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PAIVAJORNALISTA

Esse blog tem uma finalidade muito importante, isto é, levar aos conhecimentos dos leitores e amigos os mais diversos assuntos relacionados com o nosso dia a dia. Crônicas, Artigos, Poemas, Poesias, Atualidades, Política entre outros.



Domingo, 26.09.10

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Domingo, 26.09.10

DUAS PALAVRAS



Duas palavras com repercussões diferenciadas nos momentos atuais da sociedade brasileira. As atitudes gananciosas de nossa política trazem consequências imprevisíveis para nossa população, visto que a tendência natural terá a fome como resultante, pois a corrupção que assola o país provoca um aumento desordenado da violência. As duas palavras que escolhemos para nossa matéria são violência e paz. Violência palavra de derivação latina violentia que está relacionada com a qualidade de violento, ato violento, ato de violentar, na jurisprudência significa o constrangimento físico ou moral; uso da força; coação. Poderíamos inserir outras sinonímias a palavra ora epigrafada, pois é muito deletéria para a vida do cidadão.

Não opomos dúvida alguma em alongarmos fazendo especulações sobre o futuro de nosso país, mas só poderemos fazê-lo até o limite permitido por nossas autoridades. “O rico tem prato grande com pão dourado e perfeito, o pobre tem o pão simples, mas como do mesmo jeito”. Muita verdade na aposição de Cornélio Pires. É mais do que necessário que se propague este aviso: “Diminui a liberdade para quem não tem juízo”. No combate a violência que se instalou em todo Brasil as medidas tem sido muito opacas e não surtiram o efeito desejado. Aqui no estado do Ceará o governador se preocupou somente a com a aparência e esqueceu o investimento no homem. Parece até que ele assimilou o pensamento do bispo Edir Macedo que quer construir monumento e mais monumentos nos estados brasileiros. Quando o calo começar a apertar os pés das autoridades, elas possam usar o remédio com medidas corretas.

A violência não pode ser combatida com doses homeopáticas e sim com medidas vigorosas. A realidade é que estamos tontos e sem saber a quem recorrer. Estamos sofrendo os dissabores da vida impostos pelos maus políticos que só se preocupam em aumentar seus patrimônios esquecendo as consequências o sofrimento das classes menos favorecidas. Existem pessoas vivas que são parasitas, e quando perto de alguém absorvem os raios amarelados das vítimas. Elas ficam cansadas, sem saber por que, ou lhes dá um mal-estar. O lastro etnológico do Brasil foi preenchido por um residual humano inferior, isto é, por desterrados, criminosos indesejáveis, piratas, vândalos e escórias das mais diversas. Nesse écran podemos colocar todos os políticos corruptos desse grandioso Brasil. Será que estamos errados ou enganados? Existem doenças em que, quando se está inconsciente ou em função de qualquer transe tudo pode ocorrer, mas se não houver consciência o fim será trágico.

Infelizmente, na esfera política do mundo alimentada por partido, doutrinas, sistemas específicos a grupos afins, indivíduos que seriam problemas de polícia, na pobreza, encontram clima favorável na administração pública para exercitar com sucesso a sua habilidade delinquente, o désposta, o tirano, em geral, são produtos do ressentimento ou da frustração contra o mundo. Mediocridade é a palavra correta para definirmos nossos governantes. A paz social sempre será bem vinda. Paz palavra de derivação latina pace, corresponde à ausência de lutas, violências ou perturbações sociais; tranquilidade pública; concórdia, harmonia, ausência de conflitos entre pessoas; bom entendimento; entendimento, harmonia, ausência de conflitos íntimos; tranquilidade de alma; sossego, situação de um país que não está em guerra com outro.

