Segunda-feira, 12.10.09
CONCIDADANIA
A palavra concidadania refere-se a certa pessoa que, em relação a outra, é da mesma cidade ou do mesmo país. Flexionando-a obteremos concidadã, concidadãos, concidadãs, em gênero masculino e feminino. Uma pergunta vem à tona quando enunciamos essa bela palavra. Será que os excluídos da sociedade poderão se inserir nesta rotulação, ou apenas os que gozam de prestígio tiram proveito dela? Outra palavra que nos chama atenção é a paranóia. A paranóia é uma palavra de derivação grega que tem como sinonímia paránoia, 'demência', 'loucura'. No mundo da psiquiatria seria uma psicopatia, de que há várias formas clínicas, caracterizada pelo aparecimento de ambições e de suspeitas que se acentuam, evoluindo para delírios persecutórios e de grandeza estruturados sobre bases lógicas; não há, aparentemente, interferência sobre outros aspectos do pensamento e da personalidade do indivíduo, podendo ser usada também como paranéia. Existem pessoas com o pensamento trucado, enferrujado pelo tempo chegando ao ponto de afirmar que a ação deletéria dos “sem terra”, bem como o vazamento das provas do Enem sejam estratégias para enfraquecer o governo atual.
Alegar que uma mãozinha do proprietário da fazenda que se aproveitou da baderna para suscitar repúdio, e ódio aos “sem terras” é uma aberração sem proporções. Tem gente que viu o galo cantar e não sabe onde. Muitas badernas, destruições do patrimônio público tiveram como partícipes os chamados “sem terras” e no final a impunidade continua abrindo espaço para novas destruições. Dizer que os “sem terra” vem denunciando grilagem com badernas é desconhecer a noção do ridículo. Grilagem é o sistema, organização ou procedimento dos grileiros. Já grileiros são indivíduos que procuram apossar-se de terras alheias mediante falsas escrituras de propriedade. Será que o dono daquela fazenda produtiva (Cutrale) estava irregular e sem escritura de propriedade?
Achamos que se o presidente da República fez coro à condenação ele está mais do que certo, pois autoridade que se preza não vem com desculpas esfarrapadas afirmando que os atos desabonadores e irresponsáveis da conduta humana foram para enfraquecer o governo. Jamais! O jornal O Povo de Fortaleza em sua edição de 11 de outubro de 2009, traz uma matéria escrita pelo senhor Valdemar Menezes citando todos os fatos ocorridos e noticiados por toda mídia brasileira como artimanha para enfraquecer o governo do presidente Lula. Diante dos fatos expostos fazemos uma indagação: “Lula na telona”, cinema eleitoral (nada Gratuito) que consumirá recursos de R$ 16 milhões e carregado de apelo emocional, o filme da história do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se transforma em poderosa arma para a eleição de 2010. Afirmamos que este procedimento é artimanha para beneficiá-lo e prejudicar os outros candidatos que concorrerão com o candidato (a) do presidente. O mais triste de tudo isso é que os cegos não querem enxergar. Na realidade o Movimento dos “Sem Terra” está sem controle e a baderna está formada. A complacência de autoridades com atos que ferem de maneira gritante o direito do cidadão estabeleceu no País duas classes sociais: a dos que seguem a lei e a dos que atuam na ilegalidade de maneira livre e impune. (Editorial da Isto É), de 14 de outubro de 2009, de nº. 2083, ano 32.
Os maiores heróis brasileiros se destacaram na área militar, mas parece transparecer que muitas pessoas veem nos militares um paredão para suas pretensões e ficam a criticá-los como se tudo de errado que acontece na psicosfera brasileira é de responsabilidade dos homens de farda. O mentor da matéria Concidadania diz frutos do golpe. O senhor Waldemar Bezerra perdeu uma grande oportunidade para ficar calado. “Narra ele em sua matéria” Movimentos como o MST e fenômenos como o “inchamento” exagerado das cidades, a favelização e a violência possivelmente não existiriam (ou existiriam num grau ínfimo) se a elite dirigente brasileira tivesse deixado - 45 anos atrás - João Goulart fazer a reforma agrária - ponderam estudiosos. Com o golpe de 1964, foram congeladas as mudanças estruturais em andamento, na ocasião, e programou-se a bomba relógio que está explodindo em nossos dias.
O senhor Waldemar Menezes parece-nos que está atacado de amnésia, arteriosclerose e Alzheimer. Ele foi ao cinema e assistiu a outro filme com certeza. Continua: “Até mesmo o Estatuto da Terra, elaborado pelo primeiro governo da ditadura, foi deixado de lado por ser considerado “esquerdista” demais pelas camadas conservadoras. Se não fosse o MST (mesmo com os excessos eventuais condenáveis) e o PT (Partido dos Trabalhadores), advertem eles, a indignação das populações expulsas do campo já teria virado há muito um movimento incontrolável de guerrilha, como aconteceu em países vizinhos, que não tem movimentos sociais com o nível de organização nosso, nem uma estrutura partidária que canalize institucionalmente a insatisfação como acontece entre nós.
Realmente o governo Lula peca pelo assistencialismo, pois dentro das suas estratégias ele sabe que a maioria da população brasileira ganha até três salários mínimos e através das malfadadas bolsas vem conquistando as classes mais baixas. Veja as contradições no pensamento do escritor quando ele isenta o MST e diz que foi manobra que planejaram para enfraquecer o governo Lula, e logo após diz que (mesmo com os excessos eventuais condenáveis) aliado ao PT, que as populações expulsas do campo poderiam ter transformado sua insatisfação em guerrilha. Guerrilha já houve e as FFAA (Forças Armadas) tiveram que dizimá-la. Esquece o senhor Waldemar que 90% dos assessores de Lula são ex-guerrilheiros e o presidente quer levar ao poder uma guerrilheira perigosa. Quem disse que nós temos movimentos sociais? Quem afirmou que temos estrutura partidária? Deixem senhores acusadores de caçar borboletas e procurem trabalhar honestamente pelo futuro de nosso país. O que o Brasil tem de grandiosidade atualmente é a corrupção desenfreada no Parlamento.
Esse Parlamento deveria ser o primeiro a dar bom exemplo. Pensem Nisso. Deixem esta mania feia de jogar toda culpa das ações deletérias acontecidas no Brasil aos militares. As obras de vulto foram construídas no governo deles, e o presidente Fernando Henrique Cardoso queria acabar com uma porção delas, privitizando-as. Pai perdoa-lhes, pois eles não sabem o que dizem e o que fazem. Por favor, apontem qual o herói que surgiu no Brasil, após 1984. Enquanto as famílias dos ex-presidentes dos governos dos militares recebem merrecas, muitos parlamentares nadam em dinheiro fruto da desonestidade e do proveito próprio. E se uma investigação científica e de inteligência for gerenciada pela Polícia Federal, é bem provável que não escape quase ninguém, pois os honestos formam o ciclo das minorias.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIRCE
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por paivajornalista@blogs.sapo.pt às 19:56