvir. Se acreditássemos, a frustração viria breve. Ingênuos, não diferençávamos amigos de bajuladores. Muitos dos nossos se apaixonavam, fácil, fácil, pelo canto da sereia. Deixavam-se levar por personalidades que se expressavam bem, exibiam-se, exibiam cultura geral e discorriam com eloquência sobre temas de sua seara. Ingênuos ouviam, viam, mas não percebiam!

Invariavelmente, a maioria saía esfuziante daqueles encontros. Havíamos sido reconhecidos por governantes, por parlamentares e por outros homens de governo, federais, estaduais e municipais. Como eles gostam do Exército! Como reconhecem nosso trabalho! Como estão dispostos a pelejar por nossas necessidades! Como será mais fácil sermos contemplados com orçamentos condignos! Lutarão por nós! Era então que algum dos nossos vinha com a frase: nós somos ingênuos! Quando eu era mais moderno, por vezes, revoltavam-me o pessimismo e a descrença daqueles militares mais experientes. Eu
argumentava: eles falaram tão bem do Exército! Vamos acreditar! Ledo engano, os mais antigos tinham razão, “somos inocentes!” Somos mesmo?

O tempo ensinou-me a compreender o porquê das repetidas vezes em que ouvi, “nós somos ingênuos!” “Nós acreditamos!” Abismal diferença de cultura, bem marcada pelos valores que o Exército – e as co-irmãs – praticam, ensinam e cultuam, distingue-nos das práxis e dos costumes dos nossos interlocutores políticos! E a experiência mostrou-me, também, que devemos ser, cada vez mais, desconfiados, cautelosos, precavidos e vacinados contra a ingenuidade. Observei como é comum tratarmos essa gente como se eles fossem um dos nossos. Tributamos-lhes confiança e crédito que deveríamos preservar, exclusivamente, para o relacionamento inter-pares. Oferecemos-lhes as mesmas lembranças, brindes e presentes com as quais presenteamos nossos superiores, os chefes militares, líderes incontestes, exemplos que nos arrastam. E eles não são nada disso, cuidado!

Condecoramo-los com nossas caríssimas comendas, assim como fazemos com aqueles que, por sucessivas demonstrações de valor militar, conquistam nosso respeito e admiração. Prestamos-lhes as continências regulamentares, como não poderia ser de forma diferente, mas é preciso ter em conta que a vibração que explode em nosso peito ao ouvir clarins, bandas e cornetas é marcantemente diversa do tédio com que assistem às nossas cerimônias, formaturas e desfiles... quando se dignam a assistir, pois, nem mesmo os que exercem cargos elevados comparecem às paradas do próprio Dia da Pátria! Que diferença!...