Restabelecimento de relações amigáveis entre países beligerantes; cessação de hostilidades, tratado de paz, ausência de agitação ou ruído; repouso, silêncio, sossego.  Devemos todos os dias colocar em prática o verbo “pazear”, sem medo de ser feliz. Afirmam os estudiosos no comportamento humano que a paz recebe as seguintes divisões: paz podre, sossego profundo, fazer as pazes. Reconciliar-se, jogar à paz, jogar bastante a fim de saldar as contas com o parceiro. Ser de boa paz, ter índole pacífica. Devemos eliminar as chagas da violência com o aumento de medidas contra as causas da violência. O amor ao próximo seria uma alternativa, eliminar da política o egoísmo, colocar Deus no coração quando forem aprovar matérias de interesse da população carente. Com a paz isso é possível. “Quando nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem a alma e as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-Me, eu sou aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas”. Se a paz não surtir o efeito desejado, pois os gananciosos não a querem a única solução ficará a cargo do Pai Celestial, Deus. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA AOUVIR/CE, DA UBT E DA AVSPE

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Domingo, 26.09.10

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Domingo, 26.09.10

TAFOFOBIA


A palavra epigrafada tem uma sinonímia meio hilária, podendo causar certo impacto para os que não as conhece. Medo doentio de ser sepultada vivo, uma fobia esquisitíssima. Já pensaram o pesadelo, o sufoco de quem procura ar para respirar e não consegue. Já temos conhecimento de pessoas que passaram por essa dolorosa situação, principalmente aquelas que entraram em estado de catalepsia ou letargia. A palavra tafo deriva do grego táphos e está relacionada à local de sepultura, local em que se guarda, esconde. Já fobia deriva do latim cientifico phobia, e do grego – phobía, e hydrophobía, designação comum às diversas espécies de medo mórbido. Horror instintivo a alguma coisa; aversão irreprimível. 

É -fobia do grego -phobía, ‘medo’, como no grego hydrophobía, grego - phóbos (como em hydrophóbos) do grego phóbos, ou, ‘ação de pôr em fuga’; ‘medo’, do grego phébesthai, ‘espantar-se’; ‘fugir’, medo intenso, ou irracional'; 'medo mórbido'; 'aversão instintiva'; 'hostilidade instintiva': aerofobia, claustrofobia, enofobia, ergofobia, erotofobia, neofobia, nictofobia, nosofobia. É muita fobia para um determinado número de pessoas. A tafofobia ou tafefobia é uma fobia que se caracteriza pelo medo mórbido de ser enterrado vivo e acordar preso dentro de um caixão sob o solo, sem poder sair. Pessoas com tafofobia geralmente pedem para serem cremadas ao invés de enterradas após sua suposta morte. Cremação do latim crematione ato ou efeito de cremar.  Cremar do latim cremare significa incinerar, queimar (cadáver). A fobia causa transtornos incalculáveis a diversas pessoas que levam ao pânico na hora de dormir.

Muitas pessoas tentam dormir, mas não conseguem, devido ao medo de morrer e suas noites são tensas. No outro dia o aspecto mórbido de palidez e de olheiras profundas mostram as feições das pessoas possuidoras da tafofobia. Até enjoos, dores são sentidos, mas a preocupação maior é com o medo horrendo. As pessoas com fobias exarcebadas irão afirmar que o medo é um eufemismo, decidem que não existe uma palavra possível para o que sentem e que qualquer tentativa contrária ao medo seria apenas uma vulgarização. A palavra pânico e desespero serão as metáforas mais próximas o possível do que irá sentir o medo, o eufemismo mais vulgar, como “um medinho qualquer”. Do grego euphemismós, eúphemos, auspicioso. Ato de suavizar a expressão duma ideia substituindo a palavra ou expressão própria por outra mais agradável, mais polida.  Palavra ou expressão usada por eufemismo. A fobia se verifica em funções ou profissões de risco em que as pessoas vivem em estado de estresse. Muitas vezes o isolamento e a solidão pode ser um viés de fobia. A violência das grandes cidades pode deixar seus moradores com extrema fobia de balas perdidas, de assaltos ou de serem assassinadas e não manterem mais contatos com seus entes queridos.

