Segunda-feira, 29.11.10
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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 17:05
Segunda-feira, 29.11.10
HISTÓRIA DO BRASIL - REPASSANDO
Estamos repassando o relato histórico da participação do Gen. Nery, quando tenente, na revolta dos sargentos em Brasília. A esquerda fajuta do Brasil não fala do fato. Queriam instalar uma República socialista no País. A revolta contou com a ajuda de autoridades. O Exército foi o menos atingido, pois soube antes por informação colhida.
Vamos acabar com esta história de defesa da DEMOCRACIA. Queriam e querem instalar uma Republica comunista no Brasil.
LEIAM, POR FAVOR. É A HISTÓRIA CONTADA POR QUEM PARTICIPOU.
REPASSEM.
GRUPO GUARARAPES
HISTÓRIA VIVIDA
Gen Andrade Nery.
"Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se. Negue-se tudo a essa Revolução Brasileira, menos que ela não moveu o País, com apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidade." (Editorial do JORNAL DO BRASIL, 31 de março de 1973).
12 de setembro e 1963
Em Brasília um movimento revolucionário que pregava uma ampla indisciplina contra a hierarquia militar e contra a autoridade e a legitimidade do Poder Judiciário, representado pelo tribunal mais alto, que é o Supremo Tribunal Federal, toma de assalto a capital do País e cria a "República Sindicalista Comunista do Brasil".
O Exército reage e determina o deslocamento da 1ª Companhia de Fuzileiros Paraquedista para Brasília, com a seguinte missão: "Realizar um salto de combate para libertar Brasília, dos revoltosos".
Eu comandava esta companhia. Abaixo, transcrevo, o meu testemunho sobre a rebelião de Brasília. São fatos que presenciei e constam do meu depoimento publicado na página 169, do Tomo 10 - História Oral do Exército - 31 de Março – 1964.
"... Em 1963, saí da Companhia de Petrechos Pesados e assumi o comando da 1.a Companhia de Infantaria Paraquedista, Companhia de pronto emprego, do Regimento de Infantaria Paraquedista. Demos um nome à companhia – "Companhia Cobra". Essa Companhia deveria estar pronta para se deslocar em uma hora. Um dia, às 5h da manhã, recebi ordem para desencadear o plano de chamada e preparar a Companhia para uma missão. Pelo horário, teria sido mais fácil esperar a chegada dos soldados, às seis horas no quartel.
Às 7 horas, estava com a Companhia pronta, tudo pronto. O material ficava realmente enfardado. O efetivo era em torno de duzentos homens. O Coronel me chama e ao seu Estado-Maior. Entra o General Pinheiro –Comandante do Núcleo da Divisão Aeroterrestre, indagando:
"- Qual é a Companhia que vai cumprir a missão"?"
"- A 1.ª Companhia".
"- Quem é o Comandante?"
"- Tenente Nery".
"- Tenente, aqui!".
Fiquei em pé, ao lado dele. Ele abriu em cima daquela mesa grande, no cassino dos oficiais, local da reunião, a carta de Brasília. Quando olhei, entendi o que já sabíamos durante a noite. Tinha havido uma rebelião em Brasília, a Base Aérea fora tomada, alguns quartéis já estavam tomados, alguns oficiais presos e a cidade estavam na mão de uma rebelião. Só não sabíamos a extensão do problema, naquele momento. Mas era sério. O presidente, os ministros e as principais autoridades estavam propositadamente fora de Brasília. Na verdade, foi tudo planejado. Inclusive, deputados participaram daquele levante. O General Pinheiro disse: "Tenente, não está acontecendo nada em Brasília. Você vai levar a sua tropa, desembarca, vai desarmado. Você vai fazer um desfile semelhante ao de Sete de Setembro, no Dia da Pátria, na alameda dos ministérios".
Sabíamos que não era aquilo. Acabáramos de ouvir na rádio – estávamos sempre atentos, ligados, tínhamos informações. A realidade era outra. Brasília estava sublevada, era a rebelião dos sargentos, a maioria da Marinha e da Aeronáutica. Obedeciam a um intelectualizado comando civil, não se restringiria apenas a Brasília e devia estender-se por todo o País. Da chefia da rebelião, participavam os deputados Neiva Moreira, do PSP-MA, Hércules Correia, Marco Antonio, do PCB-GB e Max da Costa Santos, do PSB-GB, sob a liderança de Leonel de Moura Brizola. Pela ordem os revoltosos pretendiam: depor o presidente da república; fechar o Congresso; acabar, sumariamente, com o Supremo Tribunal Federal, classificado como órgão inútil e dispensável; desvirtuar o regime e implantar uma República (ditadura) Socialista; transformar totalmente as Forças Armadas.
Os prédios dos ministérios da Marinha e da Aeronáutica estavam ocupados e os revoltosos já estavam no terraço, na cobertura, no telhado dos pavilhões nos esperando. Sabiam que a tropa paraquedista ia saltar. Seríamos eliminados como pombos. Íamos saltar e desfilar desarmados. Disse para o general: "General, não é isso..." Não completei a frase! Quando ia começar a falar levei uma "botinada", por debaixo da mesa. Eu estava em pé e os outros oficiais do Estado-Maior do Regimento, sentados. O Oficial de Operações, Major Giácomo Jannuzzi Neto, me deu um pontapé. Eu entendi. Era para ficar calado. Calei-me e ouvi a missão – desfilar desarmado.
Ao sair dali, fui falar com o Major Jannuzzi. Ele me disse:
"- Nery, é rebelião, se você for desarmado, você vai morrer, sua tropa vai ser eliminada. É guerra! Eles ocuparam Brasília e já leram o manifesto de criação da república sindicalista comunista do Brasil".
Eu pergunto:
"- Como é que eu vou, Major?"
"- Vá armado, claro! Você vai para a guerra!"
"- Qual é a minha missão?"
"- Você vai saltar para libertar Brasília."
Saltar, para libertar Brasília das mãos dos revoltosos, ou seja, conquistar Brasília. Essa foi a missão.
"- Onde estão os revoltosos?"
"- Ocupando os prédios dos ministérios militares. Já existem oficiais presos. Você tem que libertá-los – descobrir onde eles estão e libertá-los".
Naquele momento, minha maior preocupação era armar a Companhia –duzentos homens. E a munição? Veio a informação que tinham trancado a munição.
O Oficial de Munições do Regimento, Tenente Eglair Barcelos Alves me disse:
"- Nery, vou me virar. Deixa comigo!"
E saiu, para conseguir a munição. Comecei a pegar o armamento, quando chegou uma parte da munição. Tinha que "enfardar". Dei ordem para colocar a munição no carregador e levá-la também no cinto. O grosso da munição seria acondicionado em um cunhete, com um paraquedas em cima para ser lançado do avião. Após o salto, você sai correndo para procurar a munição, pegá-la e levá-la com você. Sabendo que precisava de muitos paraquedas, mandei buscá-los.
Chegou a informação:
"- O Major encarregado dos paraquedas fechou a baiuca" – como nós chamamos o local de acondicionamento dos mesmos – "e não vai distribuir os paraquedas para você, por ordem do General." – o paraquedas da munição!
