A TRANSFORMAÇÃO MIDIÁTICA EM VOGA.
Temos presenciados fatos inaceitáveis em todas as mídias, mas com certa constância no rádio. O rádio está perdendo o potencial que tinha no passado. Parece-nos até que a programação de antigamente supera a de hoje. Como se forma um radialista nos dias atuais? Aqui em Fortaleza, o Sindicato dos Radialistas promove cursos relâmpagos para colocar o pretenso candidato a radialista em condições de manusear um microfone e repassar “sua experiência” para milhões de ouvintes em todo o Estado. Normalmente as Faculdades e Universidades de Comunicação Social (Jornalismo) preparam profissionais para esse mister. Algumas faculdades e universidades inserem em seus currículos matérias (cadeiras ou disciplinas) voltadas para o rádio, inclusive a parte prática de até dois semestres, ou um ano letivo.
Fora das faculdades e universidades poderão existir cursos técnicos que preparam profissionais para exercer tão nobre profissão. O que vemos hoje é deplorável. Em primeiro lugar as próprias emissoras estão colocando pretensos radialistas para exercerem a função de comentaristas de arbitragem, comentaristas esportivos entre outros. E vão mais além, estão vendendo horário a peso de ouro para que o profissional habilitado ou não, possa fazer a programação do seu agrado, esquecendo totalmente quem está por detrás do dial, que merece o nosso respeito, pois a pornografia e a pornofonia aumenta dia a dia. Com a facilidade que encontram empresários e políticos em adquirirem junto ao Ministério das Comunicações a concessão para utilizarem canais radiofônico, estamos percebendo o crescimento desordenado das rádios FMs em detrimento das emissoras AM.
Além disso, programas de cunho religioso têm crescido demais e são apresentados por membros de igrejas e por pastores totalmente despreparados para exercerem a função de locutor ou radialista. A quem recorrer para acabar com essa prática abusiva, visto que mesmo de posse da Carteira do Trabalho fornecida pelo Ministério do Trabalho, os profissionais não conseguem trabalhar de carteira assinada, pois as emissoras estão cheias de ‘invasores’. Sendo o horário vendido quem paga com certeza terá lugar garantido, mesmo sem ter a qualidade avaliada. Aqui em Fortaleza existe rádio FM educativa, mas a educação não existe. O procedimento é o mesmo e além do radialista pagar horário tem que gratificar o sonoplasta. Esse fato nos remete a um pensamento de dupla despesa para profissional do rádio que além de fazer o papel de marqueteiro para sobreviver, ainda tem que pagar percentagem das publicidades contratadas. Aqui em nosso estado, mais precisamente em nosso capital duas emissoras fizeram a transferência da concessão e não sabemos se houve legalidade.
A primeira tinha a razão social de Rádio Uirapuru que mudou para Rádio Record. Hoje a própria Rede Record antevendo alguma irregularidade, voltou atrás e hoje a rádio continua com o nome antigo, Uirapuru. Já a Rádio Dragão do Mar passou para as mãos de uma facção da Igreja Católica, mudando consequentemente para rádio Shalom. Não sabemos se existe irregularidade, mas os antigos funcionários da - Dragão do Mar foram enxotados sem direito a nada, conforme informação de antigos funcionários da emissora. Diante do exposto solicitaríamos do responsável maior pelo controle das programações de rádio fizesse uma avaliação se é legal ou não vender horário. Fica aqui a sugestão, pois não sabemos para que serve a Carteira de Trabalho do radialista. Muitos não possuem registro de emissoras anotado em sua identidade de trabalho, em consequência a Previdência Social está deixando de receber grande quantia em termos de benefícios. Será que existe algum profissional de rádio aposentado pela Previdência Social recebendo como radialista? Queríamos saber ou mesmo tomar ciência.
É certo Sindicatos promoverem cursos de radialistas? Fica a pergunta no ar. Para não perderem a prática e para não se manterem fora da radiodifusão muitos estão prestando serviços gratuitamente em Rádios Comunitárias. É vero que existem muitas rádios comunitárias ilegais e de vez em quando a Anatel usando de suas atribuições multa e chega até fechar. A situação da radiodifusão no Brasil merece um estudo sério, pois sendo o microfone uma arma perigosa nas mãos de inescrupulosos o controle e a inspeção são necessárias. Registros de funcionamento vencidos, causas trabalhistas desrespeitadas, programas abaixo da crítica, pornografia, pornofonia, e o primordial a falta de respeito para o ouvinte de rádio. Quanto puderes evita, onde estejas e onde fores, queixas, intrigas, clamores ante o mal, silêncio é luz! Quem serve, eleva e perdoa, por mais sinta a vida amarga, diminui a luta e a carga que pesam sobre Jesus. O compromisso maior do profissional de rádio é com a verdade e com a ética. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA UBT- DA AOUVIRCE- DA AVSPE E DA ACE