Tem gente que não tem medo de nada. Por outro lado, tem gente que tem medo de tudo. Em alguns casos, o medo transforma-se em fobia. Alguns dicionários dizem que a fobia é a “designação comum às diversas espécies de medo mórbido” ou “horror instintivo a alguma coisa; ou, ainda, “aversão irreprimível”“. Nós seres humanos temos algum tipo de fobia. A fobia tem uma classificação e são três os tipos de fobias. Agorofobia - Medo de estar em lugares públicos concorridos, onde o indivíduo não possa retirar-se de uma forma fácil ou despercebida. Fobia Social - Medo perante situações em que a pessoa possa estar exposta a observação dos outros, ser vítima de comentários ou passar perante uma situação de humilhação em público. Fobia Simples - Medo circunscrito diante objetos ou situações concretas. Algumas fobias podem ser consideradas simples tais como: “Fobias a Animais (aranhas, cobras, etc.)”.

Aspectos do ambiente natural (trovoadas, terremotos, etc.) Sangue injeções ou feridas. Situações (alturas, andar de avião, andar de elevador, etc.) Outros tipos (medo de vomitar, contrair uma doença, etc.). Alguém indagaria se as fobias tem tratamento. Diríamos que sim. O tratamento segundo a medicina seria farmacológico ou cognitivo – comportamental ou psicodinâmico farmacológico. Explicando melhor: “O Tratamento Comportamental seria a exposição controlada e progressiva ao objeto fóbico”. Neste caso através de técnicas de relaxamento e controle da ansiedade procura-se dessensibilizar o indivíduo. Cognitivo - Ajuda-se a reestruturar os pensamentos anômalos. Este objetivo é conseguido também através da aquisição de informação sobre o objeto ou a situação fóbica. Psicodinâmico - Busca o entendimento e elaboração do(s) significados simbólicos da doença e dos sintomas desenvolvidos, bem como, a elucidação dos ganhos secundários desses. Existem uns cem números de fobias que poderíamos anotar, mas primeiramente queríamos afirmar que os tratamentos aqui citados são tratamentos médicos ou psicológicos. Do site (Wikipédia) - extraímos a seguinte relação: Abissofobia - medo de abismos, precipícios; Ablepsifobia - medo de ficar cego; ablutofobia - medo de tomar banho. Acarofobia - medo de ter a pele infestada por pequenos organismos(ácaros); acerofobia - medo a produtos ácidos; acluofobia - medo ou horror exagerado à escuridão. Acrofobia - medo de altura. Acusticofobia - medo relacionado aos ruídos de alta intensidade.

Aeroacrofobia - medo de lugar aberto e alto. Aerodromofobia - medo de viagens aéreas. Aerofobia - medo de ventos, engolir ar ou aspirar substâncias tóxicas. Anuptafobia - medo de ficar solteiro (a). Apifobia - medo de abelhas, aracnefobia ou Aracnofobia - medo de aranhas. Astenofobia - medo de desmaiar ou ter fraqueza. Astrofobia ou astrapofobia - medo de trovões e relâmpagos. Ataxofobia - medo de desordem. Autofobia - medo de si mesmo ou de ficar sozinho (Monofobia, Isolofobia). Automatonofobia - medo de bonecos de ventríloquo, criaturas animatrônicas, estátuas de cera (qualquer coisa que represente falsamente um ser sensível). Azinofobia - medo de ser agredido pelos pais. De (A) a (Z) vocês pesquisarão todos os tipos de fobias com sua respectiva fundamentação. Queríamos apenas dar uma conotação maior a tatofobia que ainda é um grande tabu para a humanidade. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA UBT- DA AVSPE E DA AOUVIRCE

