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PAIVAJORNALISTA

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Domingo, 07.03.10

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Domingo, 07.03.10

O CONCÍLIO DE NICÉIA E OUTROS

O CONCÍLIO DE NICÉIA E OUTROS

Os católicos quando se reportam a sua religião, no que tange as decisões de sua crença citam os Cocílios, que também são nominados de ecumênicos. Na gramática os Concílios nada mais são do que um substantivo comum. A sua sinônima está assim delineada: “Reunião de dignitários eclesiásticos. Os bispos tinham um papel primordial nos concílios. Presidida ou sancionada pelo papa, para deliberar sobre questões de fé, costumes, doutrina ou disciplina eclesiástica”. Pode também ter a nominação de conselho, assembleia e reunião. Um conjunto de atas, deliberações, cânones de Concílio, território separado de uma diocese ou jurisdição desse território. Segundo a historicidade da Igreja Católica existiram sete concílios, a saber: “Nicéia, 325 D.C., em que se estudou a natureza do Cristo dentro da Trindade”. Ressalte-se que no Concílio de Nicéia os personagens principais foram Ário, de Alexandria, Alexandre, de Alexandre, Eusébio de Nicomédia. Aspectos do Concílio. No Concílio ora supracitado, 318 bispos reuniram para debater as mais diversificadas questões concernentes à igreja, tais como o dogma da Trindade, o Credo dos Apóstolos e a expulsão do primeiro herege de peso, Ário de Alexandria.

O credo oferecido por Eusébio de Cesárea foi rejeitado. Em seu lugar escreveu-se o credo de Nicéia, com as declarações: “gerado, não feito” Consubstancial com o Pai (homo-úsios). As frases arianas, como “havia tempo quando ele não era” foram rejeitadas. Foram exilados aos poucos os que não aceitaram a decisão nicena. A unidade eclesiástica foi o grande objetivo do imperador.Vale informar que Nicéia hoje é uma cidade da Turquia. O Cocílio de Constantinopla I, de 381 D.C., Tinha como viés o modo em que a humanidade e a divindade se relacionavam como o Mestre Jesus Cristo. Existia um conflito entre as escolas de Alexandria e de Antioquia, sendo a primeira alegorista e a segunda literalista. Apolinário, bispo de Laodicéia na Síria afirmava que Jesus teve corpo e alma humanos, mas que não teve espírito (mente) humano, no lugar do espírito mente humano estava o “Logos”. Logos para Heráclito de Éfeso, século V - A.C., era o conjunto harmônico de leis que comandam o universo, formando uma inteligência cósmica onipresente que se plenifica no pensamento humano. Já no misticismo filosófico de Filon (século I depois de Cristo) a Alexandria, no neoplatonismo e no gnosticismo, inteligência ativa, transformada e ordenadora de Deus em sua ação sobre a realidade.

No Evangelho de João, o Deus criador e seu filho, Jesus Cristo, que não pode ser entendido como encarnação no mundo do poder e saber absolutos da razão divina. Apolinário procurava destacar a unidade de Jesus e não a dualidade, pois “não existem dois filhos de Deus”. Damário, bispo de Roma, e Gregório de Nazianzo (um dos grandes capadócios) argumentaram que Deus salva o homem na sua totalidade corpo, alma e espírito (mente). Na sua encarnação, Cristo juntou-se ao espírito humano para salvá-lo. Sem tal união, o espírito do homem não seria salvo. Deste jeito, destaca-se mais a dualidade de Cristo, espírito humano e espírito divino. Vários sínodos que se pronunciaram se pronunciaram contra o apolianarismo, e este foi condenado. No Concílio ecumênico em Constantinopla, este conflito também reafirmou as decisões de Nicéia contra o arianismo. No ano 754, o concilio de Constantinopla fica proibido e a condenação à adoração de imagens, bem como a invocação de Virgem e dos santos. O Papa atrapalhou as Santas Escrituras, que afirmam “Não as adorarás, nem lhes darás culto” (Êxodo 20:5). No concílio de Éfeso, em 421 D.C., Tratou-se do modo em que a humanidade e a divindade de Jesus Cristo se relacionam e qual a maneira como Jesus veio ao mundo, e qual foi a sua natureza na encarnação. O termo controvertido foi “theótokos”, termo aplicado a Maria e significando “mãe de Deus/genitora de Deus”. Nestor e Anastácio de Constantinopla, Diodoro de Tarso, Teodoro de Mopsuéstia ensinaram a plenitude da natureza humana em Cristo (como sempre foi o ensino da escola de Antioquia).