Na hora, imediatamente, dei a ordem para que os cunhetes fossem abertos. Mandei distribuir a munição pelos bolsos. Iríamos saltar com a munição dentro do bolso, em quantidade. Aí, surgiu um problema. Soubemos que a rebelião era dos sargentos de Brasília, com o foco principal na Marinha e na Aeronáutica. Em virtude dos acontecimentos de 1961, quando o General Santa Rosa, Comandante dos paraquedistas, elogiou os sargentos por não terem cumprido ordem de seus superiores hierárquicos, e do Governador Brizola mandando os sargentos matarem seus oficiais, criou-se um ambiente de mal-estar dentro da tropa. Aquilo foi sendo alimentado numa sequencia, agora essa rebelião em Brasília, era o dia 12 de setembro de 1963... Apesar de preocupado, mandei distribuir a munição para os sargentos. Não podia duvidar da lealdade dos sargentos. Paguei para ver.
Estávamos em pleno aprestamento, tínhamos que preparar a munição, preparar os fardos. O subtenente, aquele homem mais antigo, aquele sargento que foi alçado à função de subtenente, o administrador da carga da Companhia, chegou para mim e disse:
"- Tenente, preciso falar com o senhor, aliás, todos os sargentos querem falar com o senhor."
Eu disse:
"- Bom, o que houve? Vou lá."
Eles estavam numa sala, reunidos. O subtenente iniciou:
"- Tenente, o senhor mandou distribuir a munição para todos nós, sargentos. O senhor confia nos sargentos da Companhia?"
Chamei a atenção dele:
"- Em algum momento, desconfiei de vocês? Em algum momento, pensei isso? Vocês viram isso aqui entre os oficiais e sargentos do Regimento Santos Dumont? Não estou entendendo o que vocês estão falando!"
"- Tenente, a reunião é para agradecer a confiança. Conte conosco. Em nenhum momento, o senhor deixará de contar com a nossa lealdade. Conte conosco".
Assim, fui para Brasília. Eram 14 aviões. Até aeronave em manutenção decolou. Os antigos aviões C-82 voavam de porta aberta. Cruzando a serra de Petrópolis e Teresópolis, e seguindo para Brasília, fazia muito frio, eu sentado ao lado da porta olhando o vôo em formação, vi um avião pegar fogo – o avião do Tenente Maia Martins. Retornou para os Afonsos. Mais adiante, o avião do Valporto, também, pega fogo e pronto, o efetivo estava se reduzindo. Depois, eles chegaram a Brasília – dois dias depois– não houve problema.
A nossa viagem foi longa. Foi aquilo que eu disse: dentro do avião, você olha para o soldado e ele está lhe olhando, você vai para lá e ele olha para lá, você vem para cá e ele olha para cá. E eu me dei conta que eu tinha dado a ordem, antes de decolar:
"- Nós vamos saltar na Alameda dos Ministérios. O suposto inimigo está ocupando os telhados dos quatro prédios e vai atirar em nós. Todos os oficiais e sargentos deverão tirar a arma do invólucro e durante a queda atirar em tudo o que se mover."
Eu, como comandante, tinha que dar uma ordem que protegesse a minha tropa e que permitisse o cumprimento da missão. Sabia que, com duzentos homens, tinha que libertar Brasília. O que é isso? A cabeça não funcionava. Qual a verdadeira dimensão disso. Brasília é muito grande. Aonde eu iria procurar esse pessoal? A ordem estava dada.
Durante o voo, fiquei pensando: vou chegar em Brasília às cinco horas da tarde, o expediente está terminando, os funcionários estão cruzando a alameda dos Ministérios. São pessoas que vão estar se movimentando. Nós vamos atirar? Muita gente vai morrer, muita gente inocente. O mestre de salto, o comandante em cada avião, vai com o fone no ouvido, escutando os pilotos. Eu ouvia a conversa dos pilotos. Não ia haver combustível para prosseguir o voo depois de Brasília. Eles diziam:
"- Nós vamos pousar em qualquer lugar". A situação era difícil e preocupava. Confesso que, sozinho – não tinha ninguém para conversar, eu era o único oficial no meu avião, os outros tenentes estavam nas demais aeronaves – fiquei preocupado, muito preocupado. Aí, me veio a história de um outro livro – o emprego dos paraquedistas belgas no Congo – quando houve um levante e muitos reféns, mais de 1.500 reféns. A tropa paraquedista foi empregada com sucesso – eles não saltaram em cima do objetivo. Você, na sua introdução, falou na nossa EsAO, não foi? A Escola, que aplica a doutrina no seu laboratório, que é o campo, associando tática e técnica com o tiro real, o mestrado do oficial, a última escola onde aprendemos e aplicamos a tática da Arma. É errado, no planejamento paraquedista, você traçar a sua zona de lançamento em cima do objetivo – você não salta em cima do inimigo. Ah! Que felicidade! No avião, lembrei-me disso. Então, me veio aquela sensação de satisfação – não devo saltar em frente aos ministérios –tenho que saltar longe. Fazer como os paraquedistas belgas: pegaram tudo o que andava, tudo o que tivesse roda e foram correndo para o objetivo e libertaram os homens que estavam presos, seus patrícios. Então, imaginei: vou saltar em outro lugar, assim nós vamos evitar atirar em tudo o que se mova. Tudo que se mova seriam os funcionários terminando o expediente, saindo de Brasília. Adquiri confiança e disse para o Comandante da aeronave – ele me avisaria vinte minutos antes, com um toque de sirene dentro do avião: "Comandante, determine a entrada em formação cerrada – para as aeronaves se aproximarem – dê uma rasante em cima da alameda dos Ministérios. Depois, vou dar a final para você". Nós íamos saltar, eu tinha decidido saltar depois da alameda dos Ministérios, bem distante. Preferia ir a pé, correndo, para o objetivo.
Quando ele cerrou, dez minutos antes de chegar em Brasília, o meu ala esquerda – eu via, a distância é curta – o meu ala esquerda estourou o motor e pegou fogo. Era, justamente, a aeronave do Tenente Brandão. Pegou fogo no motor. Aquilo foi imediato! Mudei a missão! Eu disse para o Comandante da aeronave:
"- Mande que siga direto para o aeroporto" - O aeroporto estava nas mãos dos revoltosos - "Mande-o seguir direto para o aeroporto e vamos todos para lá, vamos desembarcar."
Salto de viatura em movimento – nós sabíamos fazer isso. Quando a aeronave tocar no chão, nós saltamos sem paraquedas, ou seja, salta e rola. É claro que nós íamos ter baixas com isso, mas nós estávamos treinados. Saltávamos de viatura em movimento até na Avenida Brasil. Nós fazíamos esse adestramento.
Ele falou:
"- O aeroporto está nas mãos dos revoltosos!"
Porém, eu sabia que um pelotão de Goiânia já estava se dirigindo para lá– uma Companhia de Goiânia – a comando do então Tenente Machado Borges, o mesmo que chegou a General. Quando a primeira aeronave, que era a do Brandão, tocou na pista, ele comandou o salto. Todo mundo pulou da aeronave – joga a arma e salta feito um fardo, feito uma roda. Você encolhe todo o corpo e sai girando, pois machuca menos. Nós pousamos em seguida. Mas houve uma ocorrência. Realmente, o aeroporto ainda estava nas mãos dos sargentos revoltosos. Um deles, ao ver o avião pegando fogo no motor, comentou que aquele ali já está sendo destruído pelo fogo e que ele iria acabar com ele, jogando uma granada. E correu na direção do avião para jogar a granada. Acontece que ele estava perto da cerca e parece que era o estacionamento dos táxis, no aeroporto de Brasília. Os motoristas ouviram aquilo e pularam a cerca, começando a correr atrás dele!