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Domingo, 26.09.10

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Domingo, 26.09.10

MEU RÁDIO EMUDECEU


Tenho um carinho todo especial pelo meu rádio, um Transglobe Philco Ford Solid State, nove faixas, sendo 8 de Amplitude Modulada (AM) e uma de Frequência Modulada (FM). Meu carinho exagerado talvez tenha uma nuança importantíssima. Aquele invento maravilhoso foi presente de aniversário ofertado pelo meu amigo dileto, o meu pai querido. Um rádio que traz lembranças alegres e tristes da minha vida, nesse orbe em que vivemos. Incontáveis vezes eu comparecia na companhia de meu genitor ao estádio Presidente Vargas, praça de esportes do município de Fortaleza, capital do estado do Ceará, para assistir pelejas do campeonato cearense de futebol. Não era assim um Zé do Rádio, torcedor ardoroso do Esporte Clube do Recife, mas torcia fervorosamente pelo time do coração do meu amado pai, o Ferroviário Atlético Clube (FAC), ligado à antiga Rede de Viação Cearense (RVC) nas Oficinas do Urubu, no bairro da Colônia.

Sempre agarrado às mãos amigas para não me perder fazia questão de ouvir a emissora do coração que transmitia a refrega esportiva, e a posição que empunhava o presente valioso era a mesma do Zé do Rádio. A Rede de Viação Cearense foi transformada em RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima), mas não mudou de local fazendo com que minha saudade aumentasse ainda mais, quando por necessidade tivesse que passar por aquele local.

Penso em descompasso vindo a minha mente a figura do meu pai, do som do meu rádio e do alvoroço da torcida gritando em altos brados, gooool! Carinhosamente conhecido como ferrim, o time das temporadas, pois sempre quando excursionava ganhava todas. Foi o clube que implantou o profissionalismo no futebol cabeça chata, bem como foi o primeiro clube a deixar o campo para comparecer a uma delegacia de Polícia. Hoje não frequento com a mesma assiduidade as praças de esportes, visto que a violência nos estádios aumentou. Deixei por algum tempo meu querido rádio de estimação, substituindo-o por outro menor, mas de qualidade inferior. Infelizmente, hoje não encontramos nas lojas rádio de marcas famosas, o que se vê são os importados da China, que só quebram galhos e nada mais. Nem os meliantes se dão ao “luxo” de subtraí-lo, pois a má qualidade tira o apetite dantesco da subtração do patrimônio alheio. Enquanto o tempo passava meu rádio continuava mudo e esquecido, pois o tamanho provocava certa gozação do público debochador. Certo dia nós programamos uma viagem e logo veio à mente o querido rádio.

Com bela postura, imponente brilhava quando os raios do sol penetravam no meu escritório. Quando acionei o play quase chorei, pois o mesmo estava mudo, não chiava e nem fazia barulho, emudeceu total. Cocei a cabeça e disse My God, o que vou fazer? Não sei. Hoje doutor em rádio é coisa rara, pois a profissão não rende o necessário para o especialista no assunto. Na minha intuição veio à ideia de trocar de local buscando outro plug de entrada de energia elétrica. Meditei. Será que meu rádio aderiu ao anseio de que eu falava tanto? Tudo o que eu tinha em meu campo, larguei para o campo alheio, quero agora, dentro de mim quanto sinto e quanto creio.
Seria a tristeza pela falta de uso, ou saudades das refregas, ou mesmo da figura do meu saudoso pai que já nos abandonara indo morar com o Pai celestial. Pensei. Pela intuição se conhece o coração. Quando liguei o plug o assombro foi geral, pois o volume estava no máximo e talvez por pirraça o som que se ouviu era a narração de um gol. Meu coração palpitava e eu procurava calma para atenuar os batimentos cardíacos do susto que levei. Enfim, a tranquilidade voltava à normalidade, mas o sorriso que fiz com tanta energia a boca não conseguia fechar.