Nestor, afirmou a presença em Cristo de duas pessoas, e não somente de duas naturezas. A união que existe entre a pessoa humana e a pessoa divina é uma conjugação ou “união moral”,. Do outro ladi, Cirilo de Alexandria, com o apoio de Celestino I, bispo de Roma. Eles argumentaram que simples união moral entre Deus e um ser humano não pode nos salvar. Cirilo, era ciumento e tinha ambição inescrupulosa, querendo abalar os patriarcados de Antioquia e Constantinopla. O Concílio ecumênico, convocado pelo imperador. Concílio aconteceu em circunstâncias de confusão. Em junho, sessão liderada por Cirilo, e dominada pelos bispos do Egito, condenou e depôs a Nestor. Em julho, João de Antioquia com seus seguidores (todos chegados atrasados) condenaram e depuseram Cirilo e seus seguidores. Em agosto, os legados papais (também chegados atrasados) juntaram-se a Cirilo e seus bispos, e declararam depostos não somente Nestor, mas também a João. Ao mesmo tempo condenaram o pegianismo. Mais tarde Cirilo e João fizeram um acordo, mas Nestor não foi convidado a participar e ficou exilado até a morte.

O primeiro desafio vem da área teológica, representado pelo pelagianismo, heresia antiga e já condenada pela Igreja, mas jamais erradicada do seu meio. O pelagianismo sustenta basicamente que todo homem nasce moralmente neutro, e que é capaz, por si mesmo, sem qualquer influência externa, de converter-se a Deus e obedecer à sua vontade, quando assim o deseje. Uma das grandes disputas durante a Reforma Protestante versou sobre a natureza e a extensão do pecado original. Ele afetou Adão somente, ou todo o gênero humano? A vontade do homem decaído é ainda livre ou escravizada ao pecado? No século V Pelágio havia debatido ferozmente com Agostinho sobre este assunto. Agostinho mantinha que o pecado original de Adão foi herdado por toda a humanidade e que, mesmo que o homem caído retenha a habilidade para escolher, ele está escravizado ao pecado e não pode não pecar. Por outro lado, Pelágio insistia que a queda de Adão afetara apenas a Adão, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas perfeitas, Ele também dá a habilidade moral para que elas possam fazer assim.

Ele reivindicou mais adiante que a graça divina era desnecessária para salvação, embora facilitasse a obediência. Outro concílio o da Calcedônia, em 451 D.C., o ponto alto discutido foi a humanidade e a divindade de Cristo. A questão de uma natureza ou duas. Da escola de Alexandria Dióscoro, bispo de Alexandria. Êutico, abade em Constantinopla, mas partidário do falecido Cirilo de Alexandria; Crisápio, capelão do imperador em Constantinopla e político poderoso. Êutico negou que Cristo existisse em duas naturezas depois da encarnação e que fosse “consubstancial conosco” (da mesma natureza que o homem) por causa da sua humanidade. Da escola de Antioquia Flaviano, bispo de Constantinopla; Pulquéria, irmã do imperador, e Marciano, marido de Pulquéria com o apoio de Leão, o Grande, bispo de Roma. Este concílio foi convocado em substituição a um concílio realizado em Éfeso, em 449, que foi presidido por Dióscoro... Êutico foi reabilitado e Flaviano foi condenado. Dióscoro recusou ler carta doutrinária de Leão (“O Tomo”).

Flaviano foi batido e pisado, e morreu poucos dias depois. Leão chamou o concílio de Éfeso de “conciliábulo de ladrões”. Depois da morte do imperador, Pulquéria e Marciano convocaram este novo Concílio em Calcedônia, 451. Estiveram presentes 520 bispos. Condenaram a Êutico e a Dióscoro. O Tomo de Leão foi lido e aprovado com aclamação. A definição aceita foi a de existir: “duas naturezas em uma só pessoa”. O outro de Constantinopla II ocorreu em 553, D.C., o ponto principal direcionou-se pelo modo em que a humanidade se relaciona com a divindade. Os “monofisistas” afirmam que Cristo tinha uma só natureza. A política imperial e a teologia oficial produziram confusão eclesiástica. Egito e Síria, as províncias mais ricas do oriente e do império, tendiam cada vez mais para o mofisismo (uma só natureza em uma só pessoa), mas a teologia oficial da igreja era, “duas naturezas em uma só pessoa” (Concílio de Calcedônia, 451). Egito e Síria, com problemas sociais, políticos e econômicos, se distanciavam da política de Constantinopla, e isso aumentou a tendência de rebelar-se na área teológica. Basílisco, imperador (475-476), quis condenar o Concílio de Calcedônia, para tentar ganhar de volta os rebeldes do oriente.