O apreço pela verdade é tal, entre nós, que consideramos desonrosa uma punição disciplinar por faltar com a verdade. Nem pense o ilustre leitor que nossos políticos, sejam governantes, ocupantes amadores de cargos nos sucessivos escalões da administração, executivos e legisladores tributam igual valor à verdade. Trate-os bem, receba-os bem nos quartéis, com a reconhecida cortesia militar, mas desconfie dos bajuladores, dos que disseminam elogios fáceis e fartos, dos que nos dizem, enfaticamente, o que gostamos de ouvir. Não esqueça, somos ingênuos!
A lealdade e a honestidade manifestam-se no dia-a-dia da caserna. Um exemplo? Não “colamos”! Ao contrário, repudiamos aqueles que, exceção raríssima à regra, ousam fazer uso destas artimanhas desleais e desonestas em nossas escolas. Repudiamos a tal ponto que o ambiente se torna irrespirável para o pária, logo desligado. Que vá em paz, não nos faz falta. Que orgulho temos quando proclamamos que fazemos provas sem qualquer tipo de fiscalização, a não ser a da disciplina consciente. A conduta dos nossos interlocutores políticos pode ter sido bem diversa, em seus tempos escolares. Muitos admitem que dela se valeram e riem das ocasiões em que, graças à “cola”, obtiveram proveitos acadêmicos. Um deles confessou tal prática em aula inaugural para os alunos das escolas de estado-maior das três Forças. Não teve qualquer pejo em relatar que “colara”! Imagine, meu irmão de armas, o constrangimento porque todos passaram, já que o conferencista completou o pensamento com estas palavras: “eu colei, vocês também colaram!” É com eles que precisamos nos relacionar institucionalmente, mas, alerta, “sem ingenuidade”, desconfiando sempre! Um pé atrás? É pouco! O respeito aos superiores, pares e subordinados manifesta-se, também, no tratamento diário, em particular nos ambientes escolares, como salas de aula, auditórios e locais de instrução. Senhor é o tratamento de intimidade indicado, praticado e permitido, na relação instrutor-instruendo. Fui testemunha do momento histórico em que um general de exército deixou sua cadeira, à mesa do Alto Comando do Exército, e tomou assento à cabeceira, por ter sido escolhido para comandar a Força. Todos nós, seus pares de Alto Comando, começamos a tratá-lo com o respeito que sua nova posição nos impunha, isto é “Senhor!” e “Comandante, o Senhor...!” Quanto de dignidade, quanto de apreço, que demonstração espontânea de disciplina consciente aquele ato encerrou! Bem, mas não é isto que se vê entre aqueles políticos que nos dirigem a palavra em auditórios. Pasme, na mais alta escola de nossa Força, oficiais superiores assistiram, abismados, constrangidos e chocados, um deles tratar o Comandante do Exército, na presença de seus comandados, pelo primeiro nome! Pode isto? Veja só, leitor amigo, como são diferentes os valores! As iniciativas, mesmo as assinadas, transformam-se, celeremente, em meras cartas de intenção! Mas, nós acreditávamos nelas quando foram chanceladas e lançadas de público. Afinal, segundo a cultura militar, trata-se de solene compromisso, de palavra empenhada! Mas não é bem assim que eles fazem. Como somos ingênuos! E, bem a propósito, quais os recursos que foram consignados para as Forças Armadas na, assim chamada, Estratégia Militar de Defesa? Desconheço o montante alocado quando do lançamento daquele documento. E no orçamento de 2009? Ah, sim, ele já estava pronto antes da assinatura da Estratégia? Que pena! Bem, então, e no orçamento de 2010? Nada específico? Então, tenho que concordar com aqueles mais experientes que me diziam, quando em serviço ativo: “cuidado, somos ingênuos!” O General Rupert Smith afirma: “sem dinheiro não há estratégia!” O homem de armas adere, voluntariamente, a princípios de vida, a valores, a normas de conduta e a práticas profissionais codificadas em códigos de ética, respeitados pelos guerreiros do Brasil durante toda a vida militar, na ativa e na reserva. Eles aprendem a conviver e a viver em diferentes rincões do País, nos quais encontram, infalivelmente, sua família a recebê-los e ampará-los, a Família Militar. Esta família nasce do nosso modo de viver cumprindo as palavras do juramento comum que nos amalgama: “respeitar os superiores hierárquicos, tratar com afeição os irmãos de armas e com bondade os subordinados”. Eis a síntese dos valores que nos unem e constroem a querida e fidelíssima Família Militar. No passado recente, um político que ocupa cargo de relevo na administração pública e com o qual nos cabe manter sadio relacionamento institucional, referiu-se a palavras e opiniões de chefes militares, então e hoje na reserva, diminuindo-as como irrelevantes. Reflita, leitor soldado, sobre a diferença de acolhida e valorização, por nós e pelo político, da experiência e do pensamento de nossos antigos comandantes, com os quais tanto aprendemos, os quais tanto admiramos, eles que nos lideraram e, ainda hoje, nos guiam pelo caminho do dever! Não é bem diferente? Não são eles carne da nossa carne, membros da nossa Família Militar? E qual o comandante que não preza os seus comandados e por eles tudo faz? E move montanhas para que todos retornem do combate triunfantes e com vida? Qual o chefe militar que não trata e ama sua tropa como a seus próprios filhos? Constatamos muito bem a aplicação do “tratar com afeição os irmãos de armas e com bondade os subordinados” em recente episódio, o do terremoto no Haiti, no qual vários dos nossos boinas-azuis perderam a vida, no cumprimento do dever. Na ânsia de encontrá-los com vida, tudo se fez. Literalmente, removeram-se montanhas. Lamentavelmente, dezoito combatentes do Exército não foram localizados com vida, imediata e simultaneamente. Perdemos todos. Alguns deles, durante poucos dias, eram tidos como desaparecidos, seja porque de fato estavam nesta situação, seja porque a esperança e os esforços estavam todos orientados para resgatá-los, se possível, com vida. Durante sua procura, vários haitianos foram localizados e salvos de iminente desenlace. A esperança é a última que morre, diz a sabedoria popular. O Exército procurou e tudo fez para que nossos irmãos de armas também fossem salvos, o que, infelizmente, não foi possível. Mas, no momento em que a Família Militar mais precisava de uma palavra de conforto e de esperança, o político disse-lhe que dá-los como desaparecidos era eufemismo. Eis mais um exemplo do comportamento baseado nos valores castrenses e nos de um político insensível e amador nas lides da caserna. O crédito que políticos assim merecem não deve chegar à nossa ingenuidade. Para muitos que lhe creditam fé absoluta, a frase “somos ingênuos” cabe como uma luva,... calçada sob os acordes de um canto de sereia, cuidado! “Este senhor é militar! Aposto que esse ‘cara’ é militar!” Quantas vezes já fizemos observações semelhantes ao cruzar com pessoas à paisana, em lugares públicos? Basta olhar e constatar. O porte, o comportamento, o aprumo, o modo de vestir-se, o comportamento, o linguajar e o corte de cabelo indicam claramente que aquele desconhecido é militar. Um soldado é facilmente reconhecido como tal sem sua farda, até porque o hábito não faz o monge. O uniforme é nossa segunda pele, cujo direito ao uso conquistamos. Os soldados não se vestem com roupas de trabalho, os soldados se fardam. E com que orgulho cuidam de seus uniformes, verificando-lhes, diariamente, os vincos, a limpeza, o brilho dos calçados e dos metais, o ajuste do equipamento, o caimento, a posição da cobertura na cabeça, a colocação dos distintivos e tudo o mais que caracteriza o garbo militar. Há os que compram e os que ganham peças de nossos uniformes, mas usam-nas ao seu modo, vestem-nas como as vestem os paisanos, mas jamais, não se pode ser ingênuo, jamais se fardam, jamais se uniformizam, até porque jamais alcançam o que bem proclamou o Ministro Leônidas: “Ser soldado é mais que profissão é missão de grandeza!”. Nós somos os homens de armas, os políticos, temporariamente, estão. Veja leitor, como é certo que o hábito não faz o monge, repito. E quantos políticos já foram levados nas asas da Força Aérea Brasileira aos Pelotões Especiais de Fronteira? Choraram de emoção? Proferiram juras de amor ao Exército? Ganharam lembranças de nossas tropas? Usaram nossas camisetas e coberturas camufladas? Sim! Que bom! São dos nossos, pensamos de imediato. Ajudaram-nos? Nossos orçamentos cresceram substancialmente? De certo, há que continuar a convidá-los e transportá-los com lhaneza, mas, atenção, sem ingenuidade! Aos meus comandantes do passado, aos meus camaradas mais experientes, aos meus irmãos de armas, rendo-me! Em verdade, “somos ingênuos!”.













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