Hoje, está em minha companhia talvez com inveja quando coloco um disco Cd no meu computador para ouvir músicas. Meio desconfiado olho de “revestrés” para não desagradá-lo, mas para não cometer injustiça, mantenho contato com ele todos os dias.  Como profissional consciente do rádio procuro ser diferente, apesar dos meus defeitos, respeito os ouvintes desse majestoso invento. Poderia ter sido o filho querido do padre Roberto Landel de Moura, mas como no Brasil acontece de tudo pelos caprichos da religião, o padre conseguiu perder a patente, pois Marconi se antecipou e ficou sendo o pai do rádio, mas na realidade na ótica e nos fundamentos Landell pode ser considerado seu pai, pois fez o que Marconi não conseguiu transmitir, a voz humana.  

Marconi ficou tão somente como transmissor do Código Morse. Meu pai se foi, mas sua presença querida está sempre comigo, pois quando olho para o meu Transglobe ele se transfigura e eu consigo conversar mentalmente com meu pai. Jamais deixarei de ouvir meu rádio querido, pois além de ser meu lazer, o transmissor da minha voz, ainda serve de lembrança da pessoa que mais amei na vida, meu saudoso pai. Virtude alta e sublime ninguém quer viver sem ela; é a liberdade, no entanto que exige muita cautela. Nas frases de Cornélio Pires se espelhem os profissionais do rádio deixando a pornofonia e a pornografia de lado e fora de combate, há muito tolo no mundo, fora do tempo preciso, não por falta de conselho, sim, por falta de juízo. Obrigado meu Deus.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA AOUVIR/CE- DA UBT- DA ALOMERCE E DA AVSPE.  

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Domingo, 26.09.10

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Domingo, 26.09.10

Às Heróicas e Anônimas Amazonas

Às Heróicas e Anônimas Amazonas

Hiram Reis e Silva, Cidreira, RS, 26 de setembro de 2010.

Tudo é sinistro de se ver, agora,
Uma nuvem vermelha escurece o céu,
O firmamento está manchado com o sangue de homens,
Enquanto as Valquírias cantam sua canção.
(Passagem das Lanças - 10ª estrofe, Njál’s Saga 157).

Voltei encantado ao perlustrar os fantásticos cenários dos amazônicos caudais. Mas a imagem mais bela, mais forte e que me arrebatou por inteiro foi a das corajosas mulheres daquela bela, mas inóspita região. Encantadoras e generosas na sua hospitalidade, fortes e destemidas ao enfrentar, muitas vezes sozinhas, os desafios da mata hostil, são elas verdadeiras amazonas a arrostar o cotidiano agreste sem esmorecer. Estas verdadeiras valquírias brasileiras merecem, com certeza, nosso mais grato reconhecimento e homenageando-as quero fazer aqui um tributo às guerreiras de toda nação brasileira. Reporto três passagens interessantes destas arrojadas mulheres que no remoto pretérito deram mostras de seu valor e cujas ações ficaram gravadas indelevelmente no inconsciente coletivo do planeta.