Foi uma cena inusitada! Os motoristas se abraçaram com aquele sargento que tinha uma granada na mão, enquanto ele gritava:
"- Vou soltar a granada!" Quando o Brandão chegou, com alguns homens, a granada não tinha nem mais grampo. Estava sendo presa pelo capacete, na mão, e o sargento já com medo de soltar a granada. Após ser preso, ele confirmou que ia jogar a granada para destruir a aeronave, que sabia ser da tropa paraquedista. Neste ínterim, desembarcamos, corremos para frente do aeroporto e pegamos todas as viaturas, carros, caminhões e ônibus que apareceram por ali. Desloquei-me em comboio com a minha tropa – duzentos homens – chegamos na alameda dos Ministérios, do outro lado dos ministérios militares. Fiz o sinal para parar e logo a seguir o de avançar. Não falei mais nada. Nós desembarcamos correndo, tomamos de assalto os ministérios, fomos do primeiro piso até o último e fizemos setecentos prisioneiros. Todos estavam armados.
É preciso lembrar que ocorrera uma ação de um pelotão da Polícia do Exército (PE), na véspera. Naquela noite, o Tenente era o Uchoa. Mas o que houve com ele? Acontece que no momento do ataque dos sublevados ao Ministério da Aeronáutica, ele estava com o pelotão guarnecendo e resistiu ao ataque. Foram disparados muitos tiros contra o pelotão dele. Que era composto de "catarinas", lembra? Naquela época, a PE incorporava somente soldados do Sul do Brasil – os "barrigas-verdes" catarinenses – os "catarinas". Ele deu ordem de fogo porque tinha que impedir o ataque – era um ataque mesmo! Nenhum soldado atirou! Nenhum soldado atirou!
Ele tomou o fuzil de um soldado e atrás de uma coluna gastou a munição, rolou para outra coluna – todos os soldados estavam atrás das colunas do Ministério. Ele foi de soldado em soldado e resistiu ao ataque sozinho, atirando, porque os soldados não o fizeram!
A Biblioteca do Exército tem um livro, de 1958, "Homens ou Fogo". Eu li muito esse livro e se eu não me engano é do General Omar Bradley que fez um inquérito na Segunda Guerra Mundial sobre o porquê do homem não atirar, quando está em combate.
Após uma operação numa das ilhas do Pacífico, ele colocou dois ou três regimentos de "quarentena", vamos dizer assim, numa ilha do Pacífico e ouviu do comandante ao último soldado. Onde você estava na hora do ataque? O que houve? Por que você não atirou? Etc. E concluiu, dizendo o seguinte: "O fator psicológico".
Ele tem uma referência interessante: o jovem, principalmente – é o nosso caso que incorporamos recrutas – o jovem é criado para não maltratar até os animais. É aquele negócio, não amarrem uma lata no rabo do gato, não maltratem o animal e de uma hora para outro, dos dezessete para os dezoito anos ele se apresenta no quartel e nós vamos ensiná-lo a atirar para matar. Disse isso, quando estava na Academia Militar das Agulhas Negras: "- Nós estamos aqui para ensinar a vocês a matar, mas a matar em defesa da Pátria!"
O tenente Uchoa ficou abismado. Como é que o soldado dele não atirava? Não houve jeito dele atirar! No livro, Omar Bradley diz:
"- O maior índice de aproveitamento de tropas na Segunda Guerra Mundial foi com a tropa paraquedista e de comandos."
Os paraquedistas russos chegavam a ter 18 % dos que atiram, no máximo 20%. Ou seja: de cada grupo de combate de infantaria só dois homens atiram quando se deparam com o inimigo, mesmo quando ele está correndo a dez metros de distância. Um grupo de combate tem um sargento e um cabo. Se, dos dez integrantes, dois atiram, somente o sargento e o cabo atiravam. Os soldados, não. Os recrutas não atiram, é preciso muito treinamento. Uma prova foi o que ocorreu com o Tenente Uchoa.
Com a tropa paraquedista, o rendimento é maior, mas chegamos ao último andar dos quatro prédios dos ministérios e fizemos setecentos prisioneiros. Quantos tiros nós demos? Nenhum. Prendemos a todos, depois de tomarmos de assalto o local. Foram colocados num andar e ficamos no outro andar, embaixo. Durante 45 dias, nós ficamos ali guarnecendo. Nós dormíamos no chão. Eles dormiam no andar de cima, também, no chão, o mesmo espaço, as mesmas condições sanitárias – nós estávamos no andar de baixo e eles sabiam que não podiam descer, eram sargentos.
Já à noite, reorganizei minha tropa. Veio uma informação rápida: acabaram de entrar num bloco de apartamentos, em uma superquadra e cortaram os pulsos da esposa de um oficial, porque queriam prender o marido. Ela foi salva pelos vizinhos. Cortaram os dois pulsos porque ela não dizia onde estava o marido. Ela também não sabia. Ele tinha saído para ir ao quartel. Ela nem sabia se ele já estava preso. Queriam o seu marido. Era um oficial do Exército, um capitão, e cortaram os pulsos dela. Fiquei com medo, porque aquilo poderia representar para a tropa uma reação maior, a partir dali. Graças a Deus não foi preciso.
Outra informação: na rodoviária de Brasília, a última passagem, a mais baixa, naquela época 1963, – a Rodoviária não estava concluída, ainda estava em obra – fora fechada pelos revoltosos. Eles fecharam de um lado e do outro. Deixaram uma porta e escreveram no muro – Paredão –e colocaram, em posição, um pelotão da tropa dos fuzileiros navais, com metralhadoras. Iam começar o fuzilamento dos oficiais que já estavam presos. Peguei um grupo e mandei ao comando do Tenente Valporto, para a Rodoviária. Prendemos todo o pelotão, com as metralhadoras em posição, prontas para fuzilar os oficiais.
Essa foi a minha vivência em 1964 e antes de 1964, em 1963. Prendemos o pelotão e abriu-se o inquérito. Nós até fizemos um comentário, porque o inquérito foi feito na Marinha. A maioria dos sublevados era da Marinha. Conversando com o encarregado do inquérito lhe disse: "- Comandante, daqui a 15 dias vão estar todos de volta, como se nada tivesse ocorrido". Esses presos foram trazidos de avião, por nós, para o Rio de Janeiro. Ficaram no navio- prisão.
Há um fato que gostaria de acrescentar. Quatro ou cinco dias depois, chegou a Brasília um Batalhão do Regimento Santos Dumont. Não trazia munição. O General não tinha deixado. Passaria a integrá-lo.
O negócio estava quente, porque, ainda, estávamos fazendo a limpeza de Brasília. Informei ao Major que havia reunido toda a munição que trouxera, em uma sala no pavilhão do ministério.
"- Tem suficiente?" – Perguntou.
Eu respondi:
"- Tenho munição para um batalhão, por um ano!"
Na nossa corrida, com a proibição de sair armado, foi tanta gente levando munição, ao sairmos do Rio! O Barcelos - Eglair Barcelos Alves, Oficial de munições... Lembro-me que, já com todas as aeronaves "taxiando", motor ligado, ele chegou com a viatura e foi jogando os cunhetes pela porta dos aviões. Os pilotos ficaram preocupadíssimos!
Tinha muita munição! O Batalhão cumpriu a sua missão e nós retornamos para o Rio. O Comandante do Batalhão, Major Giácomo Jannuzzi Neto, chamou-me, aqui no Rio, depois da operação e me disse:
"- Nery, você vai fazer uma relação dos militares que vão receber condecoração, por bravura, nesta operação, você faz isso?"