Zenon, imperador 476-491, publicou em 482, um edito de união (O Heníticom) com o apoio de Acácio, bispo de Constantinopla, mas, em vez de unir todos os cristãos, ele conseguiu dividir os monofisitas liberais e conservadores, e afastou a Igreja do ocidente. Félix III, bispo de Roma 483-492, achou que o imperador não tinha direito de intervir em assuntos teológicos. Félix acabou excomungando Acácio de Constantinopla em 485, e o cisma (o chamado “Cisma de Acácio”) durou até 519. Em 519, o imperador Justino e Hormisdas, bispo de Roma, reafirmaram o Concílio de Calcedônia, assim acabando com o Cisma de Acácio. Em 519, o imperador Justino e Hormisdas, bispo de Roma, reafirmaram o Concílio de Calcedônia, assim acabando com o Cisma de Acácio. Justiniano, imperador 527-565, tentou reconciliar os cristãos do oriente e do ocidente. Ele pensou que não devia condenar o Concílio de Calcedônia, mas que podia agradar aos rebeldes monofisitas por meio de condenar três teólogos cujos escritos serviram de base para algumas frases na declaração de Calcedônia Teodoro de Mopsuéstia, Teodoreto de Ciro, e Ibas de Edessa. Esta condenação foi conhecida como a “Condenação dos Três Capítulos”. Teve bom êxito no oriente, sendo aceito por Severo, bispo de Antioquia, mas dividiu o ocidente, e foi rejeitado por muitos bispos. O Concílio manteve a Condenação dos Três Capítulos, e representou os interesses do imperador.

O papa, e a Igreja do ocidente, não quiseram aceitar, mas acabaram cedendo e conformando-se às decisões do Concílio. O de Constantinopla III compreendeu o período de 680 - 681 D.C., assunto debatido. O monotelismo afirmou que Cristo tinha duas naturezas, mas uma só vontade. Sérgio, bispo de Constantinopla, em princípios do século, fez a última tentativa de ganhar de volta os monofisitas. Ensinou que, apesar de ter duas naturezas, Cristo tinha uma só vontade, a divina. Honório, bispo de Roma, deu seu apoio a este ensino. O que ficou deliberado no Concílio que, muitos anos depois Sérgio e Honório tinham morrido, mas o ensino ainda estava vivo e causando controvérsia. O Concílio condenou Sérgio e Honório e outros monotelitas. (Augusto Bello de Souza Filho-Bacharel em Teologia) O de Nicéia II em 787 foi o último do concilio universal. O assunto debatido foi o uso de imagens nas igrejas e no culto que já frisamos antes nas entrelinhas dessa matéria. Os iconoclastas, destruidores de imagens. Os iconodulos, adoradores de imagens. Leão III, imperador 717-741, condenou o uso de imagens, e fez campanha contra elas. Talvez o imperador fosse em parte pressionado por muçulmanos, que condenaram todas as imagens. Constantino V, filho de Leão, convocou um concílio em 754, o qual proibiu o uso de imagens no culto. A igreja ocidental não aceitou a decisão deste concílio.

Houve grande confusão teológica. No oriente, os monges, muitos clérigos e muitas pessoas simples queriam de volta as imagens. Apoiavam-se nos argumentos de João de Damasco, famoso teólogo (aproximadamente 675-749). A imperatriz Irene estava a favor de imagens, e decidiu convocar mais um concílio, juntamente com Tarásio, bispo de Constantinopla, e Adriano, bispo de Roma. Ficou conhecido que O Concílio (2º de Nicéia, aceito como o 7º Concílio Ecumênico) fez duas coisas: restaurou o uso de imagens nas igrejas e nos cultos, e, diferenciou entre “latria”, a adoração que se deve a Deus, e “dulia”, a veneração inferior que se presta a imagens. No início, houve confusão no ocidente, porque o latim não possuía duas palavras para fazer a distinção exata que se fez através dos termos gregos “latria” e “dulia”. Toda essa discussão papal sobre a vida de Jesus Cristo totalizou não sete, mas 22 concílios considerados ecumênicos. ( O universal da igreja católica e uma reunião dos bispos da Igreja para refletir sobre os pontos da Doutrina que precisam de ser esclarecidos, promulgar dogmas, corrigir erros pastorais e condenar heresias. Pode ser presidido pelo Papa ou por um Bispo, isso porque não é necessário o Papa presente para a realização de um concílio , mas para ser validado precisa da confirmação papal. Como podemos ver as decisões papais quanto a vida de Jesus Cristo sempre foram recheadas de controvérsias e decisões arbitrárias.

Aqueles que não concordavam com as decisões dos concílios eram punidos. Normalmente o que era levado para discussão já tinha um decisão quase certa. Para uma reflexão queremos informar que no ano de 2015, São Domingos de Gusmão, de nacionalidade espanhola, era tido com um dos mais ferrenhos inimigos dos mouros, judeus, e protestantes. Estes últimos tiveram o rebanho deveras reduzido, devido à matança de 60 mil deles, exterminados como hereges por se oporem a rezar o terço, imposto à força pelo referido chefe do catolicismo. A Santa Sé, reconhecendo os seus méritos, resolveu então canonizá-lo como santo. Pode Freud? Como poderemos chamar um órgão que apoia a execução de sessenta inocentes por não aderirem a reza do terço por uma membro da igreja católica. Onde está o nome santa, na atitude de um criminoso e que tem apoio da “Santa Sé”. Nem explica e nem justifica.


ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE-DA AOUVIRCE – DA UBT E DA AVESP.

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