- Isabela de Godin

Jean Godin des Odonais era primo de Louis Godin, célebre astrônomo e membro da Academia de Ciências de Paris. Em 1735, Jean, graças ao primo astrônomo, fez parte da expedição geodésica (chefiada por Charles Marie de La Condamine) enviada ao Peru para medir o arco do meridiano terrestre. Embarcou em La Rochelle, a 16 de maio de 1735, e chegou a Quito, em 22 de maio de 1736. Em Riobamba Jean conheceu Isabel de Casa Mayor. Dom Pedro de Casa Mayor, pai de Isabel, era Vice-rei da província de Otavalo e viúvo de uma rica peruana. Bela e culta, Isabel encantou Jean, que a desposou em 27 de dezembro de 1741. A equipe de La Condamine permaneceu na área por oito anos. La Condamine voltou para a França, mas Jean Godin permaneceu com a esposa Isabel dilapidando a fortuna da mulher. Em março de 1749, partiu só, para Caiena (Guiana Francesa), na oportunidade Isabel estava grávida e impossibilitada de acompanhá-lo na jornada. Ficaram separados pelo destino durante 21 anos. A França e Espanha, na época, estavam em guerra contra os ingleses e os holandeses. Isabel depois de esperar muito tempo pela volta do marido resolveu ir ao seu encontro e considerando que cruzar o Darien ou contornar o continente pelo cabo Horn seria muito arriscado resolveu, então, ir por terra, enfrentando os três mil quilômetros de distância entre o Peru e Caiena. Somente em 1º de outubro de 1769, Isabel conseguiu empreender, com os dois irmãos, um sobrinho, um fiel servo e três servas, a longa viagem até Caiena. Pouco antes de partir, a equipe foi reforçada com um médico francês e dois de seus empregados. A partir de Canelos, arrasada pela varíola, a pequena expedição mergulhou no horror. Os carregadores e guias, tomados de pânico por causa da doença, fugiram. Alguns indígenas lhes serviram provisoriamente como guias, os abandonaram da mesma forma. O médico francês acompanhado de Joaquim, fiel servo de Isabel, foi procurar socorro em uma missão próxima e jamais voltou. Ao retornar, Joaquim, encontrou apenas cadáveres. Isabel e seus companheiros, depois de aguardar três semanas, resolveram continuar o caminho atravessando a floresta. Todos, exceto Isabel, morreram de fome, de sede e de cansaço. A corajosa amazona prosseguiu sozinha sua aventura, sem conhecer a direção a seguir, alimentando-se unicamente de frutos e de ovos. Depois de oito dias, ela chegou ao rio Bobonaza, onde indígenas a acolheram e levaram-na à missão espanhola de Loreto. O missionário Franciscano recusou-se, inicialmente, a recebê-la, tal o seu aspecto e seus andrajos. Pensou que se tratava de uma índia fugitiva, e só abriu a porta da Missão depois que ela cobriu o corpo com um tecido de palha. Madame Godin contou sua história e como estivesse muito fraca foi colocada em uma canoa que a transportou para o leste. Depois, um bergantim português transportou-a ao Oiapoque, onde, a 22 de julho de 1770 conseguiu chegar e dali partiu para a Guiana. Em Caiena nem o próprio marido a reconheceu.

- Angelina a Heroína dos Seringais

Quando do primeiro combate da Volta da empresa, em que Plácido de Castro foi emboscado pelas tropas do Coronel Rojas, um fato inusitado, marcou com sangue aquela pugna de bravos, pelo arroubo de uma heroína acreana. Próximo à beira do Rio vivia num rancho tosco de madeira, um seringueiro com sua mulher Angelina Gonçalves de Souza. Naquele dia encontrava-se atacado de beribéri que o reduzira a pele e ossos, atirado numa rede. Ali estava “febrilento”, prostrado, amargurado, irritado, por não poder participar com os companheiros na Revolução. Nisso chegou um soldado boliviano e vendo-o enfermo, quase um cadáver, aproveitou para atirar-lhe uma provocação de deboche vitorioso:

- ¡Mira! ¿Y tú? Te faltan las gambias? Porque não te escapaste también?

Mesmo em extrema fraqueza, o pobre seringueiro, ferido na sua dignidade íntima, reagiu, e num derradeiro esforço soltou na cara do atrevido, algumas palavras de revolta e ódio. Foi o que bastou para que um grupo de soldados de Rojas, saltasse sobre a carcaça cadavérica do infeliz seringueiro, e o agarrando à unha, arrastaram-no porta a fora, às cusparadas, pontapés e por fim crivaram-no de balas a queima-roupa. Nesse momento, Angelina que estava lá dentro do rancho, ouvindo aquela barulhada toda, passou a mão na espingarda do marido e quando o viu morto numa poça de sangue, investiu furiosa para cima dos soldados assassinos, como desvairada, enlouquecida, num furor de raiva e vingança, conseguiu disparar um tiro. Assim como uma “tigra” defendendo o seu covil, partiu para o ataque contra os executores do seu marido. E luta com eles. Tomada por uma fúria de desespero, de loucura e ódio, que se multiplicam em forças inexplicáveis, atordoa-os, aos gritos, aos socos, às mordidas, a pontapés. Por fim subjugaram a fera humana, e a levaram de arrasto para o Comandante.