"- Claro, indico os homens da minha Companhia que merecem a medalha!" Chamei o meu sargenteante e pedi que ele me desse o mapa da força –o manifesto de voo de lançamento dos paraquedistas - para que todos fossem incluídos, todos os militares que foram para Brasília comigo, que tomaram Brasília de assalto e que tinham consciência de que libertaram Brasília. Entreguei ao Major Jannuzzi, Comandante do Batalhão, a relação de toda a Companhia. Ele disse:
"- O que é isso? Eu pedi para você o nome daqueles que merecem..."
Eu lhe disse:
"- Major, todos nós fizemos a mesma coisa. O que um fez, o outro fez também. Todos fomos além do dever!"
Palavras dele:
"- Nery, só vou indicar você, porque condecorar duzentos por ato de bravura vai desmoralizar a medalha".
Sendo assim, somente eu seria indicado.
"- Major, essa eu não vou receber. O senhor me desculpe – ou concede para todos ou não me mantenha na relação!"
E, realmente, foi isso que ocorreu. Aqueles que estavam em Brasília, foram condecorados. Os Tenentes, Sargentos e Soldados paraquedistas que, numa ação enérgica e eficaz, sufocaram um movimento revolucionário que pregava uma ampla indisciplina contra a hierarquia militar e contra a autoridade e a legitimidade do Poder Judiciário, representado pelo tribunal mais alto, que é o Supremo Tribunal Federal, não foram reconhecidos.
Essa era a situação vivida naquela época, que levou à eclosão da Revolução de 1964". Entrevista concedida em 18 de dezembro de 2001, pelo Gen Durval Antunes Machado Pereira de Andrade Nery.
PS: Um planejamento só tem consistência se embasados em fatos do passado permitindo traçar novos cenários compatíveis com a conjuntura. A história contada é verdadeira, não tendo sido citada as operações das tropas do EB sediadas em Brasília:
- a libertação da Base Aérea de Brasília (onde os Oficiais estavam presos no Cassino dos Oficiais) e a área Alfa (Marinha);
- o cerco e prisão, pela Cia PE, do Chefe da revolta, um Sgt da FAB, em baixo da cama de uma casa na Quadra 48 da Av. W-3, armado com uma Pistola .45
e uma Mtr; e - a retomada pela Cia PE da torre de transmissão da Radiopatrulha à época e as retransmissoras. Quem assina estas informações era o Oficial de Dia da PE na noite da rebelião e que às 01 h da manhã através rede VHF de Cmdo, comunicou ao CMP/11ª RM da rebelião, quando então foi determinada a apresentação dos militares aos Quartéis em regime de prontidão. A revolta só não foi acompanhada por alguns Sgt do EB porque o CMP, diante dos indícios, determinou que o expediente da quarta-feira fosse integral (naquele tempo não havia expediente à tarde nesse dia). Naquela quarta votada a "Inelegibilidade dos Sgt" na Câmara Federal, evitando-se, assim, que comparecessem e se juntado aos Sgt das outras Forças.
COMENTÁRIO DO GRUPO GUARARAPES
EM PRIMEIRO LUGAR PARABENS AO GEN NERY.
A ação armada para a tomada do Poder pela esquerda comunista brasileira começou antes de 1968. Tivemos ações no nordeste do Julião e outras mais. O relato do general Nery é de uma importância capital. Ninguém fala desta revolta. É colocada para debaixo do tapete.
A grande VERDADE é que a esquerda não queria democracia coisa nenhuma. Queria a era a implantação da ditadura do proletariado no país. Vamos transcrever declarações de esquerdistas que tomaram parte na luta e que confirmam esta VERDADE VERDADEIRA:
- “As esquerdas radicais se lançaram na luta contra a ditadura, não porque a gente queria uma democracia, mas para instaurar o socialismo no país por meio de uma ditadura revolucionária, como existia na China e em Cuba Professor de sociologia da Unicamp, Marcelo Ridenti argumenta que o termo "resistência" só pode ser usado se for descolado do adjetivo "democrática".
- Houve grupos que planejaram a ação armada ainda antes do golpe de 1964, caso do pessoal ligado ao Francisco Julião, das Ligas Camponesas. Depois de 1964, buscava-se não só derrubar a ditadura, mas também caminhar decisivamente rumo ao socialismo.
PROFESSOR CARLOS FICO
- A opção de pegar em armas é anterior ao ato institucional. Alguns grupos de esquerda defenderam a radicalização antes de 1968 - garante ele.
DANIEL AARÃO REIS
Se as esquerdas tomassem o poder, haveria, provavelmente, a resistência das direitas e poderia acontecer um confronto de grandes proporções no Brasil -atesta Daniel Aarão Reis, professor de História da UFF e ex-guerrilheiro do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8). - Pior, haveria o que há sempre nesses processos e no coroamento deles: fuzilamento e cabeças cortadas.
” “As esquerdas radicais não queriam restaurar a democracia, considerada um conceito burguês, mas instaurar o socialismo por meio de uma ditadura revolucionária”, constatou Daniel Aarão Reis, ex-ideólogo do MR-8, ex-exilado e hoje professor de História na Universidade Federal Fluminense. “Não compartilho da lenda segundo a qual fomos ¬ o braço armado de uma resistência democrática. Não existe um só documento dessas organizações que optaram pela luta armada que as apresente como instrumento da resistência democrática”.
FELIZ NATAL E MARAVILHOSO ANO DE 2011
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Segunda-feira, 29.11.10
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Segunda-feira, 29.11.10
UMA INTENTONA QUE NUNCA MAIS DEVERÁ ACONTECER!
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 27 de novembro de 2010.
REPASSANDO
“Sabemos que as Forças Armadas são o último anteparo à implantação do comunismo no Brasil, estando prontas para cumprir, com devotamento e patriotismo, a missão constitucional de manter a nossa soberania, Forças Armadas essas que deixaram como principal legado a democracia, impedindo a instalação dessa ideologia totalitária em 1935, 1964 e início dos anos 70. E permanecem alertas para impedir mais essa recente investida para comunizar o nosso País!”. (Editorial do Jornal Inconfidência)
O Jornal Inconfidência reporta numa Edição Histórica, com muita competência, as três malfadadas tentativas, dos comunistas de outrora, de implantar no nosso país uma “democracia” capitaneada pelos soviéticos. Os inocentes úteis do passado e os mal informados jovens e adultos de hoje são manipulados ideologicamente e os fatos históricos alterados para justificar as funestas ações de guerrilheiros sanguinários. A história é recontada transformando em idealistas militantes, cruéis e despojados de qualquer sentimento de honra. Para eles o fim justificava os meios e a morte de inocentes era considerada um mero “efeito colateral”.
No aniversário da Intentona de 35 é importante continuar vigilante para que os inimigos instalados, acobertados e apoiados pelo governo atual saibam que as Legiões estarão sempre prontas para cumprir sua missão constitucional, custe o que custar. Parabéns ao seu editor Coronel Carlos Cláudio Miguez pela coragem.
- Editorial do Jornal Inconfidência
“No início da década de 1960, no auge da guerra fria, a Nação sente-se ameaçada pela falta de autoridade, inflação em alta, greves constantes da CGT, saques, agitações no campo (MST de hoje), tentativas de quebra da hierarquia e da disciplina nas Forças Armadas e percebe a revolução comuno-sindicalista iminente. Em 31 de março de 1964, Minas Gerais, representando os sentimentos patrióticos e espontâneos da população brasileira, atendendo ao clamor popular, com o governo estadual e a Polícia Militar, apoia a contrarrevolução iniciada pela 4ª RM (Juiz de Fora) e ID/4 (Belo Horizonte). Marcharam para o Rio e Brasília, sem encontrar qualquer resistência. A adesão foi total e pela segunda vez os comunistas são derrotados, sem qualquer vítima. No Rio, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade reúne um milhão de pessoas em homenagem às Forças Armadas. Impedidos de conquistar o poder, os derrotados de 1964 formam grupos subversivos treinados em Cuba, China e URSS, que têm por finalidade a implantação de um regime comunista. Perpetram atos de terrorismo, sequestros de diplomatas e de aviões, assaltos a bancos, "justiçamentos", assassinatos, atentados com bomba e ações de guerrilha urbana e rural. No início da década de 1970 são derrotados pela terceira vez!!”