Logo ali, estavam dois médicos bolivianos atendendo o Coronel Rojas, ferido de raspão pelo tiro disparado pela seringueira... A soldadesca se enfureceu. Clamou por vingança. Queria a punição imediata... Mas quem decidia era o Comandante. E este num gesto de grandeza humana, falou com energia, determinando que a libertassem imediatamente:

- Mujeres así no se mata. (FIGUEIREDO)

- A Anônima Mulher do Soldado

Curioso episódio também foi observado em relação à mulher de um dos soldados regionais do destacamento que acompanhou Roosevelt, desde Tapirapoan (Rio Sepetuba) às margens do Rio da Dúvida. Grávida já de nove meses, essa mulher acompanhou a pé todas as marchas da expedição, por terra, o que era motivo para admiração geral. Aconselhada em Tapirapoan a alojar-se ali para seguir depois de dar à luz, recusou-se peremptoriamente e declarou que estava acostumada a andar no sertão nesse estado de gravidez, sem se cansar. A convicção de suas afirmativas levou o Comandante do destacamento à tolerância de a deixar seguir, embora contra o voto do médico. Pois bem, essa mulher extraordinária não só marchou diariamente quatro a cinco léguas a pé, como também só interrompeu a marcha um dia (24 horas) para dar à luz. Ao dia seguinte do parto, prosseguia a marcha a pé carregando o filho ao colo. (MAGALHÃES)

Fonte:    BRASIL, Altino Berthier - Desbravadores do Rio Amazonas - Brasil, 1996 - Ed. Posenato Arte & Cultura.

              FIGUEIREDO, Osório Santana - Plácido de Castro, o Colosso do Acre - Brasil, 2007 – Gráfica Editora Pallotti.

              MAGALHÃES, Major Amílcar Botelho de - Impressões da Comissão Rondon - Brasil, 1921 - Editora Brasiliana.



Solicito Publicação

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
E–mail: hiramrs@terra.com.br

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Domingo, 26.09.10

“Essa Gente Não Me Tolera”


“Essa Gente Não Me Tolera”

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 25 de setembro de 2010.

Meu consolo é saber que, em menos de três meses, ele deixará a presidência. Garantiu que até lá vai fazer “muita miséria”. Disso, não duvido, mas, após dezembro, não terei que vê-lo todos os dias na televisão, insultando a nossa inteligência.
 (Ferreira Gullar)

- Ferreira Gullar

O poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro José Ribamar Ferreira (Ferreira Gullar), nasceu em São Luís, em 10 de setembro de 1930. Radicado no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, em 1956 da exposição concretista, e, em 1959, com Lígia Clark e Hélio Oiticica criou o neoconcretismo. No início dos anos de 1960 marcando seu engajamento à militância comunista publicou algumas poesias pelo Centro Popular de Cultura (CPC), do qual chegou a ser presidente. O CPC tinha como objetivo promover o acesso do “homem do povo” a uma arte crítica e engajada, nos moldes do ideário esquerdista da época. Poeta e cronista premiado diversas vezes, é considerado um dos maiores intelectuais da atualidade, foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009. É importante lembrar as origens de Ferreira Gullar antes de reportarmos sua crônica publicada na Folha de São Paulo.

- Quebra de Sigilo e Outras Bossas São Coisas Nossas
Ferreira Gullar, Folha de São Paulo 19 de setembro de 2010

É da natureza do PT - do ruim sindicalismo - valer-se de todo e qualquer meio para atingir seus objetivos.