- ORDEM DO DIA - 27 DE NOVEMBRO de 2001 - LEMBRAI-VOS DE 35!
General de Exército Gleuber Vieira, Brasília, 27 de novembro de 2001, Comandante do Exército
“Há na Praia Vermelha, na cidade do Rio de Janeiro, um monumento votivo edificado em memória dos mortos da conhecida Intentona Comunista de 1935”. Diante dele, todos os anos, democratas se postam em sinal de respeito, com a esperança de que tempos fatídicos de revoluções totalitárias nunca mais tenham lugar entre nós. Essas atitudes mórbidas e tresloucadas que, 66 anos atrás, levaram ao derramamento de sangue de inocentes em quartéis do Exército, no Nordeste e no Rio de Janeiro, são apenas sombras indesejáveis em nossa História, coisas que o tempo dissolverá por completo.
Nem por isso, no entanto, deixarão de ser lamentáveis, porque se contrapõem à ideia de liberdade e democracia. A insurreição de 35, como bem recordamos, teve envolvimento de militares contaminados pela doutrina comunista que alguns desejavam impor ao Brasil. Começou em Natal, com a participação de graduados e soldados e de quase 300 homens da guarda civil. Os rebeldes sujeitaram a cidade, durante quatro dias, à violência e ao saque de estabelecimentos bancários e comerciais. Tropas do então 20º Batalhão de Caçadores, de Alagoas, e da polícia da Paraíba os contiveram e restabeleceram a ordem.
Em Pernambuco, revoltosos civis, reforçados por oficiais e praças equivocados, encarregaram-se das atrocidades. Durante dois dias, combates violentos foram travados em vários pontos do estado, sem que os rebelados lograssem entrar em Recife. Duas unidades do Exército e a polícia bloquearam-lhes a passagem e puseram fim à rebelião.
No Rio de Janeiro, as proporções do movimento foram mais amplas e cruéis, tendo sido deflagrado, simultaneamente, no 3º Regimento de Infantaria, na Praia
Vermelha; no 2º Regimento de Infantaria e no Batalhão de Comunicações, na Vila Militar; e na Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos. Os amotinados, companheiros de véspera, feriram e mataram indiscriminadamente, tentando expandir a rebelião a todo custo. Esbarraram na mais férrea resistência das forças legalistas. E perderam a luta.
Não foi essa a última tentativa desses radicais de conquistar o poder para estabelecer uma tirania no Brasil. Nas décadas seguintes, tentaram novamente. O Exército viu-se compelido a contrapor-se a eles, vencendo-os em combates de rua e em selvas inóspitas, mesmo experimentando o desgaste de um conflito prolongado.
Não apenas os derrotou, mas ajudou também a desenvolver o País. Quase ao final do século passado, o tempo se encarregou de mostrar ao mundo a decadência do comunismo, aniquilado por suas próprias contradições, por seus inúmeros erros, por sua violência exacerbada, por milhões de mortos que impuseram à humanidade. Sessenta e seis anos depois daquele trágico novembro, os quartéis do Exército Brasileiro param, por alguns momentos, para refletir sobre essa página negra de nossa História. Estamos convencidos, mais do que nunca, que nossa luta não foi em vão, e que estivemos ao lado da sociedade brasileira todas as vezes em que esta, em sua maioria, rejeitou o radicalismo, a desordem e o terror”.
“BRASILEIROS”!
Não esqueçam de que esta revolta que matou BRASILEIROS (1. Abdiel Ribeiro dos Santos - 3º Sargento; 2. Alberto Bernardino de Aragão - Cabo; 3. Armando de Souza Mello – Major; 4. Benedito Lopes Bragança – Capitão; 5. Clodoaldo Ursulano - 2º Cabo; 6. Coriolano Ferreira Santiago - 3º Sargento; 7. Danilo Paladini – Capitão; 8. Fidélis Batista de Aguiar - 2º Cabo; 9. Francisco Alves da Rocha - 2º Cabo; 10. Geraldo de Oliveira – Capitão; 11. Jaime Pantaleão de Moraes - 2º Sgt; 12. João de Deus Araújo – Soldado; 13. João Ribeiro Pinheiro – Major; 14. José Bernardo Rosa - 2º Sargento; 15. José Hermito de Sá - 2º Cabo; 16. José Mário Cavalcanti – Soldado; 17. José Menezes Filho – Soldado; 18. José Sampaio Xavier; - 1º Tenente 19. Lino Vitor dos Santos – Soldado; 20. Luiz Augusto Pereira - 1º Cabo; 21. Luiz Gonzaga – Soldado; 22. Manoel Biré de Agrella - 2º Cabo; 23. Misael Mendonça -T.Coronel; 24. Orlando Henrique – Soldado; 25. Pedro Maria Neto - 2º Cabo; 26. Péricles Leal Bezerra – Soldado; 27. Walter de Souza e Silva – Soldado; 28. Wilson França – Soldado; 29. Jeferson Almeida Xavier – Soldado; 30. Bolívar Bueno – Soldado) teva a participação de comunistas e estrangeiros e de brasileeiros pago pelo governo da URSS. Brasileiro pago: Luiz Carlos Prestes. Estrangeiros:Arthur Ernest Ewrt, sua esposa e Johann de Graaf (alemães), Rodolfo Childi (argentino), Pavel Stuchevski (ucraniano), Victor a. Baton (americano) e Olga Benário (alemã) e espiã russa.
NO DIA 27 DE NOVEMBRO DE 1935 ESTES BANDIDOS ESTRANGEIROS MATARAM BRASILEIROS.
75 ANOS.
REPASSEM É A HISTÓRIA
GRUPO GUARARAPES
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Segunda-feira, 29.11.10
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Segunda-feira, 29.11.10
CORRUPÇÃO EM ESTUDO
O artigo do Senador Demóstenes Torres é uma alerta importante. O GURPO GUARARAPES o repassa por o - julgar de grande importância. O Brasil tem duas grandes doenças: A CORRUPÇÃO E A MEDIOCRIDADE, juntas podem matar o País.
REPASSEM AMIGO.
O BRASIL CRESCE COMO RABO DE CAVALO, NO CAAMPO DA CORUUPÇÃO. ÉRAMOS O 45º EM 2002 E FOMOS PARA O 69º EM 2010. ENTRE OS 178 PAISES ANALISADOS FICAMOS NO MEIO. CADEIA PARA CORRUPTO PODE SALVAR O BRASIL. GRUPO GUARARAPES.
PARABENS SENADOR.
A OEA NÃO PODE NOS SALVAR
Demóstenes Torres - Senador por Goiás.
Pela primeira vai ocorrer fora dos Estados Unidos a conferência do Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção (Mesicic) da OEA. Nomenclatura complicada e burocrática como quase tudo que diz respeito à Organização dos Estados Americanos.
Um dos principais objetivos da cúpula marcada para os dias 9 e 10 de dezembro em Brasília será o de preparar a harmonização da legislação dos integrantes do organismo internacional sobre a roubalheira pública, um dos traços mais nefastos da civilização europeia estabelecida no Novo Mundo descoberto por Colombo.
A Mesicic aparentemente tem efeito protocolar, mas é uma providência interessante para se intentar instrumentos efetivos de criminalização da corrupção no continente. Vale lembrar que de acordo com o relatório da Transparência Internacional sobre a Percepção da Corrupção 2010 em 178 países, só o Chile e o Uruguai se salvam na América Latina, respectivamente o 21º e o 24º - menos corruptos. Os Estados Unidos, nossa referência prática para quase tudo, estão entre os dois países latinos.
Os restantes estão muito mal na fotografia, inclusive o Brasil, situado no 69º lugar no ranking, cuja pontuação despencou em relação a 2002, quando ocupávamos o 45º lugar entre os países avaliados. Oito anos atrás os nossos vizinhos mais próximos eram os europeus Grécia e Bulgária. Hoje moramos no andar de baixo dos africanos Gana e Ruanda.
Se serve de consolo, de acordo com o Índice da Transparência Internacional a situação dos demais países da América Latina é muito pior. Estamos em péssima companhia a se considerar a situação dos hermanos e dos amigos. A Argentina está na 105ª posição, a Bolívia vem em seguida em 110º lugar e lá no porão da tabela se encontram o Paraguai (146º) e a Venezuela (164º), novo parceiro do MERCOSUL.
Para ficar no problema brasileiro, é preciso que se diga que o País melhorou sensivelmente nos últimos 15 anos: diminuiu os indicadores de pobreza, possui um Índice Gini menor, o que significa que as desigualdades de renda estão em decréscimo, e há mais acesso aos bens de consumo pelas classes C e D. Também podemos dizer que hoje a população exerce com mais garantias os direitos civis.
O que permanece inalterado é o estado de corrupção que contamina o Brasil. Neste aspecto, ganhos políticos, promocionais e econômicos como as extraordinárias reservas de petróleo do Pré-sal, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 podem se converter em benefício parcial para a sociedade uma vez que a perspectiva é de que se transformem em fonte extra e formidável para a projeção da roubalheira de dinheiro público.
As monumentais obras de infraestrutura têm a estatura diminuída pelo custo-propina. Sempre foi assim desde a Era Vargas, quando se iniciaram os grandes negócios do capitalismo estatal brasileiro. Além do sangramento explícito da viúva, o gasto público ineficiente mina as forças da Nação.
Vejam que estudo publicado nesta semana pela Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) mostra que a má gestão dos recursos aplicados na educação faz com que o País perca R$ 58 bilhões por ano no setor. Investirmos em educação mais do que a média dos países da América Latina e temos menos resultados de desempenho. O estudo da FIESP mostra uma referência de futuro interessante: caso os recursos fossem eficientemente empregados teríamos em dez anos um acréscimo de 2,4 anos na média de escolaridade e aumento de 10,5% do PIB per capita em dez anos.
A conferência da OEA é muito bem-vinda e pode trazer resultados para orientar a construção de um estatuto anticorrupção para as Américas. Agora, o problema brasileiro é talvez bem mais complexo e demanda a noção de accountability, palavra que expressa o núcleo da boa governança, será muito utilizada no encontro em Brasília e não significa muita coisa no português falado em Pindorama.
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Segunda-feira, 29.11.10
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Segunda-feira, 29.11.10
APLAUSOS E CONDICIONANTES
Inicialmente, palmas para o governador do Rio de Janeiro por ter sido o único governante, até hoje, embora tardiamente, a evidenciar coragem e determinação para atacar a grave questão da violência e do narcotráfico. Longe de se imaginar que o problema acabou, pois o que está acontecendo é apenas o sucesso de uma batalha, parte de uma longa e difícil guerra: território conquistado, traficantes presos e alguns mortos, mais de uma tonelada de droga e cerca de trezentas motos apreendidas assim como boa quantidade de armamento constituem um bonito troféu! É preciso, agora, que haja “capacidade de durar” na ação, ou seja, continuidade nas operações para a eliminação das muitas ameaças e vulnerabilidades ainda existentes.
Não se pense que os êxitos obtidos na Favela do Cruzeiro e no Complexo do Alemão serão suficientes para assegurar a Lei e a Ordem tão desafiadas nos dias atuais.
Louve-se, hoje, o excelente desempenho do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) carioca, fruto insofismável de instrução, adestramento e ação de comando, aspectos que têm de se estender a um universo maior de policiais militares e civis em todo o País. É imperativa a existência de Instituições brasileiras, mormente militares e policiais, aptas ao cumprimento de suas destinações constitucionais e não apenas uma pequena parcela disposta até ao sacrifício da própria vida. Para tanto, os Poderes Constituídos deverão ser também atores e não sós espectadores.
Se os agentes externos membros da logística do crime, tais como as FARC colombianas e os produtores de coca bolivianos, não forem repelidos e, ao contrário, continuarem a ser tratados como “companheiros”, a ameaça persistirá.
Se a estrutura das forças policiais for capaz tão somente de formar e adestrar adequadamente o reduzido efetivo de um BOPE, o sucesso será momentâneo, localizado e circunstancial.
Se as Forças Armadas, garantidoras em última instância da Lei e da Ordem, não dispuserem dos meios indispensáveis às suas missões constitucionais que vão além das citadas, não lhes bastará o ardor combatente e a disposição para a luta, pois o sacrifício juramentado da própria vida há de claudicar.
Se o pensamento oficial for o remendo e não a busca de solução, como a criação de uma ineficaz e demagógica “Força Nacional de Segurança”, as ameaças subsistirão juntamente com a cidadania vulnerada.
Se a impunidade ou o arremedo de condenação dos criminosos não for substituído por um castigo eficaz e intimidador, as raízes do mal farão ressurgir outras ameaças.
Se as entidades, hipócritas ou sinceras, ditas defensoras dos direitos humanos visarem mais a projeção de seus membros do que o afastamento dos marginais da sociedade, sua ação em nada contribuirá para o bem comum.
Se os políticos em geral continuarem a discursar e a se preocupar mais com as próximas eleições, enxergando-as como possíveis fontes de enriquecimento pessoal e não como geradoras de personagens capazes e dispostos ao valoroso trabalho legislativo, não haverá melhoria na qualidade de vida do povo brasileiro.
E como eu sou brasileiro e não dono da verdade nem derrotista, aplaudirei com mais entusiasmo aqueles que nos trouxeram alegrias com os acontecimentos recentes do Rio de Janeiro e continuarei refletindo, sonhando com um Brasil melhor e acreditando que “a esperança é a última que morre”.
(Gen Ex José Carlos Leite Filho – linsleite@supercabo.com.br – 28/11/10)
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Segunda-feira, 29.11.10
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Segunda-feira, 29.11.10
Solidariedade Versus Mercenarismo
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 29 de novembro de 2010.
Juramento de Hipócrates
"Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade.
Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão.
Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade.
A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação.
Respeitarei os segredos a mim confiados.
Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica.
Meus colegas serão meus irmãos.
Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes.
Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.
Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra".
(Declaração de Genebra da Associação Médica Mundial - 1948)
- Hipócrates
No ano de 460 a.C., nasceu Hipócrates na ilha de Kós, considerado como o “pai da medicina”, era membro de uma família que há gerações se dedicava aos cuidados com a saúde. Hipócrates foi o líder indiscutível da “Escola de Kós” conhecida, mais tarde, como “Escola Hipocrática”, responsável por separar a medicina da religião e da magia e tornando-se um paradigma para todos os médicos. É lembrado, fundamentalmente, por ter dado um sentido de dignidade à profissão, estabelecendo as normas éticas rígidas que deveriam nortear a vida do médico, tanto na vida profissional, como fora dela. Infelizmente o juramento prestado por grande parte dos novos profissionais da medicina vem perdendo o sentido dissipando-se nas brumas do passado.