A SOCIEDADE brasileira assiste hoje à despudorada manipulação da opinião pública, que é a campanha de Dilma Rousseff para a Presidência da República. Até alguns petistas não conseguem esconder seu constrangimento diante dos escândalos que surgem a cada dia e, sobretudo, do descaramento com que, de Lula a Dutra, os petistas pretendem, mais uma vez, passar por vítimas, quando são de fato os vilões. O PT não se cansa de jogar sujo. É de sua natureza sindicalista - do ruim sindicalismo - valer-se de todo e qualquer meio para atingir seus objetivos. E isso vai da falsificação dos fatos e a violação de sigilos fiscais à agressão física e a eliminação do inimigo, ainda que esse inimigo seja companheiro de partido. (...)

Não há por que nos surpreendermos com isso, uma vez que agir à revelia da ética e da lei é um antigo hábito do Partido dos Trabalhadores. Os fatos o comprovam. Alguém duvida de que aquela montanha de dinheiro que a polícia flagrou, em 2006, com os “aloprados”, num quarto de hotel em São Paulo, era para comprar um dossiê anti-Serra? Embora os implicados fossem todos petistas próximos a Lula (um deles, o churrasqueiro do presidente), nem ele nem ninguém do PT sabia de nada, porque, como sabemos nós, são todos gente íntegra, defensores da ética na política; a ética petista, bem entendido. (...)

- Ato em Defesa da Democracia

“Eles não se conformam que o pobre não aceita mais o tal do formador de opinião pública. Que o pobre está conseguindo enxergar com seus olhos, pensar com a sua cabeça, pensar com a própria consciência, andar com as suas pernas e falar pelas suas próprias bocas, não precisa do tal do formador de opinião pública. Nós somos a opinião pública e nós mesmos nos formamos”. (Lulla)

Juristas, ex-ministros, intelectuais, artistas e políticos lançaram, no início da tarde do dia 22 de setembro de 2010, o “Manifesto em Defesa da Democracia”, no centro de São Paulo. Os manifestantes resolveram, através do ato, dar uma resposta ao presidente Lulla depois deste ter acusado a imprensa de agir como partido político e vociferar que “o pobre não aceita mais o tal do formador de opinião pública”. Lulla fez a sua histérica e “chavista” declaração, no dia 18 de setembro, em Campinas na campanha pró Dilma, Mercadante e Netinho. Para Lulla e sua corja, a imprensa não submissa ao PT é chamada de PIG (Partido da Imprensa Golpista). Lulla esquece que a imprensa tem o dever de levar à sociedade toda a informação e crítica mesmo que estas desagradem seus governantes. É interessante lembrar que Lulla nunca condenou ou atacou o trabalho jornalístico quando eram seus opositores os objetos dessas críticas negativas. A memória de Lulla e de seus asseclas é curta, no dia 3 de maio de 2006, ao assinar a “Declaração de Chapultepec” ele declarava: “... eu devo à liberdade de imprensa do meu país o fato de termos conseguido, em 20 anos, chegar à Presidência da República do Brasil. Perdi três eleições. Eu duvido que tenha um empresário de imprensa que, em algum momento, tenha me visto fazer uma reclamação ou culpando alguém porque eu perdi as eleições”.

- Manifesto em Defesa da Democracia

Numa democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.

Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático. É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais. É inaceitável que militantes partidários tenham convertido órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.

É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle. É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais em valorizar a honestidade.

É constrangedor que o Presidente não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há “depois do expediente” para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no “outro” um adversário que deve ser vencido segundo regras, mas um inimigo que tem de ser eliminado. É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e de empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses. É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.

É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É deplorável que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário. Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para ignorar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.

Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade. Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos.


Solicito Publicação

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS)
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional
E–mail: hiramrs@terra.com.br

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