- Solidariedade
Minha esposa retornou ao convívio familiar depois de ter sido submetida a uma delicada neurocirurgia e a um período de internação de mais de um mês. Recebemos, emocionados, belas mensagens de amigos de todos os rincões deste imenso Brasil. A solidariedade, nestes momentos de dor, tem a capacidade de espantar o desalento e permite que enfrentemos as vicissitudes com novo ânimo. Nenhuma melhora aparente ainda pode ser notada, mas continuamos confiantes.
- Mercenarismo
“Antigamente existia o médico da família, que ia até a casa de seus pacientes, ouvia com atenção os problemas de cada um e conhecia cada integrante da família pelo nome. Hoje, o paciente é tratado como cliente de loja, que paga para obter o serviço. O amor passou a não ter espaço na área médica. Se o médico gasta tempo com amor, não tem retorno financeiro algum. Só ganha dinheiro se dá um remédio ao paciente ou faz alguma intervenção cirúrgica”.
(Patch Adams)
Infelizmente, depois da cirurgia, fomos importunados por um profissional da anestesia, recuso-me a chamá-lo de médico, querendo cobrar da família seus honorários. Quando entreguei minha esposa aos cuidados do Hospital Militar de Porto Alegre estava, logicamente, confiando que ela estaria sendo atendida por profissionais da saúde credenciados pelo Hospital e não de elementos estranhos ao corpo clínico daquele nosocômio. Em nenhum momento fui alertado pelo chefe da equipe médica, encarregada da cirurgia, de que o anestesista não fazia parte do corpo médico do Hospital Militar. Eu e meus familiares recebemos telefonemas insistentes da secretaria do referido profissional e resolvi, finalmente, lhe enviar o telefone de meu amigo advogado e irmão maçon André Luiz Oliveira da Conceição para tratar do assunto diretamente com ele.
Que saudades dos médicos do passado. Lembro-me dos tempos de criança, em Rosário do Sul, quando a simples presença do Médico trazia conforto aos pacientes. Havia uma aura que os envolvia, o “Doutor” se preocupava em curar o doente e não a doença, tratava os pacientes como amigos, tinha tempo para saborear um chimarrão com os familiares, para ouvir e contar “causos” antes de partir para outra consulta. Havia, naqueles tempos, um envolvimento emocional e um compromisso com a cura.
Solicito Publicação
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site:
http://www.amazoniaenossaselva.com.brE–mail: hiramrs@terra.com.br
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Segunda-feira, 29.11.10
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Segunda-feira, 29.11.10
CMPA, Destaque Nacional na OBMEP
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 26 de novembro de 2010.
Canção do CMPA
Somos espadas de um povo altaneiro,
Somos escudos de grande nação,
Em nossos passos marcham guerreiros
Avança a glória num pendão.
Na nossa escola forja-se a grandeza,
Temos no peito amor juvenil,
Em nossas cores toda a natureza,
Nós somos filhos do Brasil.
Salve o Brasil, CMPA!
Salve o Brasil, CMPA!
No valor de nossos avós,
Salve o Brasil.
CMPA! Salve o Brasil,
CMPA! Na bravura dos seus heróis.
(Letra: Barbosa e Souza)
Mais uma vez o Colégio Militar de Porto Alegre, como de praxe, se destaca dentre as demais instituições de ensino do país, desta vez na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. O CMPA vem se destacando nas provas do ENEM, desde a sua criação, e é o estabelecimento de ensino que apresenta os melhores índices de aprovação, sistematicamente, nos vestibulares da UFRGS. Inconformado com os fantásticos resultados obtidos pelos Colégios Militares em um país cuja educação é caótica o Procurador Regional da República, Domingos Sávio da Silveira questiona a sistemática que define as vagas nas instituições e dão preferência aos filhos de militares. O ataque ao CMPA lembra a atitude do governo Olívio Dutra, então governador do Estado do Rio Grande do Sul, quando tentou desvincular o excelente Colégio Tiradentes da nossa valorosa Brigada Militar. Parece que os “companheiros” não se conformam com as instituições que obtém sucesso no ensino ao contrário de seus modelos ultrapassados e falidos.
- A Razão da Reserva de Vagas
A garantia de matrícula ampara os filhos de militares, que precisam ser transferidos constantemente;
Como não há definição de uma época do ano em que o militar pode ser transferido para qualquer lugar do Brasil, a transferência pode ocorrer fora da época de matrícula das escolas;
A carreira exige muito sacrifício, e a garantia de acesso aos Colégios Militares serve para proteger os dependentes dos militares.
- Com 15 ouros, campeão e vice, CMPA é destaque nacional na OBMEP
Por Cel Leonardo Araújo de Comunicação Social do CMPA
A 6ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (6ª OBMEP) trouxe um recorde qualitativo para os alunos do CMPA. Afinal, foram 15 medalhas de ouro, sete de prata, quatro de bronze, 10 menções honrosas e um professor premiado. Quando computadas apenas as medalhas de ouro, o CMPA obteve 53,57% das medalhas gaúchas e 3% do total nacional. Além disso, o campeão e a vice-campeã nacional do Nível 1 (6º e 7º Ano do EF) são do Velho Casarão da Várzea:
* PEDRO HENRIQUE DA SILVA DIAS
* ADRIANA DE SOUSA FIGUEIREDO
No âmbito estadual, o aluno Lucas Hagemaister obteve o primeiro lugar no Nível 2 (8º e 9º Ano do EF). Considerando-se que 19,6 milhões de estudantes participaram da Olimpíada, o expressivo resultado orgulha a família garança do CMPA e do Sistema Colégio Militar do Brasil, sendo prova inconteste da qualidade do ensino e da dedicação dos alunos e professores. A equipe olímpica do CMPA é orientada pelo Prof. Ms. Gustavo Quevedo Carvalho e pelo Prof. Laudeli Martinho Furlan (que hoje faz aniversário).
Medalhas e Menções Honrosas
Ouro
* PEDRO HENRIQUE DA SILVA DIAS - 1º lugar nacional - Nível 1
* ADRIANA DE SOUSA FIGUEIREDO - 2º lugar nacional - Nível 1
* THALES JEFERSON RODRIGUES SCHIMITT - 3º lugar estadual - Nível 1
* ADRISSON ROGERIO SAMERSLA - 4º lugar estadual - Nível 1
* GIUSEPPE DICK BONATO - 7º lugar estadual - Nível 1
* ARIÁDNE GARCIA LEITE - 8º lugar estadual - Nível 1
* MARIA EDUARDA MULLER EYNG - 9º lugar estadual - Nível 1
* LUISA WLADIMIRSKI CIRIACO - 10º lugar estadual - Nível 1
* GUILHERME GOULART KOWALCZUK - 15º lugar estadual - Nível 1
* LUCAS HAGEMAISTER - 1º lugar estadual - Nível 2
* WILLIAM CECHIN GUARIENTI - 4º lugar estadual - Nível 2
* RAFAEL PALMINI VALTER - 5º lugar estadual - Nível 2
* ANDRESSA BISOTTO PERETTI - 4º lugar estadual - Nível 3
* PEDRO WLADIMIRSKI CIRIACO - 5º lugar estadual - Nível 3
* PEDRO ERNESTO AMARAL DOS SANTOS - 7º lugar estadual - Nível 3
Prata
* FREDERICO SILVA DOS ANGELOS
* THOMAS ULRICH SCHAAN
* NICOLAU PEREIRA ALFF
* DANIEL DOS SANTOS BOSSLE
* MARCELO VICENTE DEWES MOURA
* MATHEUS MARRONE CASTANHO
* DAVI NACHTIGALL LAZZAROTTO
Bronze
* LAURA PERONI BALDINO
* LEONARDO DE ANDRADE MESQUITA
* IGOR GUAZZELLI COSTA DA COSTA
* LAIS VELHO DE MESQUITA
Menção Honrosa
* IGOR POPIE PUSSIELDI
* SILVIA GUARESI
* ANAI CORREA DE SOUZA
* PEDRO MARTINS RECUERO
* EWERTON FALSARELLA MALVEZZI
* THIAGO SANHUDO ROCHA
* CASIO PACHECO KREBS
* FELIPE BERTE SCHMIDT
* ADAM FIJTMAN
* ROBINSON MATTOS NETO
Professor premiado
* GUSTAVO QUEVEDO CARVALHO
Solicito Publicação
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
Site:
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Segunda-feira, 29.11.10
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Segunda-feira, 29.11.10
JÁ NÃO PODEMOS DIZER NADA!
ESTAMOS REPASSANDO O ARTIGO DE SANDRA CAVALCANTE. É UM POEMA DE DOR. ELA NOS FAZ CHORAR POR DOIS MOTIVOS: 1º PELA GRANDEZA DO POEMA QUE VEM DO FUNDO DA ALMA E 2º PELA COVARDIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA.
VAMOS ACORDAR E REAGIR. SALVEMOS O BRASIL PARA NOSSOS FILHOS E NETOS.
REPASSEM POR AMOR DE DEUS.
GRUPO GUARARAPES
JÁ NÃO PODEMOS DIZER NADA!
Sandra Cavalcanti
Em 14 de abril de 1930, aos 36 anos, Vladimir Maiakóvski, o maior poeta russo da era contemporânea, deu um fim trágico à sua atormentada vida. Matou-se porque perdeu toda a esperança e se viu diante de uma estrada sem saída.Sua obra é absolutamente revolucionária, como revolucionárias eram as suas idéias. Mas o poeta, dizia ele, por mais revolucionário que seja não pode perder a alma! Ele acreditou piamente na Revolução Russa e pensou que um mundo melhor surgiria de toda aquela brusca e violenta transformação. Aos poucos, porém, foi percebendo que seus líderes haviam perdido a alma.
A brutalidade crescia. A impunidade era a regra. O desrespeito às criaturas era a norma geral. Toda e qualquer reação resultava em mais iniquidades, em mais violência. Um stalinismo brutal assolou a pátria russa. Uma onda avassaladora de horror e impotência tomou conta de seu espírito, embora ainda tentasse protestar. Mas foi em vão. Rendeu-se e saiu de cena.
Em 1936, escreveu Eduardo Alves da Costa o poema No caminho com Maiakóvski, que resume sua desoladora tragédia."... Na primeira noite eles se aproximam/ e roubam uma flor/ de nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem:/ pisam as flores,/ matam nosso cão,/ e não dizemos nada./ Até que um dia,/ o mais frágil deles/ entra sozinho em nossa casa,/ rouba-nos a luz e,/ conhecendo nosso medo,/ arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada.”
Nestes tristes tempos, muitos estão vivendo as angústias desabafadas neste poema. Também acreditaram em líderes milagrosos, tiveram esperanças em dias mais serenos, esperaram por oportunidades melhores e sonharam com paz e alegria. Nunca imaginaram que, em seu lugar, viriam a impunidade, a violência, o rancor e a cobiça. Os que chegaram ao poder, sem nenhuma noção de servir ao povo, logo revelaram a sua verdadeira face.
O País está vivendo uma fase de completo e total desrespeito às leis. A Lei Maior, aquela que o País aprovou por meio de seus representantes, não existe. Para uns, todas as leniências. Para outros, todas as violências. Nas grandes cidades, dois governos, duas autoridades: a tradicional e a dos marginais. No campo, ausência de direitos e deveres. Uma malta de desocupados, chefiados por líderes atrevidos e até debochados, está conseguindo levar o desassossego e a insegurança aos milhões de trabalhadores rurais que ali se esforçam para sobreviver.
Isso já vem acontecendo há muito tempo e não há sinal de que alguma autoridade pretenda submetê-los às penas da lei. Ao contrário. Eles gozam de imenso prestígio junto ao presidente, que não se acanha em lhes dar cobertura e agir com a maior cumplicidade. A ausência das autoridades tem sido o grande estímulo para que esses grupos, e outros que vão surgindo, venham conseguindo, num crescendo de audácia e desrespeito, levar o pânico aos que vivem do trabalho no campo.
A mesma audácia impune garante também a expansão das quadrilhas de narcotraficantes em todo o País. A cada dia que passam eles chegam mais perto de nós. Se examinarmos com atenção os acontecimentos destes últimos dois anos, dá para entender o nosso medo. Quando explodiu o caso do Waldomiro Diniz, as autoridades estavam na obrigação de investigar tudo e dar uma punição exemplar. O que se viu? Uma porção de manobras para encobrir os fatos e manter os esquemas intocáveis. E qual foi a reação do povo? Nenhuma.
Roubaram uma flor de nosso jardim, a flor da decência, da dignidade, da ética, e nós não dissemos nada!Quando, da noite para o dia, dezenas de deputados largaram suas legendas e se bandearam para as hostes do governo, era preciso explicar tão misteriosa adesão. O que se viu? Uma descarada e desafiadora alegria no alto comando do País! E qual foi a reação do povo? Nenhuma. Eles nem se esconderam. Pisaram em nossas flores, mataram o cão que nos podia defender. E nós não dissemos nada!
Quando um parlamentar, que integrava a tal maioria, veio denunciar o uso de recursos públicos, desviados de forma indecente, com a conivência dos altos ocupantes do governo, provando que a direção do PT e do governo sabia de tudo e de tudo se haviam aproveitado, qual foi à reação do povo? Nenhuma.
Eles nem se importaram com o fato de terem sido descobertos. O mais frágil deles entrou em nossa vida, roubou a luz de nossas esperanças e, conhecendo o nosso medo, ainda se deu ao luxo de arrancar a nossa voz da garganta. Será que vamos aceitar? Não vamos dizer nada? Será que o povo brasileiro perdeu de vez a sua capacidade de se indignar? A sua capacidade de discernir? A sua capacidade de punir?
Acho que não. Torço para que isso não esteja acontecendo. Sinto, por onde ando e por onde vou, que lá no mar alto uma onda de nojo está crescendo, avolumando-se, preparando-se para chegar e afogar esses aventureiros. Não se trata, simplesmente, de uma questão eleitoral. Não se cuida apenas de ganhar uma eleição. O importante é não perder a alma. O direito de sonhar. A vontade de viver melhor.
Colocar este momento como uma simples luta entre governo e oposição é muito pouco. E derrotá-los, simplesmente, também é muito pouco, diante do crime que eles praticaram contra as esperanças de um povo de boa-fé. O que vai hoje à alma das pessoas é o corajoso sentimento de que é preciso vencer o pavor e o pânico diante da audácia dessa gente, não permitindo que eles nos calem para sempre. Se não forem enfrentados, se não forem punidos, se seus métodos e processos não forem repudiados, nosso futuro terá sido roubado. Nossa voz terá sido arrancada de nossa garganta. E já não poderemos dizer nada.
Sandra Cavalcanti, professora, foi deputada federal constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Lacerda, fundadora e presidente do BNH
E-mail: sandra_c@ig.com.br
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